O Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires (日本二十六聖人記念館,Nihon nijūroku seijin kinenkan?) é um museu de arte religiosa, situado na colina Nishizaka, na cidade de Nagasáqui, na província homónima do Japão.[1][2][3]
O missionário português Luís Fróis descreveu o martírio dos cristãos ordenado por Toyotomi Hideyoshi no seu último livro Relacion del martirio de los 26 cristianos crucificados em Nagasaki el Febrero de 1597. Este foi escrito sob a tremenda impressão do cruel acontecimento, terminado cinco semanas após as execuções, e quatro meses da morte do autor[7].
O principal tema inerente ao museu e ao monumento é "O Caminho até Nagasáqui", que simboliza não apenas o trajeto físico, mas também o espírito cristão dos mártires. A coleção do museu inclui os importantes artigos históricos do Japão e da Europa (como as cartas originais do missionário jesuíta e santo católico Francisco Xavier), bem como as obras artísticas modernas sobre o período cristão no Japão. As exposições são organizadas cronologicamente em três períodos: a propagação cristã, os martírios e a persistência da cristandade clandestina durante a perseguição.[2]
O monumento principal com uma estrutura de bronze extensa a representar os vinte e seis mártires, foi projetado pelo escultor japonês Yasutake Funakoshi, que levou quatro anos para completar a obra.[8]
As exposições incluem os exemplos do fumi-e (imagens para pisar). Entre 1629 e 1857, os residentes de Nagasáqui foram forçados a participar num ritual de pisar nas imagens de Jesus e Maria para provar que não eram cristãos, do contrário eram torturados ou lançados sob o vulcão do Monte Unzen.[9] Também há estátuas da Virgem Maria com os aspetos das deidadesbudistas como Miroku e Kwannon, bodhisattvas a quem os cristãos escondidos (隠れキリシタン,Kakure Kirishitan?) rezavam.[10]
O altar dos mártires foi construído como um monumento às pessoas que morreram ali. A imagem da flor de ameixoeira no centro do altar foi escolhida porque as ameixeiras florescem em fevereiro, o mês do martírio dos vinte e seis santos, que comemora-se a 6 de fevereiro.[11]
Em 1962, Kenji Imai recebeu o Prémio do Instituto de Arquitetura do Japão pela elaboração do Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires.[12][13] O museu foi visitado pelo papa João Paulo II em 1982.[14] Em 2003, o museu foi registado na Fundação DOCOMOMO (Documentação e Conservação dos Edifícios, Sítios e Espaços Públicos do Movimento Moderno) do Japão.[15]