População da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra [2]
1864
1878
1890
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1981
1991
2001
2011
2 613
3 495
4 514
4 070
5 606
6 067
4 467
5 197
6 285
6 857
13 962
40 358
43 364
34 851
33 827
Nos censos de 1864, 1878 e 1890 são duas freguesias distintas. Pelo decreto nº 12.783, de 07/12/1926, foram desanexados lugares destas freguesias para constituir a freguesia de Paço de Arcos. Com lugares desta freguesia foi criada em 1993 a freguesia de Porto Salvo
História
O Conde de Oeiras
O concelho de Oeiras é criado a 7 de Junho de 1759 por ordem de El-Rei D. José I. Durante a segunda metade do século XVIII, Oeiras vive um período de forte dinamismo. Fruto da acção directa de Sebastião José de Carvalho e Melo, Ministro de D. José I (Conde de Oeiras e Marquês de Pombal), durante a segunda metade do século XVIII, Oeiras vive um período de forte dinamismo e desenvolvimento local, que até então era de características predominantemente rurais. A elevação à categoria de Vila e o estatuto ganho com o estabelecimento da residência oficial do Marquês de Pombal em Oeiras permitiram não só a criação de novas acessibilidades e infra-estruturas, como também um aumento da população aristocrata na localidade. No plano económico, e tendo em conta as raízes rurais da localidade, assiste-se a mudanças muito significativas quer no campo da agricultura, quer no campo da indústria, transformando-se, em pouco tempo, numa das principais áreas de abastecimento da capital. Oeiras cresce como vila e como importante centro económico e de lazer. Cresce, por sua vez, o volume de construção de quintas apalaçadas e de casas de recreio. É durante o século XVIII que alguns dos principais monumentos da vila são construídos, com especial destaque para o Palácio do Marquês de Pombal, para a Igreja Matriz, para o centro histórico da vila e para o conjunto de fortificações construídas ao longo da linha da costa.
A criação da freguesia de Oeiras e São Julião da Barra
Em 1835 foram estabelecidas as bases do novo sistema administrativo, promulgada legislação adequada para a criação das Juntas de Paróquia, precursoras das Juntas de Freguesia. A freguesia de São Julião da Barra resumia-se estritamente à antiga fortificação, o que lhe dava uma característica puramente militar. No decreto de 6 de Novembro de 1836, consta que a freguesia de São Julião da Barra tinha apenas 24 fogos e encontra-se separada da freguesia de Oeiras que nessa época tinha 850 fogos[3]. Então, já em 1900, o Cardeal Patriarca decide anexar a freguesia de São Julião da Barra à freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras. Esta desagrega-se em 1926 com a criação da freguesia de Paço de Arcos, consolidando-se a freguesia de Oeiras e São Julião da Barra.
Crescimento e desenvolvimento
Entre finais do século XIX e inícios do século XX, com a construção da linha ferroviária de Cascais e, posteriormente, já na década de quarenta, com a construção da Estrada Marginal, a vila ganha uma nova vitalidade, tornando-se rapidamente, pela sua situação geográfica, um local muito apetecido. Apesar do seu rápido e notável crescimento, Oeiras acabou por ser vítima de um desenvolvimento desregulado, muito ao ritmo dos movimentos pendulares e de uma política social quase inexistente que, durante muito tempo, tornou a localidade num mero “dormitório”. No começo dos anos 80, Oeiras conhece um novo período de crescimento e desenvolvimento. É a partir desta década que muitos dos principais planos e projectos de desenvolvimento sustentado começam a ganhar forma.
A concretização do primeiro PDM (Plano Director Municipal), em 1994 foi um passo fundamental no sentido de desenvolver uma política de revitalização do Município de Oeiras. Deu-se início à construção de infra-estruturas para fins sociais, culturais, recreativos e desportivos; foi posto em prática um projecto de salvaguarda e promoção do património natural; apostou-se nas ciências e nas novas tecnologias, nomeadamente com a construção de centros empresariais e centros de investigação científica e tecnológica. Esta política, moderna, de desenvolvimento sustentado reforça o carácter distintivo do município, referência ao nível nacional e internacional.
Jardim secular de grande beleza, acolhe anualmente diversos eventos culturais, como teatro e música. Aqui é possível encontrar a Cascata dos Poetas, obra escultórica do século XVIII. Anexo ao jardim encontra-se a adega e o lagar de azeite.
Jardim Municipal de Oeiras
Também conhecido por Parque Almirante Gago Coutinho, é o principal parque de Oeiras e localiza-se no vale entre Oeiras e Santo Amaro, muito próximo das estações ferroviárias respectivas. É atravessado pela Ribeira da Lage, resulta da junção de duas quintas: do lado direito a Quinta do Arriaga e do lado esquerdo a Quinta do Proença. Caracteriza-se pelo ambiente agradável e relaxante que proporciona, onde é possível encontrar lagos, zonas arborizadas, animais, uma estufa-fria e um parque infantil.
Parque urbano de Oeiras, reconhecido como um "museu ao ar livre". Possui 22,5 hectares repartido por duas fases, tendo a última sido inaugurada em 2015. Poetas como Luís de Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner Andersen e Eugénio de Andrade são homenageados neste espaço urbano de lazer. Possui diversas infraestruturas, entre as quais se destacam o Estádio Municipal, o Templo da Poesia, auditórios ao ar livre e a fonte cibernética.
Quinta dos Sete Castelos
Área verde com cerca de 1,5 hectares, recentemente recuperada e localizada em Santo Amaro de Oeiras. Inclui espaços ajardinados, zona de pinhal, exemplares arbóreos de origem exótica, com bastante interesse botânico, e uma casa apalaçada.
Praias e Passeio Marítimo
Fazem parte da localidade de Oeiras e São Julião da Barra duas zonas balneares: a Praia da Torre e a Praia de Santo Amaro de Oeiras. São bastante concorridas, sobretudo no Verão, pela qualidade do seu areal e pelas boas acessibilidades.
O Passeio Marítimo, com início na Praia da Torre, tem uma extensão de 4000 metros, prolongado-se atualmente até à Doca da Direcção de Faróis, em Paço de Arcos. Passa por zonas relevantes, tais como o complexo do Porto de Recreio de Oeiras, a Praia de Santo Amaro e a Praia de Paço de Arcos.
Oeiras Marina
Situado na barra do Tejo, é um complexo formado pelo Porto de Recreio de Oeiras e Piscina Oceânica.
O Porto de Recreio tem uma profundidade de 3,5 metros e um cais de recepção de 58 metros, com capacidade para 274 embarcações “a nado” e para cerca de 100 embarcações “a seco”. Dispõe ainda de estacionamento automóvel, quatro edifícios comerciais, instalações da PSP e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Por sua vez, a Piscina Oceânica de Oeiras, inaugurada em 1995, é constituída por dois planos de água, para adultos e crianças com uma área de 1500 m2 e 330 m2, respetivamente.
Demografia
Nos Censos de 1991 a freguesia tinha 43364 habitantes, sendo que em 2001 o valor desceu para 34850. Em 2011 a população também teve um decréscimo, em menor escala, para 33827 habitantes.[4]
Infraestruturas
Educação
Oeiras está dotada de boas escolas, desde a educação pré-escolar até ao Secundário. Ao longo dos anos houve sempre um grande investimento ao nível da educação, que visa o bom desenvolvimento de Oeiras. É atualmente o Município, a nível nacional, com maior concentração de licenciados e doutorados e um dos que apresentam uma menor taxa de abandono escolar e de saídas precoces do sistema educativo.[5]
Escolas públicas
EB1/JI Manuel Beça Múrias
EB1/JI Sá de Miranda
EB1 Conde de Ferreira
EB1 Gomes Freire de Andrade
EB1 António Rebelo de Andrade
EB 2,3 Conde de Oeiras
EB 2,3 São Julião da Barra
Escola Secundária Quinta do Marquês
Escola Secundária Sebastião e Silva (antigo Liceu de Oeiras)
De notar que apesar da existência destes meios de transporte, Oeiras é no entanto um Município que pouco aposta em outros meios de locomoção para além do automóvel. As ciclovias são praticamente inexistentes (excepção feita a alguns arruamentos de Nova Oeiras) e os passeios encontram-se degradados e/ou não cumprem os requisitos mínimos de segurança.
Combus Oeiras
Serviço que consistia na disponibilização de carreiras urbanas de transporte coletivo com benefícios sociais e que operou no Município de Oeiras entre Junho de 2007 e 28 de Fevereiro de 2014[6]. Resultou de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Vimeca Transportes – Viação Mecânica de Carnaxide.
A antiga freguesia acompanhou o processo de restruturação comercial e cultural da Vila de Oeiras. O Palácio do Egipto foi re-construído no centro histórico e reabriu dia 25 de Junho de 2009 incluindo um centro cultural com exposições, uma livraria sobre Oeiras, 1 nova esplanada (e mais 2 espaços ainda por inaugurar) e um novo palco para eventos culturais. Foi entretanto também reconstruído um velho edifício onde o Município de Oeiras abriu uma loja turistica para promover o Vinho de Carcavelos, produzido na Estação Agronómica Nacional localizada em Oeiras, na antiga freguesia de Oeiras e São Julião da Barra.