O Barco é um filme de dramabrasileiro de 2020 dirigido por Petrus Cariry a partir de um roteiro do diretor, Rosemberg Cariry e Firmino Holanda. Trata-se de uma adaptação do conto homônimo escrito por Carlos Emílio Corrêa Lima.[1] O filme conta a trajetória de uma mulher mãe de 26 filhos que vive em uma pacata vila de pescadores mas que tudo se transforma com a chegada de uma mulher misteriosa e um barco naufragado.[1]
Sinopse
Esmerina (Verônica Cavalcanti) é uma mulher que vive em uma comunidade de pescadores no Ceará e tem 26 filhos, cada um deles possui um nome com uma letra do alfabeto. Ela é capaz de decifrar o futuro a partir deles e prevê a chega de um barco misterioso na comunidade e de uma mulher pelas águas. O destino dessa comunidade é transformado por causa desses acontecimentos.[2]
O conto O Barco, de Carlos Emílio Corrêa Lima, foi adaptado para o formato cinematográfico pelo próprio diretor do filme em parceria com Rosemberg Cariry e Firmino Holanda. Bárbara Cariry assina a produção executiva do filme enquanto que Teta Maia é responsável pela direção de produção. João Victor Barroso é o compositor da trilha sonora original.[1]
As gravações ocorreram ao longo de quatro semanas na Praia das Fontes, no Ceará, que possui paisagens paradisíacas. A produção é da companhia Iluminura Filmes, que reúne, em sua maioria, profissionais do próprio estado do Ceará.[1] Petrus Cariry, além de ser responsável pela direção, roteiro e montagem, também comanda a direção de fotografia do filme.[1]
Lançamento
A estreia do filme ocorreu em 2018 quando foi exibido no Cine Ceará, onde foi selecionado para a mostra competitiva oficial e foi premiado em diversas categorias.[3] Em seguida o filme percorreu o circuito de festivais sendo selecionado para mais de 20 eventos, nacionais e internacionais. Participou da seleção do Oldenburg International Film Festival, na Alemanha, Rengo International Film Festival, no Chile, Trieste Festival of Latin-American Cinema, Itália, e muitos outros. Somente chegou ao circuito comercial de salas de cinema em 5 de novembro de 2021 com distribuição pela Sereia Distribuidora. [1]
Recepção
Crítica
O filme foi recebido com críticas positivas por parte dos críticos especializados. Escrevendo para o websitePlano Aberto, Matheus Fiore classificou o filme com 4 de 5 estrelas e disse que "O Barco se apresenta como uma obra que contempla a complexidade do mundo apresentado, sem nunca ter pressa ou até mesmo interesse em esmiuçar cada uma de suas camadas. É um filme que constrói certo magnetismo na relação de seus personagens com o mar, de forma que eles não conseguem se afastar dele, mas também não possuem as ferramentas intelectuais de explorá-lo."[4] Denis Le Senechal Klimiuc escrevendo em Cinema com Rapadura disse que "tendo o Letra A como guia de quem acompanha a obra, com certeza a impressão deixada é de que este é um filme ímpar, que conversa com a solidão como O Farol o fez, mas que traz uma leitura aberta para que o espectador atribua à sua experiência sua própria bagagem, o que enriquece ainda mais a produção deste filme, que foi feito para ser merecidamente memorável." Ele ainda atribuiu nota máxima ao filme em sua resenha.[5]
Bruno Carmelo, para o websiteAdoroCinema, atribuiu ao filme 3,5 de 5 estrelas, o que o classifica como "Bom". Ele escreveu que "a pluralidade de elementos nem sempre se completa bem: muitos personagens não interagem uns com os outros, existindo em núcleos isolados. A mãe Esmerina (Verônica Cavalcanti) sabe da existência de Ana? Outras pessoas, além dos membros da família principal, interagem com o cego (Everaldo Pontes)? Pela imersão num território psicológico, mais do que propriamente social, a narrativa foge à impressão de coletividade, evitando representar os espaços para além do mar, da areia, do casebre."[6]