Otaviano Pereira de Albuquerque (Canguçu, 3 de julho de 1866 - Campos dos Goytacazes, 3 de janeiro de 1949) foi um prelado brasileiro da Igreja Católica, que serviu como bispo do Piauí e arcebispo de São Luís do Maranhão e de Campos.
Biografia
Ingressou no Seminário Menor de Porto Alegre em 1879[1] e no dia 8 de dezembro de 1888, foi ordenado padre.[2] Em 1913, era o pároco da Sé de Porto Alegre e vigário-geral da Arquidiocese.[3]
Foi nomeado bispo do Piauí em 2 de abril de 1914 pelo Papa Pio X.[4] Foi consagrado em 11 de junho de 1914 pelo cardeal Gaetano de Lai, secretário da Sagrada Congregação Consistorial, coadjuvado por Dom Francisco do Rego Maia, arcebispo-titular de Nicopolis ad Nestum e por Dom Guillermo Rojas y Arrieta, C.M., bispo do Panamá. Fez sua entrada solene na Sé em 24 de setembro do mesmo ano.[2] Teve como missão a moralização do clero piauiense.[5] A seu pedido, foi criada a Prelazia territorial de Bom Jesus do Gurgueia, no sul do Piauí.[6]
Em 10 de fevereiro de 1922, com a elevação da Diocese de São Luís do Maranhão à dignidade de arquidiocese metropolitana,[7] foi nomeado como seu primeiro arcebispo em 27 de outubro do mesmo ano.[8]
Na Sé maranhense, realizou o primeiro Sínodo Arquidiocesano, reunindo todo o seu clero. Demonstrou grande interesse pela formação cultural e espiritual dos futuros sacerdotes, fundando a "Obra de São José", que tinha por finalidade angariar fundos para a manutenção do Seminário de São Luís. No total, ordenou 26 sacerdotes, sendo que 23 destes era do estado.[1][9]
No campo político, enfrentou o problema causado pelo padre Astolfo Serra, que pela ativa participação na Revolução de 1930, foi nomeado interventor federal no Maranhão, com a concordância de Dom Otaviano. O padre, contudo, criou um clima de instabilidade na política estadual, fazendo com que fosse exonerado, ato que tentou resistir, mas em vão, até porque Dom Otaviano o suspendeu do exercício sacerdotal e Astolfo acabaria por resignar dos votos sacerdotais. Também teve a missão de organizar a Liga Eleitoral Católica no estado, para levantar candidatos para as eleições de maio de 1933 e outubro de 1934, cujos eleitos se encarregariam de elaborar, respectivamente, as novas Constituições do Brasil e do Maranhão, durante o governo de Getúlio Vargas.[1][10][11]
Por conta da sua atuação política, acabou criando tensões no clero maranhense e, em 13 de abril de 1931, seguiu para o Rio de Janeiro, de onde não retornaria mais para São Luís, permanecendo do Mosteiro de São Bento.[1][11] Assim, em 16 de dezembro de 1935, foi nomeado para a Diocese de Campos, mantendo seu título de arcebispo.[2][12] Fez sua entrada solene em 15 de março de 1936.[13]
Morreu em Campos dos Goytacazes, em 3 de janeiro de 1949, sendo sepultado na Catedral do Santíssimo Salvador.[1][2][11][13]
Referências
Ligações externas