Em 1827, a Espanha arrendou a ilha de Fernando Po para a Marinha Real Britânica que requereu uma base para vigiar os escravos depois que aboliram o tráfico de escravos em 1807. Por 1844, a Espanha assumiu o controle de seu território e passou a usá-lo como assentamento penal para os cubanos. [1] Após a Guerra Hispano-Americana, o território da Guiné Espanhola foi o último território significativo da Espanha. Após a Guerra Civil Espanhola, em 1959, a Guiné Espanhola seria reorganizada em duas províncias de ultramar da Espanha, colocada sob governos civis e os residentes da Guiné espanhola receberam a cidadania espanhola completa. [1] Em 1963, a Guiné Espanhola recebeu autonomia econômica e administrativa.
Na década de 1960, há um movimento para a descolonização da África. Em 1967, os residentes da Guiné Espanhola começaram a exigir a independência. No começo de 1968, o governo espanhol suspendeu o controle político autônomo sobre o território e propôs um referendo nacional sobre uma nova constituição. [1] A constituição foi aprovada em 11 de agosto pelos residentes da Guiné e em 12 de outubro de 1968, a Guiné Espanhola declarou sua independência e alterou seu nome para Guiné Equatorial. A Espanha imediatamente reconheceu a nova nação e estabeleceu relações diplomáticas. [2] No mesmo ano, Francisco Macías Nguema tornou-se o primeiro presidente da nova nação independente. Em 1969, todas as tropas espanholas e a maioria da comunidade espanhola deixaria o país para a Espanha. [3]
Pós-independência
Em outubro de 1978, as relações entre as duas nações tornaram-se tensas quando o presidente Nguema, que assumiu o poder absoluto no país em 1973; passou a enviar famílias e aldeias inteiras para execução ou para campos de imigrantes. Em março de 1977, a Espanha suspendeu as relações diplomáticas com a Guiné Equatorial devido à repressão do presidente Nguema e seus ataques verbais contra o governo espanhol. [4] Em 1978, a Espanha estava preparada para enviar tropas ao país para intervir e evacuar seus cidadãos caso fossem particularmente alvos do presidente Nguema. [5] Em agosto de 1979, um golpe de Estado foi liderado pelo tenente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o sobrinho do presidente Nguema. Naquele mesmo mês, o tenente Obiang anteriormente havia solicitado ao governo espanhol assistência militar que, no entanto, seria recusada. [6] No mesmo mês, o presidente Nguema foi capturado pelas forças da oposição e executado. [1] O tenente Obiang tornou-se o segundo presidente da Guiné Equatorial.
Entre 1979 e 1983, a Espanha enviou a Guiné Equatorial 15 milhões de pesetas espanholas para o desenvolvimento da nação. [7] As relações entre os dois países quase são cortadas devido à renegociação da dívida em 1983 e o fato de que a Guiné Equatorial devia à Espanha mais de 6 milhões de pesetas espanholas. [8] Acordos seriam feitos antes de serem tomadas medidas mais drásticas. Durante a tentativa de golpe de Estado de 2004, o presidente Obiang acusou a Espanha de ter conhecimento sobre a tentativa de golpe e de enviar dois navios de guerra espanhóis para a região; contudo, o presidente espanhol José María Aznar negou as alegações de que os navios estavam lá para auxiliar o golpe. [9]
Relações diplomáticas
A Espanha mantém relações diplomáticas com a Guiné Equatorial desde a sua independência em 1968, embora tenham sido interrompidas no último período do governo de Macías Nguema. Em 1971 foi firmado o Acordo Consular entre a Espanha e a República da Guiné Equatorial.[10] A partir de 1979, a Espanha fez um esforço considerável na cooperação para o desenvolvimento, no que constituíram as primícias da posterior política de cooperação. Em 1980, foi assinado o Tratado de Amizade e Cooperação, no âmbito do qual seriam celebradas doze comissões conjuntas que cobrem todo o espectro das relações bilaterais entre os dois países, com atenção especial para a cooperação ao desenvolvimento.[11]
Os laços históricos, culturais e humanos entre os dois países marcam suas relações. Entre outros campos de colaboração, a Espanha e a Guiné Equatorial promovem ativamente e conjuntamente o uso da língua espanhola na União Africana.[11]
Relações comerciais
As relações comerciais entre a Guiné Equatorial e a Espanha sofreram um forte crescimento nos últimos anos. O grande desenvolvimento econômico do país, impulsionado pelo setor de hidrocarbonetos, juntamente com os fortes laços históricos e culturais entre a Guiné Equatorial e a Espanha e a existência de uma estrutura logística consolidada, são fatores determinantes do impulso comercial entre os dois países.
A Guiné Equatorial é, apesar de sua pequena população, o primeiro país da África Central destino das exportações provenientes da Espanha (18,4%), o quarto da África Subsaariana e o oitavo da África, segundo dados de 2012. A nível mundial é o 65.º país cliente da Espanha.[11]
Em 2016, o comércio entre a Guiné Equatorial e a Espanha totalizou € 748 milhões de euros.[12] 90% das exportações da Guiné Equatorial para a Espanha estão no petróleo. As principais exportações da Espanha para a Guiné Equatorial incluem: bebidas, móveis e lâmpadas, equipamentos mecânicos, automóveis e caminhões e material eletrônico. [12] A Espanha possui 3 milhões de euros de investimento na Guiné Equatorial, principalmente no setor de construção. Ao mesmo tempo, o investimento da Guiné Equatorial na Espanha totaliza € 4 milhões de euros. [12] A Guiné Equatorial é o nono maior parceiro comercial da Espanha da África (78.º maior globalmente). A Espanha é o terceiro maior parceiro comercial da Guiné Equatorial globalmente (depois da China e dos Estados Unidos). [12]
↑Convênio Consular entre Espanha e República da Guiné Equatorial firmado em Santa Isabel de Fernando Poo em 24 de julho de 1971.
↑ abcFicha de Guinea Ecuatorial Oficina de Información Diplomática del Ministerio de Asuntos Exteriores y Cooperación de España, Relaciones Diplomáticas