As mulheres em Artsaque são, em geral, composta por mulheres de origem étnica armênia, azeri (proveniente do Azerbaijão) e outros grupos étnicos presentes no sul do Cáucaso. Esta diversidade étnica de mulheres em Artsaque resultou porque, historicamente, Nagorno-Karabakh (ou Artsaque) tornou-se uma parte do Azerbaijão após a queda e a desintegração da União Soviética. No entanto, após o conflito de Nagorno-Karabakh, ocorrido entre 1988 e 1994 e que colocou de lados opostos forças militares da Armênia e Azerbaijão, a região é atualmente ocupado e governada pela Armênia. A declaração de independência de Artsaque não goza de aprovação por parte da Arménia e Azerbaijão. Atualmente, o território não é oficialmente reconhecido como uma nação pela comunidade internacional, apesar de ser de facto um país independente.[1]
Por estas razões, as mulheres em Artsaque estão muitas vezes sujeitas às políticas restritivas que afetam a república autoproclamada, como a falta de reconhecimento internacional e o direito de ir e vir restrito à república e ao território armênio. A extensão pertencente ao que hoje é conhecido geograficamente como Nagorno-Karabakh é ainda oficialmente e tecnicamente considerado como uma parte do Azerbaijão. As organizações de mulheres baseadas no Azerbaijão e na Arménia, são os principais apoiadores para o esforço de construção da paz no território desde 2004. Algumas das organizações envolvidas incluem o Centro de Recursos de Mulheres em Yerevan e a Fundação Kvinna Till Kvinna, sediada na Suécia mas com atuação no Azerbaijão.[1]
Políticas para as mulheres, tais como saúde e educação, ainda são escassas, embora o país receba grande apoio do governo armênio para lidar com direitos fundamentais básicos. As mulheres também estão sub-representadas politicamente, uma vez que o Parlamento de Artsaque nunca teve um parlamentar do sexo feminino eleito. Artsaque também não divulga ações e políticas que desenvolve voltado para as mulheres, apesar de ser de conhecimento amplo que os direitos civis básicos são garantidos a elas, tais como o sufrágio universal e o acesso à saúde e ao mercado de trabalho.[1]
O papel das mulheres nos esforços feitos por Artsaque incluem a realização de consultas em fóruns sobre a construção da paz, tais como as "Conferência de mulheres de Nagorno-Karabakh para a paz e a coexistência pacífica", realizada em julho de 2002, que foi realizada em Stepanakert, capital de Artsaque. Os temas abordados durante as conferências e fóruns incorporaram o papel das mulheres como forças de paz, a "consolidação da democracia" na região, dos direitos humanos em situações vulneráveis na área, execução de coexistência pacífica, a análise das consequências da guerra e conflito, diálogo entre as comunidades, a solução pacífica de controvérsias, protecção das mulheres e crianças, questões sócio-econômicas e políticas, e "reabilitação pós-conflito da região", dentre outros.[2][3]