Os redemoinhos, rodamoinhos, remoinhos, torvelinhos, redemoinhos-de-poeira, pés-de-vento ou diabos de poeira são ventos em espiral formados pela convecção do ar, em dias quentes, sem ventos e de muito sol.
Ocorrem quando o solo se aquece em determinado ponto, transferindo esse calor à porção de ar que está parada logo acima dele. Quando atinge uma determinada temperatura, esse ar sofre rápida elevação, subindo em espiral e cria um mini centro de baixa pressão. Devido ao princípio da conservação do momento angular esse redemoinho ganha velocidade e acaba levantando a poeira do solo, fazendo com que um funil de 'sujeira' seja visível. Ele pode apresentar desde alguns centímetros até muitos metros de altura.[1]
Há também outro tipo de redemoinho, por exemplo, quando o solo se aquece em determinado ponto e o vento fraco vindo de uma direção se encontra com a corrente de ar quente acima do ponto super aquecido esse vento tende a ganhar velocidade, girar e empurrar o "turbilhão" para a direção que ele estaria. Também há os redemoinhos mais comuns que se formam quando a corrente de vento é parada por uma "parede" de canto criando uma corrente ascendente de vento giratória.
Frequentemente esse fenômeno é confundido com um tornado, porém vale salientar que, ao contrário dos tornados, os redemoinhos de poeira somente se formam em dias sem nuvens, sob muito sol e calor e baixa umidade do ar.[2] Além disso, a velocidade dos ventos desse fenômeno raramente ultrapassa os 100 km/h, podendo causar apenas pequenos estragos, tais como destelhamentos leves.[2]
Folclore brasileiro
Antigamente, ao se avistar esse fenômeno, as pessoas acreditavam que seria o rastro do caminhar do saci-pererê ou mesmo que seria o diabo vagando pelos campos.
Segundo o folclore brasileiro, havia a crença de que se alguém entrasse no meio de um redemoinho com uma garrafa e uma peneira conseguiria prender o saci ou o diabo.[3] Na verdade o que acontecia é que ao entrar no meio do redemoinho, a pessoa pode interromper a corrente de convecção que alimenta o sistema, e o redemoinho simplesmente "desaparece", gerando o mito de que a entidade causadora deste movimento do ar foi capturada dentro da garrafa.
Redemoinhos em Marte
Redemoinhos de poeira não são fenômenos restritos à atmosfera terrestre. Também ocorrem em Marte,[4] tendo sido fotografados pela primeira vez pela sonda espacialViking na década de 1970. Julga-se que esse fenômeno seja o responsável pelas misteriosas linhas que aparecem nas imagens da superfície marciana.[5][6]
Em 1997, a sonda Mars Pathfinder detectou a ocorrência dessas formações e, mais tarde, a sonda Spirit fotografou um grande redemoinho passando ao seu lado.[7] Os redemoinhos de poeira de Marte podem apresentar tamanhos 50 vezes superiores aos redemoinhos observados na Terra, podendo então representar um desafio para as futuras pesquisas envolvendo a exploração desse planeta.
Referências
↑admin (15 de dezembro de 2015). «Redemoinho». Portal São Francisco. Consultado em 4 de maio de 2021