A Ocupação de Ningbo foi um período de cinco meses, entre 1861 e 1862, durante o qual o Reino Celestial Taiping, com êxito, ocupou a cidade de Ningbo, durante a Rebelião de Taiping. Apoio por parte dos franceses e dos britânicos acabaram por permitir que a dinastia Qing conseguisse retomar a cidade.
Queda de Ningbo
Em dezembro de 1861, Taiping, já tendo controlado o interior da província de Zhejiang por muitos meses, começou a marchar em direcção a Ningbo, sob o comando de Huang Chengzhong e Fan Youzeng. Quando as forças de Taiping se aproximaram da cidade, elas foram abordadas por britânicos, franceses, e por diplomatas americanos que tentaram dissuadi-los de tomar a cidade. Embora os diplomatas ocidentais, inicialmente, tenham sido bem-sucedidos a travar as forças de Taiping, eles foram, em última análise, apenas capazes de extrair promessas de que os seus interesses não seriam prejudicados. No dia 9 de dezembro de 1861, cerca de 60.000 homens de Taiping invadiram Ningbo. Apesar do facto de que os britânicos tinham andado a treinar as forças locais da dinastia Qing, não houve militares que provocassem qualquer oposição à captura de Ningbo por parte dos Taiping.
Ocupação de Ningbo
A captura de Ningbo deu a Taiping o acesso ao mar e a oportunidade para demonstrar que a governação de Taiping não iria prejudicar interesses estrangeiros. Inicialmente, a reacção dos estrangeiros à ocupação foi positiva, mesmo daqueles que eram normalmente críticos de Taiping, como Harry Parkes e S. Wells Williams. No entanto, apesar de os Taiping serem bem-disciplinados e terem tomado medidas conducentes ao comércio, mais tarde uma série de erros fez com que os britânicos começassem a vê-los com maus olhos, tendo mesmo começado a prepararem-se para uma eventual retomada da cidade pelos Qing.
Chen Zhengyue, um bagongsheng e membro da mais ricas famílias do Condado de Ying, desenvolveu um plano para retomar Ningbo.[6] Ele convenceu as tropas de Qing para tentar retomar Ningbo, colaborou com os exércitos estrangeiros para organizar uma acção aliada, e forneceu o financiamento para a expedição.[7]
Retomada de Ningbo
No dia 10 de Maio de 1862, Zheng Afu, o servo pessoal de Frederick E. B. Harvey, e Apak, uma pirata costeira que comandou uma frota de 150 pequenos barcos armados que, com êxito, incitou um ataque britânico, disparando contra o HMS Encounter (1846) do lado do rio de Taiping. Este ataque de falsa bandeira que matou dois soldados britânicos fez com que Roderick Dew, o comandante do Encounter, juntamente com os franceses, a iniciarem uma completa chuva de artilharia de barragem em Taiping. Camponeses e piratas, em seguida, invadiram Ningbo. Zheng foi pessoalmente responsável por dirigir a tortura e a execução sumária de prisioneiros no rescaldo da operação.
Rescaldo
Depois de Ningbo ser sido recapturada pelas forças da dinastia Qing, Apak e a sua frota de piratas começaram a bloquear o rio e interromperam o comércio da cidade.
Referências
- ↑ Xiaowei Zheng, Loyalty, Anxiety, and Opportunism: Local Elite Activism during the Taiping Rebellion in Eastern Zhejiang, 1851–1864, Late Imperial China, Volume 30, Number 2, December 2009, pp. 39-83, at 39-40
- ↑ Xiaowei Zheng, Loyalty, Anxiety, and Opportunism: Local Elite Activism during the Taiping Rebellion in Eastern Zhejiang, 1851–1864, Late Imperial China, Volume 30, Number 2, December 2009, pp. 39-83, at 40
Bibliografia
- Uhalley Jr., Stephen (1971). The Taipings at Ningpo: The Significance of a Forgotten Event. Journal of the Hong Kong Branch of the Royal Asiatic Society. 11. [S.l.: s.n.]
- Platt, Stephen R. (2012). Autumn in the Heavenly Kingdom: China, the West, and the Epic Story of the Taiping Civil War. [S.l.]: Knopf