Com o objetivo de interceptar Aníbal antes que ele chegasse à Itália, Cipião desembarcou com suas legiões na Gália meridional, navegando de Pisa até Massília, uma colônia fenícia aliada a Roma. A velocidade do avanço de Aníbal através dos Alpes rapidamente acabou com os planos romanos[5]. Assim, Cipião, tendo enviado seu exército para a Ibéria sob o comando de seu irmão, Cneu Cornélio Cipião Calvo, retornou à Roma e conduziu um novo alistamento para formar um novo exército para lutar na Gália Cisalpina, onde Aníbal estava acampado e recrutando aliados entre os gaulesesínsubres e boios, principalmente lutando contra os inimigos deles, como os taurinos.
Cipião liderou as forças romanas na Batalha de Ticino, na qual explorou sua cavalaria (composta quase que totalmente por gauleses, que terminariam por desertá-lo para unirem-se em massa ao exército de Aníbal) e com a infantaria ligeira, enfrentou a vanguarda do exército cartaginês, mas foi derrotado. Cipião terminou gravemente ferido e foi salvo por seu filho (o futuro Cipião, o Africano)[6].
Em dezembro do mesmo ano, participou da Batalha do Trébia, na qual as forças romanas, lideradas pelo outro cônsul, Tibério Semprônio Longo, aliadas aos que se juntaram ao novo exército apesar de seu parecer contrário[7], foram derrotados[8]
Apesar da derrota, Cipião conseguiu manter a confiança do povo romano e seu mandato militar foi confirmado. Logo em seguida, ele foi enviado à Ibéria para ajudar seu irmão no combate às forças cartagineses, mantidas até então fora da Itália. A ação de Cipião na Península Ibérica foi coroada por uma série de vitórias importantes, como a Batalha de Dertosa (215 a.C.), a Batalha de Munda (214 a.C.) e a Batalha de Orongi (214 a.C.)[9], até que, em 212/211 a.C.[3] acabou morrendo durante a Campanha do Bétis Superior, durante a Batalha de Cástulo, uma derrota romana[10]. Poucos dias depois, seu irmão, Cneu, foi derrotado e morto na Batalha de Ilorci[11], ao lado de Cartago Nova[12].
Como já havia ocorrido a Ticino em relação ao gauleses, aparentemente estas derrotas seriam também debitadas por conta de uma suposta traição da população local de celtiberos, corrompidas por Asdrúbal Barca, o irmão de Aníbal[13].
↑Segundo Lívio[1], a batalha ocorreu em 212 a.C.; com ele concorda o historiador moderno Rafael Treviño Martinez[2]. Por outro lado, Gaetano De Sanctis<[3] defende que a batalha teria ocorrido em 211 a.C.
↑ abGaetano De Sanctis (1917), vol. III.2, L'età delle guerre puniche, p. 432, n.4
↑Lívio, Ab Urbe Condita XXI, 6, 3. A data é citada antes do início do cerco de Sagunto e, depois, no capítulo seguinte, já com o cerco terminado (XXI, 15, 3-6).
Broughton, T. Robert S. (1951). «XV». The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
Rafael Treviño Martinez; Angus McBride (illustratore) (1986). Osprey, ed. Rome's Enemies (4): Spanish Armies (em inglese). [S.l.: s.n.] ISBN0-85045-701-7 !CS1 manut: Língua não reconhecida (link)