No final de janeiro de 2018, a cidade tinha uma população estimada em 323.259 habitantes[1] e uma densidade populacional de 8.169,29 habitantes/km². A área total é de 39,57 km².[2]
Naha é uma cidade costeira da parte sul da Ilha Okinawa, a maior da Prefeitura de Okinawa, no Mar da China Oriental. A cidade moderna foi oficialmente fundada em 20 de maio de 1921. Antes disso, Naha foi por séculos um dos mais importantes e populosos locais de Okinawa.[3]
Naha é o centro político, econômico e educacional da Prefeitura de Okinawa. Nos períodos medieval e moderno inicial, foi o centro comercial do Reino de Ryukyu.[3]
História
De acordo com o Irosetsuden, o nome de Naha vem de seu nome original, Naba, que é o nome de um grande pedra em forma de cogumelo na cidade. (Naba é uma palavra em Japonês Ocidental e Ryukyuan para cogumelo). Com o tempo, a pedra se desgastou e ficou enterrada, e a pronúncia e seu kanji mudaram gradualmente.[4]
Em Naha, algumas relíquias arqueológicas da Idade da Pedra foram encontradas. Do Período Jōmon, antigas moedas chinesas foram encontradas. Cerâmicas encontradas por arqueólogos indicam que a área era um ponto de comércio com o Arquipélago Japonês e a Península Coreana pelo menos desde o século XI. Apesar de não haver registros de quando a área se tornou organizada como uma cidade portuária em funcionamento, ela já estava ativa na época da unificação do Reino de Ryukyu no início do século XV.[5]
Apesar de hoje Naha ter crescido para incorporar a antiga capital real de Shuri, o centro intelectual de Kumemura, e outras cidadezinhas e vilas, no período do Reino Ryūkyū, era uma cidade bem menor, apenas uma cidade portuário, não um centro político.[3]
A Naha medieval era em uma minúscula ilha chamada Ukishima, conectada à Ilha de Okinawa por uma estreita ponte chamada Chōkōtei (長虹堤 lit. "aterro do longo arco-íris") que lavava até Shuri. A principal área portuária para comércio internacional, a Naha propriamente dita, era dividida nos distritos Leste (東, higashi) e Oeste (西, nishi) e fica na parte sudoeste de Ukishima. Um grande mercado a céu aberto funcionava de frente para o centro de comércio do governo real, ou oyamise (親見世). Um grande número de templos e santuários Japoneses eram localizados ali, junto a uma residência e a embaixada, conhecida como Tenshikan (天使館), para oficiais Chineses visitantes. Dois fortes (Mie gusuku e Yarazamori gusuku) foram construídos estendendo-se pela entrada do porto para defendê-lo. Uma pequenina ilha dentro do porto tinha um armazém, Omono gusuku (御物グスク), usado para estocar bens de comércio.[6]
Tomari (泊), na Ilha de Okinawa ao nordeste de Ukishima, servia como porto principal para o comércio dentro das Ilhas Ryūkyū. Os administradores de Tomari também eram responsáveis por coletar e administrar os tributos pagos ao reino pelas Ilhas Amami.[6]
Tradicionalmente acredita-se que Kumemura foi fundada por 36 famílias Min enviadas à Ryūkyū pela Corte Imperial Chinesa Ming para ser habitada primariamente ou exclusivamente pelos descendentes desses colonos; o historiador Takashi Uezato afirma, entretanto, que devido a notoriedade de Naha nas redes comerciais internacionais marítimas, é bem provável que muitos outros chineses, principalmente de Fujian e outras áreas de comércio marítimo ao longo da costa sul da China, também se instalaram na região[7]
Um templo Confuciano, presente do Imperador Kangxi, foi construído em Kumemura na década de 1670; o Meirindō, uma escola de ensinamento Confuciano chinês clássico, foi estabelecida em 1718. Seguindo sua destruição na Segunda Guerra Mundial, o Meirindō, templo Confuciano, e o santuários Tenpigū, Taoístas, foram reconstruídos no local do templo Tensonbyō ao norte de Kume, onde permanecem hoje como o templo Confuciano Shiseibyō.[3]
O esquadrão expedicionário do comodoroMatthew C. Perry fez uma parada em Naha em sua viagem para Tóquio em 1853. As litografias preparadas a partir de desenhos feitos pelo artista oficial da expedição foram amplamente divulgadas. Essas imagens forneceriam a base para as impressões do século XIX sobre a geografia e as pessoas das ilhas Ryūkyū.[3]
Após a substituição do Reino de Ryūkyū pelo Domínio Ryūkyū em 1872, Naha se tornou a capital. O Domínio Ryūkyū foi abolido em 1879 e o antigo Reino Ryūkyū chegou ao fim, sendo completamente anexado ao Japão como Prefeitura de Okinawa, com Naha permanecendo como capital. Shuri e outras municipalidades vizinhas foram absorvidas pela cidade.[3]
Um decreto Imperial de julho de 1899 estabelece Naha como um porto aberto para comércio com os Estados Unidos e o Reino Unido.[8]
Durante a Batalha de Okinawa na Segunda Guerra Mundial, Naha sofreu um dano extensivo por conta da luta. O centro inteiro da cidade teve de ser reconstruído.
Naha está entre o clima subtropical úmido (KöppenCfa) e o clima equatorial (KöppenAf), com verões quentes e invernos suaves. A precipitação é abundante ao longo do ano; setembro é o mês mais úmido e dezembro o mês mais seco. Naha tem verões quentes e úmidos com julho e agosto sendo os meses mais quentes, excedendo uma média máxima de 31 °C. Os invernos são quentes, se comparados ao do resto do Japão, sendo os meses de janeiro e fevereiro os mais frios tendo uma temperatura máxima média de 19 °C à 20 °C e mínimas de 14 °C à 15 °C. A cidade recebe uma grande quantidade de chuva com uma média que ultrapassa 2000 mm por ano.[10]
Naha possui quatro universidades. Duas são administradas pela Prefeitura de Okinawa e as outras duas são privadas. A Universidade dos Ryukyus, a única universidade nacional na prefeitura, se localizava em Nara, no Castelo Shuri. Antes da restauração do castelo, a universidade se mudou para a cidade de Nishihara ao nordeste de Naha.[12]
As shōgakkō e as chūgakkō são administradas pela Conselho de Educação da Cidade de Naha.[13] As escolas de ensino médio são administradas pelo Conselho de Educação Prefeitural de Okinawa.
Economia
A economia de Naha é dominada pelo turismo, varejo e serviços industriais. Os maiores bancos de Okinawa, Bank of the Ryukyus,[14] Bank of Okinawa[15] e Okinawa Kaiho Bank,[16] estão sediados em Naha. O Banco do Japão, Mizuho Bank, Shoko Chukin Bank e Japan Post Bank possuem filiais em Naha. As principais companhias de seguros internacionais também têm call centers com base na cidade.
O Aeroporto de Naha é o principal meio de transporte da região com o resto do Japão. A Japan Transocean Air e a Ryukyu Air Commuter, subsidiárias da Japan Airlines, estão sediadas em Naha.[17][18]
Criminalidade e segurança
Dois grupos da Yakuza, o Kyokuryu-kai e o Okinawa Kyokuryu-kai, estão sediados em Naha.[19] O Okinawa Kyokuryu-kai é o maior grupo yakuza de Okinawa, seguido pelo Kyokuryu-kai.[20]
Cultura
Religião
A Catedral do Imaculado Coração de Maria (Igreja Kainan) é a sé episcopal da Diocese Católica Romana de Naha.[21]
O restaurado e reconstruído Castelo de Shuri, o antigo palácio real do Reino de Ryūkyū, é um dos mais famosos gusuku (castelo Okinawano) e um dos mais importantes locais históricos de Naha. O palácio, e uma série de túneis embaixo dele, foram usados como um importo posto de comando pelos militares Japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e o castelo foi quase completamente destruído em 1945 após ataques Norte-americanos. Após a guerra, a Universidade dos Ryūkyūs foi construída no local. Hoje, o Castelo de Shuri se encontra reconstruído, incluindo o famoso Shureimon, seu portal principal, e está registrado, junto com vários outros gusuku e locais históricos e sagrados Okinawanos como Patrimônio Mundial da UNESCO.[25]
Naha-te, (mão de Naha), chamado de Nawate por Gichin Funakoshi, é um tipo de arte marcial indígena desenvolvido em Naha.[27] Seus estilos sucessores são o Gōjū-ryū, Uechi-ryū, Ryūei-ryū, e Tōon-ryū.
↑Uezato, Takashi. "The Formation of the Port City of Naha in Ryukyu and the World of Maritime Asia: From the Perspective of a Japanese Network. (em Inglês)" Acta Asiatica vol 95 (2008). Tokyo: Tōhō Gakkai (Instituto de Cultura Oriental). pp. 57-58.