Presente de Natal é um longa-metragem de animação brasileiro de 1971 dirigido e produzido por Álvaro Henrique Gonçalves. É o segundo longa-metragem de animação e o primeiro colorido da história do país.[2]
Sinopse
João e Miriam são filhos de um trabalhador braçal pobre, que não tem como presenteá-los com itens sofisticados. Em vez disso, os irmãos ganham uma viagem a um parque de diversões. À noite, quando já estão dormindo, Papai Noel aparece e os convida para uma viagem, com o propósito de conhecer todo o Brasil, em companhia de Saci Pererê. Depois da excursão, os garotos acordam e contam o passeio aos pais.[1]
Elenco
Produção e lançamento
Presente de Natal foi realizado inteiramente em animação tradicional por Álvaro Henrique Gonçalves, amazonense, enquanto morava no estado de São Paulo. Produziu o filme sozinho, durante seis anos, sem incentivo de nenhuma empresa ou governo,[2] em formato 35mm,[1] contando com 140 mil fotogramas.[3] Álvaro lançou o filme em Manaus nos dias 1.º e 2 de fevereiro de 1971, no cine Avenida.[4] Álvaro tentou negociar o filme no estado de São Paulo, mas fracassou, pois só conseguiu uma exibição, na cidade de Santos,[2] em 15 de julho de 1971.[5]
Recepção e legado
Quando lançado em Manaus em fevereiro de 1971, Presente de Natal obteve sucesso,[2] com os jornais de Manaus dando ampla atenção ao filme.[4] No entanto, sua popularidade foi restrita àquela cidade; desde então, o filme permanece largamente desconhecido.[2] Ainda em 1971, A. Carvalhaes, no artigo "Situação do desenho animado no Brasil", publicado na revista Filme Cultura, escreveu:
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Os traços de Álvaro não são elaborados, a perspectiva dos seus desenhos é achatada, sem relevos, como na pintura primitivista. Sua técnica é precária, mas não medíocre, e sua estória é ingênua, porém sincera. O filme atinge em cheio as crianças ainda em idade escolar.[4]
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A. Carvalhaes também disse que o filme poderia, possivelmente, ser o primeiro desenho de longa-metragem na "linha primitivista, ou ingênua", do mundo.[4] Presente de Natal foi o primeiro longa-metragem de animação em cores do Brasil, além do segundo longa-metragem de animação no geral; o primeiro foi Sinfonia Amazônica, lançado em 1953.[2] O livro Dicionário de filmes brasileiros, de Antônio Leão, diz que o filme foi concluído "graças à genialidade e tenacidade de seu criador".[1]
Referências
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