Nevermore foi uma banda americana de power/thrash metal de Seattle, Washington. Formada em meados de 1991, a banda incorporava em suas músicas elementos de diversos estilos tais como thrash metal, power metal, groove metal e metal progressivo, fazendo também uso de sons acústicos e uma grande e variada gama de estilos vocais. A descrição precisa do seu estilo musical é tema de debate tanto entre críticos quanto pelos fãs, já que a banda acabou criando sua própria identidade.
Após um desentendimento entre os integrantes, a banda entrou em hiato em 2011, com o vocalista Warrel Dane e o baixista Jim Sheppard reunindo-se com seu antigo projeto chamado Sanctuary. O guitarrista Jeff Loomis atualmente encontra-se na banda Arch Enemy.
História
O Nevermore surgiu no começo dos anos 90 quando a banda Sanctuary, pressionada por sua gravadora a mudar de direcionamento musical, encerrou prematuramente suas atividades durante a gravação do terceiro álbum de forma nada amigável. Dois dos integrantes, o vocalista Warrel Dane e o baixista Jim Sheppard, não concordavam com a mudança proposta pela gravadora e aparentemente bem recebida pelos outros membros: abandonar o Heavy Metal e entrar de cabeça no Grunge (estilo que alcançava o grande sucesso no mainstream devido à bandas como Nirvana, Mudhoney e Pearl Jam, estilo este que teve seu fim ainda na década de 90).[1] Os ânimos na banda já andavam exaltados quando os integrantes literalmente "saíram no braço" durante uma festa, selando assim o destino da banda. Só restou a Warrel Dane e Jim Sheppard começar um novo projeto que refletisse não somente a proposta original do Sanctuary, mas que abrisse portas para a fusão de outros estilos de Metal (o nome Nevermore foi decidido no dia seguinte a briga, enquanto os dois escutavam uma música da banda de doom metal, Trouble).
A adição do guitarrista Pat O'Brien viria a acontecer pouco antes do lançamento do EP In Memory em 1996. O'Brien ainda participou das gravações do álbum seguinte - ThePolitics of Ecstasy em 1996, pouco antes de deixar a banda para integrar a banda de death metalCannibal Corpse. Tim Calvert, que já tinha participado da composição de algumas músicas do Nevermore passa a integrar a banda a partir da saída de O'Brien.
Em 1999 o Nevermore lança Dreaming Neon Black, depois de três anos sem lançar nenhum disco. Sendo muito bem recebido pela crítica, o álbum narra a história de um homem em seu lento declínio em direção à loucura após a morte da única mulher que amara. As faixas apresentam uma gama variada de estilos, partindo de músicas lentas e melancólicas até músicas mais agressivas e progressivas. Warrel Dane é outra vez o destaque, imprimindo sua marca na interpretação por vezes melancólica, por vezes desesperada das letras que refletem o conceito de algumas músicas do álbum: a experiência de Dane com sua namorada, desaparecida após se unir a uma seita religiosa.[2]
Uma longa turnê se seguiu, com o Nevermore tocando com diversas bandas de renome como Mercyful Fate, Arch Enemy e Iced Earth. Ao fim da turnê, em 2000, o guitarrista Tim Calvert anuncia a sua saída amigável da banda alegando razões pessoais. Ao invés de procurar um substituto, a banda decide continuar como um quarteto, usando os préstimos de guitarristas convidados para tocar ao vivo, como o Curran Murphy (que tocou no Annihilator), e Chris Broderick da banda Jag Panzer's.
Ainda no ano 2000 o Nevermore entra em estúdio para gravar Dead Heart in a Dead World sob o comando de Andy Sneap (Megadeth, Kreator, Exodus) no Village Productions, em Tornillo, Texas[3]. Carregando uma riqueza de influências ainda maior, o álbum traz faixas com elementos do Metal progressivo ao Thrash metal. A sonoridade se torna ainda mais pesada devido a utilização de guitarras de 7 cordas usadas por Jeff Loomis e desta vez há temas mais variados nas letras do que seu antecessor, como o abuso de drogas em Narcosynthesis, o ateísmo em Believe In Nothing, que também ganhou videoclipe, e um cover de The Sound Of Silence, de Simon & Garfunkel. Após o lançamento do álbum em 13 de setembro de 2000 (que outra vez recebeu críticas super-positivas da mídia especializada), a banda sai em turnê e passa pela 1° vez no Brasil fazendo dois shows numa mini-turnê com a banda de death metalKrisiun. Em 2001 a banda teve sua turnê americana ao lado do Savatage interrompida por conta dos Ataques de 11 de setembro de 2001[4]. Em 2020, o álbum foi classificado como 48° entre os 50 melhores álbuns de metal dos anos 2000 pela revista britânica Kerrang![5]
O quinto álbum, Enemies of Reality, permanece em produção por mais de um ano e é lançado em meados de 2003. Apesar do álbum mostrar um Nevermore cada vez mais técnico e agressivo, a produção do álbum, que ficara a cargo do renomado produtor Kelly Gray, não agrada. As críticas são tantas que a banda decide, em 2004, entregar a re-masterização do material à Andy Sneap. O resultado, nitidamente melhor, pode ser conferido no relançamento do álbum (com uma capa ligeiramente diferente). Neste ínterim, a banda passa a ser um quinteto novamente com a adição do guitarrista Steve Smyth (ex-Testament/Vicious Rumours).
Em julho de 2005 a banda lança This Godless Endeavor, aclamado por muitos como o melhor trabalho da banda até agora. O álbum mescla com maestria elementos dos três últimos (e mais bem-sucedidos) álbuns: a melancolia de Dreaming Neon Black, o peso de Dead Heart in a Dead World e o lado mais técnico de Enemies of Reality. Tudo isso recheado por letras críticas e reflexivas sobre temas que abrangem religião, sociologia e política. Logo após o lançamento a banda sai em turnê com o festival itinerante Gigantour (capitaneado por Dave Mustaine do Megadeth) sendo uma das suas principais atrações.[6]
Em 2008 é lançado em CD e DVD The Year Of The Voyager, registro ao vivo da banda de apresentações realizadas entre 2005 e 2006.[1] Nesse mesmo ano Warrel Dane lança Praises to the War Machine, seu primeiro disco solo, enquanto Jeff Loomis segue o mesmo caminho, com Zero Order Phase[7]. No ano seguinte é lançada a coletâneaManifesto of Nevermore pela Century Media.
The Obsidian Conspiracy, seu último disco, foi lançado em 2010, sucedido por uma turnê. Em abril de 2011, o guitarrista original Jeff Loomis e o baterista Van Willians anunciaram suas saídas do Nevermore.[8]
Warrel Dane faleceu em 2017 após sofrer um infarto num flat em São Paulo, enquanto trabalhava em seu segundo álbum solo[9][10].