Rapateaceae é uma família de plantas pertencente a ordem ''Poales'', nesta família se encontram monocotiledôneas, possuindo 16 gêneros com cerca de 100 espécies que são restritas aos neotrópicos, com exceção de uma espécie encontrada na África. Há no Brasil representações de Rapateaceae, são cerca de 20 espécies divididas em oito gêneros. Podemos encontrar a uma maior concentração dessas espécies e gêneros , na região do Escudo das Guianas, em áreas de Tepuis (montanhas tabulares de até 3.000 m de altitude) principalmente.
Descrição
A Rapateaceae possui tricomas secretores de mucilagem, onde estão esses presentes na base de todas as peças florais; sépalas, pétalas, anteras e estilete recobertos por dera de ornamentação estriada; pétalas com células epidérmicas curtas, de paredes sinuosas na face abaxial; anteras tetrasporangiadas, com células epidérmicas contendo compostos fenólicos; endotécio com espessamento em espiral; ovário tricarpelar, com septos incompletos; óvulos anátropos e bitegumentados; e o mesmo padrão de vascularização floral caracterizam a família.
Distribuição
Como foi mostrado, a maior parte dos gêneros e espécies está concentrada na região do Escudo das Guianas, nas áreas principais conhecidas como Tepuis.
No Brasil, os Tepuis mais conhecidos são as serras do Aracá e da Neblina, localizados no Amazonas, o Monte Caburaí, o Monte Roraima e as serras de Tepequém e Uafaranda, em Roraima. Apesar de toda sua riqueza e diversidade florística, cujo nível de endemismo é extremamente alto, os Tepuis ainda na são relativamente estudados no país.
O Monte Caburaí, localizado no Parque Nacional do Monte Roraima, possui cerca de 1.500 m de altitude e é considerado o ponto extremo do norte do Brasil, que delimita sua fronteira com a República Cooperativista da Guiana e com Venezuela. Pelas dificuldades encontradas nesta região, não foi possível o acesso de coletas, e o inventario florístico da família ainda não foi realizado.
Excursões que foram realizadas nos últimos anos ao Monte Caburaí têm trazido interessantes materiais de espécies de Rapateaceae, estando eles depositados nos herbários de Roraima. Das coleções examinadas, foram identificadas novas ocorrências para as Rapateaceae da flora brasileira.
1.Berry, P.E. 2004. Rapateaceae. pp. 413–472. In: Berry, P.E.; Yatskievych, K. & Holst, B.K. (eds.). Flora of the Venezuelan Guayana. St. Louis, Missouri Botanical Garden Press. v. 8 Poaceae-Rubiaceae.
2.Givnish, T.J.; Evans, T.M.; Zjhra, M.L.; Patterson, T.B.; Berry, P.E. & Sytsma, K.J. 2000. Molecular evolution, adaptive radiation, and geographic diversification in the amphiatlantic family Rapateaceae: evidence from ndhf sequences and morphology Evolution 54: 1915-1937.
3.Givnish, T.J.; Millam, K.C.; Evans, T.M.; Hall, J.C.; Pires, J.C.; Berry, P.E. & Sytsma, K.J. 2004. Ancient vicariance or recent long-distance dispersal? Inferences about phylogeny and South American-African disjunctions in Rapateaceae and Bromeliaceae based on ndhf sequence data. International Journal of Plant Sciences 165 (4 Suppl.): S35-S54.
4.Huber, O. 1995. Vegetation. pp. 97–160. In: Berry, P.E.; Yatskievych, K. & Holst, B.K. (eds.). Flora of the Venezuelan Guayana. v. 1 (eds.). St. Louis, Missouri Botanical Garden Press & Timber Press.
5.Maguire, B. 1958. Rapateaceae. Memoirs of the New York Botanical Garden 10: 19-49.
6. Oriani, A.; Scatena, V.L. 2013. The taxonomic valeu of floral characters in Rapateaceae. Plant Systematics and Evolution 299: 291-303.