O oboé é um instrumento musical de sopro, classificado como um aerofone, membro da família das madeiras. Este instrumento contém uma palheta dupla. A família das madeiras inclui também as flautas, clarinetes, fagotes, saxofones, entre outros, sendo que oboés e fagotes possuem palhetas duplas. O corpo do oboé, em formato cônico, é normalmente em madeira (ébano, jacarandá e outras), mas pode ser também encontrado em resina, compósitos e plástico. A palheta dupla é constituída por uma pequena e delgada tira de uma cana especial (cana-do-reino), da espécie Arundo donax, dobrada em dois e um pequeno tubo de metal (tudel) é colocado entre os dois lados da tira dobrada, a qual é então passada em volta do tubo e firmemente amarrada a ele. A parte dobrada da tira é cortada e as duas extremidades, criteriosamente desbastadas e raspadas, constituindo então a palheta dupla. O tubo de metal encaixa-se em uma base de cortiça que é firmemente fixada na extremidade superior do oboé.
O oboé constitui por si só uma subfamília de instrumentos, que inclui o oboé soprano em Dó (o mais comumente encontrado, como o da foto), o oboé d'amore (um pouco mais grave, em Lá), o corne inglês (mais grave ainda, em Fá), além de outros que são bastante raros, como o oboé musette (ou oboé piccolo, em Fá, geralmente), oboé barítono e oboé baixo.[1]
O músico que toca o oboé é denominado oboísta.
Técnica
O oboé é considerado como um dos instrumentos de sopro de técnica mais difícil (requer grande controle respiratório e relativamente altas pressões de sopro), além de sofisticado controle labial das vibrações da palheta, por meio da chamada embocadura.
Coloca-se a extremidade da palheta dupla entre os lábios, retraindo-os levemente para dentro da boca sem tocar nos dentes. O instrumentista deve manter um sopro contínuo entre as duas extremidades da palheta dupla, colocando-as assim em vibração, uma contra a outra (da mesma maneira que as bordas de uma folha dobrada vibram quando apertadas entre os dedos e sopradas). A vibração das duas canas coloca a coluna de ar existente dentro do oboé também em vibração, produzindo assim o som das notas musicais.
O som
O som do oboé é rico em parciais harmônicos, sendo as notas agudas bem penetrantes, motivo pelo qual o oboé é o instrumento usado para iniciar o tom de afinação de uma orquestra, a pedido do spalla. O som do oboé é comumente referido como sendo "anasalado", termo discutível, mas que é encontrado em livros de orquestração.
Alguns compositores se dedicaram à composição de concertos para oboé e orquestra e para oboé e cordas, como Tomaso Albinoni, Mozart e Vivaldi.
Origem do nome
Oboé vem do nome francêshautbois, que significa madeira alta, devido ao seu registro agudo. Embora a pronúncia atual de hautbois se assemelhe a oboá, até o século XVII a pronúncia era oboé. Como o instrumento já havia se espalhado pelo mundo quando esta mudança ocorreu, o nome permaneceu assim em português e em algumas outras línguas. Pela mesma razão, em algumas línguas o instrumento é chamado de oboa.
Família do oboé
Outros instrumentos da família do oboé são o oboé piccolo em Fá, o oboé d'amore em Lá, o oboé baixo em Dó (chamado oboé barítono em França) e oboé contrabaixo em Dó.
Aparentados com o oboé são o corne inglês (que integra regularmente as orquestras desde o século XIX) e o Heckelphone.
Obras para oboé solo, entre a Fantasia Sul América e Mutationen X de Claudio Santoro e a Partita de Ernst Widmer. Heitor Alimonda também escreveu excelente obra para oboé solo, gravada por Ricardo Rodrigues.
Ernst Mahle compôs um interessante Concertino para corninglês e cordas.
Referências
↑Baines, Anthony (1967). Woodwind Instruments and Their History, third edition, with a foreword by Sir Adrian Boult. London: Faber and Faber. [S.l.: s.n.]
Ligações externas
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