O Caso dos Irmãos Naves é um filme brasileiro de 1967, do gênero drama, dirigido por Luís Sérgio Person e com roteiro co-escrito por este e Jean-Claude Bernardet. O filme conta a história real do Caso dos Irmãos Naves, ocorrido durante o Estado Novo, na qual dois irmãos foram presos e forçados, através de tortura, a confessarem um crime que não cometeram; o roteiro do filme foi livremente adaptado do romance de João Alamy Filho, que fora o advogado dos irmãos.
O filme foi inscrito na quinta edição do Festival Internacional de Cinema de Moscou, sendo lançado nos cinemas do Brasil em 5 de junho de 1967.[1] O Caso dos Irmãos Naves chegou a ser nomeado como representante brasileiro na disputa por uma indicação ao Óscar de melhor filme estrangeiro em 1968, mas nem mesmo chegou a ser finalista.[2]
Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.[3]
Sinopse
Conta a história real, ocorrida em Araguari (interior de Minas Gerais), da prisão e tortura dos irmãos Naves, Joaquim e Sebastião, injustamente acusados de um crime na época do Estado Novo de Getúlio Vargas. Presos e torturados, os Naves são obrigados a confessar um crime que não cometeram.
Segundo o professor Sergio Salomão Shecaira e o deputado federal Paulo Teixeira:
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Na ditadura Vargas, o recurso se processava com o réu preso, ainda que este fosse absolvido em primeira instância. No famoso erro judiciário conhecido como Caso dos Irmãos Naves, dois irmãos permaneceram encarcerados por oito anos durante todo o processamento do recurso do Ministério Público. Os réus haviam sido absolvidos pelo Tribunal do Júri de Araguari e só foram condenados pelo Tribunal de Belo Horizonte. Somente após a concessão da liberdade em sede de livramento condicional um dos acusados descobriu que a suposta vítima de homicídio estava acoitada na fazenda de seu pai. Naquele caso, a concessão da liberdade acabou funcionando como um permissivo para que o acusado de um crime muito grave pudesse demonstrar sua própria inocência. O Estado pagou a maior indenização de que se tem notícia por um erro judiciário.[4]
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Elenco
Principais prêmios e indicações
- Festival de Brasília 1967 (Brasil)
- Vencedor (Troféu Candango) nas categorias:
- Melhor Roteiro
- Melhor Atriz Coadjuvante (Lélia Abramo).
- Festival de Moscou 1967 (Rússia)
Ver também
Referências