Quilombo Abacate da Pedreira

O Quilombo Abacate da Pedreira é uma comunidade remanescente de quilombo situado em Macapá, capital do Amapá.[1]

História

Origens:  Sua história remonta ao século XVIII, formado por africanos escravizados que fugiam das fazendas e buscavam refúgio nas matas.

Resistência:  Isolados na floresta, os quilombolas desenvolveram estratégias de defesa e resistência, mantendo sua autonomia e liberdade.

Reconhecimento:  O Quilombo Abacate da Pedreira foi oficialmente reconhecido como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2016, garantindo o direito à terra e a preservação de sua cultura. Além do resgate da história, raízes e tradição dos quilombolas, a certificação como remanescente garante o acesso a políticas públicas de habitação e também o fomento da garantia de direitos junto a órgãos públicos. Com isso há o estímulo a participação ativa dos representantes quilombolas e proporciona apoio ao desenvolvimento produtivo local e autonomia econômica.[2]

Características

Localização: Situado em área rural de Macapá, próximo ao Rio Amazonas, o quilombo se beneficia da rica biodiversidade da região amazônica.[3]

Cultura: A comunidade mantém vivas suas tradições, como a música, a dança, o artesanato e a culinária, que expressam sua ancestralidade e identidade. O batuque, o marabaixo e a capoeira são manifestações culturais importantes.

Organização social: A vida comunitária é baseada na solidariedade e na cooperação, com forte ligação com a natureza e seus recursos.

Economia: As principais atividades econômicas são a agricultura familiar (cultivo de mandioca, banana, açaí), a pesca artesanal, o extrativismo vegetal e a produção de artesanato.

Desafios

• Acesso a serviços básicos: A comunidade enfrenta dificuldades no acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento.

Preservação ambiental: A pressão sobre os recursos naturais e o desmatamento representam ameaças à preservação do meio ambiente.

• Manutenção da cultura: A influência da cultura externa e a migração de jovens podem comprometer a preservação das tradições.

Luta e Resistência

• Demarcação de terras: A comunidade luta pela demarcação definitiva de suas terras, garantindo a segurança territorial e a proteção de seus recursos naturais.

• Valorização da cultura:  Buscam fortalecer e valorizar sua cultura, transmitindo seus conhecimentos e práticas tradicionais às novas gerações.

• Desenvolvimento sustentável:  A comunidade busca alternativas de desenvolvimento econômico que promovam a sustentabilidade e a preservação ambiental.

Certificação

A certificação ocorre conforme as declarações de auto-reconhecimento de cada comunidade, respeitando o decreto nº 4.887/2003 e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os povos indígenas e tribais.

A certificação de comunidades remanescentes de quilombos é emitida pela Fundação Cultural Palmares. O processo teve início no Brasil com a aprovação do decreto nº 4.887/2003, que visa garantir a essas comunidades a posse da terra e o acesso a serviços de saúde, educação e saneamento.

As comunidades quilombolas são grupos com trajetória histórica própria, cuja origem se refere a diferentes situações, a exemplo de doações de terras realizadas a partir da desagregação de monoculturas; compra de terras pelos próprios sujeitos, com o fim do sistema escravista; terras obtidas em troca da prestação de serviços, ou áreas ocupadas no processo de resistência ao sistema escravista. Em todos os casos, o território é a base da reprodução física, social, econômica e cultural da coletividade.

Em 12 de março de 2004, o Programa Brasil Quilombola foi lançado om o objetivo de consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas de todo o país.[4]

Ver também

Referências

  1. «Macapá – Quilombo Abacate da Pedreira | ipatrimônio». Consultado em 17 de novembro de 2024 
  2. AMAPÁ, GOVERNO DO ESTADO DO. «Mais seis comunidades são reconhecidas como remanescentes de quilombo no AP». www.portal.ap.gov.br. Consultado em 13 de novembro de 2024 
  3. «Macapá – Quilombo Abacate da Pedreira | ipatrimônio». Consultado em 13 de novembro de 2024 
  4. AMAPÁ, GOVERNO DO ESTADO DO. «Mais seis comunidades são reconhecidas como remanescentes de quilombo no AP». www.portal.ap.gov.br. Consultado em 13 de novembro de 2024 

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