754 (40 anos), Monastério de Sithiu (Saint-Bertin), próximo a Saint-Omer
Quilderico III (714 — 754), chamado o Idiota ou o Rei Fantasma, foi o décimo-quarto e último rei de todos os francos da dinastia merovíngia.[1]
Vida
O trono estava vago havia sete anos quando os prefeitos do palácio, Carlomano e Pepino o Breve, decidiram reconhecer Quilderico como rei. Não se conhece com certeza seu parentesco ou relação com a família merovíngia, devendo ter sido filho de Quilperico II.
Ele não tomou parte nos assuntos públicos, que eram dirigidos, como antes, pelos prefeitos do palácio.[1] Quando, em 747, Carlomano se retirou para um monastério, Pepino resolveu tomar a coroa real para si.[1] Pepino enviou cartas ao Papa Zacarias perguntando se o título de rei pertencia a quem exercia o poder ou a alguém com linhagem real. O papa respondeu que quem detivesse o poder de facto deveria também ter o título de rei. Em 751, Quilderico foi destronado e teve os cabelos cortados, deposit et detonsit, sob as ordens do sucessor de Zacarias, o Papa Estêvão II, porque, de acordo com Eginhardo, quia non erat utilis, "ele não era útil". Seus longos cabelos eram o símbolo de sua dinastia e assim de seus direitos reais (alguns dizem poderes mágicos) e, pelo corte deles, foram-lhe retiradas todas suas prerrogativas reais. Em 752, ele e seu filho Teodorico foram instalados no monastério de Saint-Bertin,[1] embora alguns afirmem que ele foi enviado para Saint-Omer e Teodorico para Saint-Wandrille. Ele morreu cerca de quatro anos depois. Sob os carolíngios, ele recebeu uma má impressão, sendo chamado de rex falsus, "rei falso", apesar do fato de ter sido Pepino quem o conduziu ao trono.