Esta estrutura é constituída por vários tramos com vigas parabólicas de ferro, suportados por pilares de cantaria.[1] O comprimento da ponte é de aproximadamente 330 m.[2]
A primeira estação a servir a localidade de Portimão foi uma gare provisória na margem oriental do Rio Arade, na zona de Ferragudo e do Parchal, que foi inaugurada em 15 de Fevereiro de 1903, e que fazia parte de um ramal que partia de Tunes, na Linha do Sul.[4] Durante o planeamento do lanço seguinte do ramal, até Lagos, foi alvitrada a reutilização da Ponte Rodoviária de Portimão, que já estava construída, para a passagem da via férrea sobre o Rio Arade.[5] Em 25 de Fevereiro de 1898, um grupo de trabalho, composto pelos engenheiros Mata, Eça, Espregueira, Lopes e Sequeira viajou até ao Algarve para estudar a ponte rodoviária, no sentido de saber se podia ser adaptada para uso ferroviário.[6] No anteprojecto para a via férrea entre a estação provisória de Portimão e Lagos, executado em 20 de Março de 1899 pelo engenheiro Antonio da Conceição Parreira, foram apresentadas duas hipóteses para a travessia do Rio Arade: ou construía-se uma ponte de raiz, ou então aproveitava-se a ponte rodoviária.[5] Optou-se por construir uma ponte própria.[1] Durante a reunião de Novembro de 1916 do Congresso Algarvio, foram discutidos vários assuntos relativos às obras de vulto que estavam a ser feitas ou planeadas na região, incluindo a conclusão da ponte ferroviária de Portimão e da via férrea até Lagos.[7] Este caminho de ferro entrou ao serviço em 30 de Julho de 1922, sendo então denominado de Ramal de Lagos.[1] Desta forma, a antiga estação de Portimão passou a denominar-se de Ferragudo-Parchal.[4]
Nas décadas de 1960 a 1990, a ponte tinha grandes limitações em termos de carga, impedindo a circulação de locomotivas mais pesadas, como as das séries 1500 e 1520, pelo que durante esse período o Ramal de Lagos foi dominado por locomotivas mais pequenas, como as da série Série 1200.[8] Em 2000, esta ponte encontrava-se num sofrível estado de conservação, sendo a passagem das composições feita a velocidades muito reduzidas.[9]
Em Agosto de 2018, a Câmara Municipal de Portimão iluminou a ponte ferroviária de forma a parecer-se com o logotipo do Festival da Sardinha, durante a realização daquele evento gastronómico.[10] Em 22 de Dezembro de 2020, a empresa Infraestruturas de Portugal lançou o concurso público para a modernização do lanço de Lagos a Tunes da Linha do Algarve, que além de electrificação da via férrea também incluiu outras obras, como uma intervenção na ponte de Portimão.[11]
↑ ab«Silves a Portimão»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa. 1 de Janeiro de 1903. p. 3. Consultado em 21 de Dezembro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑NONO, Carlos (1 de Fevereiro de 1949). «Efemérides ferroviárias»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa. p. 132. Consultado em 21 de Dezembro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Ecos da Semana: Congresso Algarvio»(PDF). O Algarve. Ano 9 (453). Faro. 26 de Novembro de 1916. p. 1. Consultado em 21 de Dezembro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑DUARTE, Vasco (2005). «O Ramal Ferroviário do Barlavento Algarvio». Foguete. Ano 4 (13). Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. p. 47-54. ISSN124550Verifique |issn= (ajuda)
↑Ticket to Ride: The Algarve by Rail - Part 1(VHS)<|formato= requer |url= (ajuda) (Documentário). FHP Audio Visual. 2000. Em cena em 32:00A referência emprega parâmetros obsoletos |publicado por= (ajuda)
VENTURA, Maria da Graça Mateus; MARQUES, Maria da Graça Maia (1993). Portimão. Lisboa: Editorial Presença. 130 páginas. ISBN972-23-1710-5A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
FERNANDES, José Manuel; JANEIRO, Ana (2005). Arquitectura no Algarve. Dos Primórdios à Actualidade, Uma Leitura de Síntese. Faro: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. 155 páginas. ISBN972-643-138-7A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)