A despeito de a maioria dos países da Organização das Nações Unidas considerar a Ossétia do Sul como parte integrante da Geórgia, em 26 de agosto de 2008 o parlamento e presidente russos anunciaram o reconhecimento formal da independência da região (juntamente com a da Abcásia).[4] O povo da Ossétia do Sul deseja se unir a seus semelhantes étnicos na Ossétia do Norte, que é uma república autônoma dentro da Federação da Rússia.[5]
No entanto, a eleição novamente não foi reconhecida pela ONU, União Europeia, OSCE, OTAN, bem como pelos Estados Unidos e pela Federação da Rússia, dada a falta de participação de eleitores da etnia georgiana e a questão da legalidade do referendo sem o reconhecimento do governo central, em Tbilisi.[10] Paralelamente a estas eleições e referendos, um movimento político osseta de oposição ao governo secessionista oficial organizou suas próprias eleições, nas quais tanto habitantes georgianos como ossetas da região votaram a favor de Dmitri Sanakoev como presidente alternativo da Ossétia do Sul.[11] Esta "eleição alternativa" conseguiu o apoio de toda a população de etnia georgiana do território, e, em 2007, Sanakoev tornou-se o chefe da Administração Provisória da Ossétia do Sul.
Em 13 de julho de 2007 a Geórgia montou uma comissão governamental, encabeçada pelo primeiro-ministroZurab Noghaideli, para desenvolver a autonomia da Ossétia do Sul dentro do estado georgiano. De acordo com as autoridades da Geórgia, o estatuto seria elaborado dentro da estrutura dum "diálogo de todas as partes", englobando todas as comunidades que compõem a sociedade osseta.[12]
Em agosto de 2008 iniciou-se um conflito bélico entre a Ossétia do Sul, apoiada pela Rússia, e a Geórgia, apoiada pelos EUA, após uma invasão da capital Tsequinváli por tropas georgianas.
Em 26 de agosto de 2008, o presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou que a Rússia reconhece a independência das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abecásia e pediu que outros Estados sigam seu exemplo e façam o mesmo. A decisão foi fortemente criticada pelos Estados Unidos e pela OTAN.
Os ossetas descendem originalmente dos alanos, uma tribo sármata. Foram convertidos ao cristianismo durante o início da Idade Média, por influência georgiana e bizantina. Sob a dominação mongol, foram expulsos de sua terra natal, ao sul do rio Don, na atual Rússia, e cruzaram as montanhas do Cáucaso, até a Geórgia[13] onde formaram três entidades territoriais distintas. Digor, no oeste, foi influenciado pelo povo vizinho dos cabardinos, que introduziram o islamismo à região. Tualläg, no sul, tornou-se o que atualmente é a Ossétia do Sul, parte do principado histórico georgiano de Samachablo,[14] onde os ossetas encontraram refúgio dos invasores mongóis. Iron, no norte, tornou-se a atual Ossétia do Norte, que está sob o domínio russo desde 1767. Atualmente a maioria dos ossetas é cristã (aproximadamente 61%), e existe uma minoria muçulmana significante.
O governo soviético da Geórgia, posto no poder em 1921 pelo 11º Exército Vermelho, controlado por Stalin, criou, logo em Abril do ano seguinte, o oblast (distrito) autônomo da Ossétia do Sul. Muito embora os ossetas tenham o seu próprio idioma, o osseto, o russo e o georgiano passaram a ser os idiomas administrativos e estatais.[16] Durante a era soviética, sob o governo georgiano, o país experimentou uma relativa autonomia, que incluía o uso do osseto e o seu ensino nas escolas.[16]
A Ossétia do Sul foi um Estado não reconhecido na maior parte de sua história. A lista a seguir mostra os países e entidades políticas que reconhecem formalmente a Ossétia do Sul.
Estados parcialmente reconhecidos que reconhecem a independência da Ossétia do Sul
Abecásia — Reconhece a independência da Ossétia do Sul desde 2006.[17]
A Ossétia do Sul cobre uma área de cerca de 3 900 km² no lado sul do Cáucaso, separada pelas montanhas da Ossétia do Norte (parte da Federação Russa), mais populosa, e se projeta, rumo ao sul, até as cercanias do rio Mtkvari, na Geórgia. Seu relevo é extremamente montanhoso, e a maior parte do território está a mais de 1 000 metros de altitude. A economia é primordialmente agrícola, embora menos de 10% da terra do país seja cultivada. Os principais cultivos são de cereais, frutas e vinhas; outras fontes de renda também incluem a criação de gado e a engenharia florestal. Diversos complexos industriais também existem, centrados principalmente em torno da capital, Tsequinváli.
Demografia
Antes do conflito georgiano-osseta, cerca de dois terços da população da Ossétia do Sul era composta de ossetas, e 25-30% de georgianos. Não se conhece a atual composição da população, embora algumas estimativas de 2007 indicaram o número não oficial de 45 mil ossetas e 17,5 mil georgianos.[25]