Pereiro (árvore)

Pereiro
Classificação científica edit
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Eudicotyledoneae
Clado: Asterídeas
Ordem: Gentianales
Família: Apocynaceae
Gênero: Aspidosperma
Espécies:
A. carapanauba
Nome binomial
Aspidosperma carapanauba
Sinónimos
  • A. bicolor Mart. & Zucc. (heterotípico)
  • A. guaraniticum Malme (heterotípico)
  • A. martii Silva Manso (heterotípico)
  • A. molle Mart. (heterotípico)
  • A. populifolium A.DC. (heterotípico)
  • A. pyrifolium var. molle (Mart.) Müll.Arg. (heterotípico)
  • A. refractum Mart. & Zucc. (heterotípico)
  • Macaglia bicolor (Mart.) Kuntze (heterotípico)
  • Macaglia martii (Silva Manso) Kuntze (heterotípico)
  • M. populifolia (A.DC.) Kuntze (heterotípico)
  • M refracta (Mart.) Kuntze (heterotípico)
  • Thyroma bicolor (Mart.) Miers (heterotípico)
  • Macaglia pyrifolia (Mart.) Kuntze (homotípico)

Pereiro (Aspidosperma pyrifolium) é uma árvore nativa da caatinga, principalmente em várzeas fluviais e terrenos próximos a elevações de terra (serras, chapadas ou cuestas).

Características

  • Árvore de tamanho médio, com 7–8 m de altura, lactescente, com caule bem desenvolvido, ereto e de copa normal em ambientes não degradados (quando nestes, frequentemente se encontram indivíduos rebrotados, de copa ramificada já próxima à base)
  • Casca de sabor amargo, lisa, acinzentada, com lenticelas brancas quando jovem, e rugosa, largando em placas irregulares quando idosa
  • Folhas simples, alternas, ovais, de 4–9 cm de comprimento, amargosas e coriáceas
  • Flores aglomeradas em pequenas cimeiras terminais, alvas, pequenas, de perfume muito agradável, que se espalha pela caatinga
  • Frutos lenhosos, em forma de gota achatada, de 5–6 cm de comprimento, castanho-claros, rico em lenticelas de cor cinza (pequenos pontos), que abrem-se na sua deiscência em duas bandas e deixam cair as sementes aladas, planas, papiráceas (com projeções que lembram folhas de papel), sendo assim, levadas a longas distâncias
  • Madeira de cor amarelo-clara ou creme, ora com manchas avermelhadas, ora com faixas acastanhadas, moderadamente pesada, macia e fácil de trabalhar, de textura fina e uniforme, resistente e muito durável

Ocorrência

Ocorre caracteristicamente nas caatingas do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e norte de Minas Gerais, na zona de sertão baixo e aixios argilosos, próximos a leitos de rios e elevações de terra, e também entre pedras e rochedos. É uma planta endêmica deste ecossistema.

História e utilidades

A origem do nome popular, provavelmente se deu no início da colonização, quando os lusitanos chegaram na região do semiárido e reconheceram na folhagem desta planta, uma semelhança com a folhagem da pereiro, uma planta que produz a maçã/pêro, da família Rosaceae (gênero Malus), assim o nome acabou se incorporando ao costume popular.

O início da utilização da planta remonta aos povos indígenas do nordeste, que já utilizavam no seu dia a dia e em suas tradições. Atualmente, o povo Fulni-Ô, no estado de Pernambuco, ainda utiliza o pereiro em sua medicina tradicional, na confecção de ferramentas e na construção de suas moradias. Assim, preservam um conhecimento milenar do uso dessa planta.[1]

Nos dias atuais, a planta também é muito usada de forma ornamental, devido o formato de sua copa e sua de casca medicinal. A cidade de Pereiro, no Ceará, recebeu seu nome em homenagem a essa planta tradicional da Caatinga.

Folhas e floração no pereiro
Frutificação do pereiro, iniciada no mês de julho

Referências

  1. Da Silva, Valdelina A. (2003). «Etnobotânica dos índios Fulni-Ô». UFPE. Consultado em 28 de maio de 2024 

Bibliografia

MAIA, G.N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades D&Z Computação Gráfica e Editora. São Paulo, 2004.