O Movimento Independente para a Reconstrução Nacional / Partido da Direita Portuguesa (MIRN/PDP), foi um partido português, já dissolvido, fundado em 1979.
Defendia o estabelecimento de um regime presidencialista[1] e foi frequentemente conotado com a extrema-direita.
História
Foi oficialmente inscrito como partido em 1979 tendo na sua genealogia o Movimento Independente para a Reconstrução Nacional (MIRN), criado em janeiro de 1977 pelo General Kaúlza de Arriaga, seu Líder.̴
O MIRN foi legalizado como associação a 23 de dezembro de 1976 e os seus estatutos tornados públicos em janeiro de 1977 e, como não era ainda um partido, os militantes do CDS e PPD que quisessem podiam ter dupla filiação – a direção do CDS emitiu uma diretiva a proibir os seus militantes de o fazerem.[2]
A Juventude do MIRN conseguiu, no entanto, afirmar-se entre os jovens da direita, recrutando entre o Movimento Nacionalista Português e a Juventude do CDS. Os jovens foram um dos principais alvos do recrutamento do movimento e, para evitar desvios mais radicais, nocivos para a imagem pública do MIRN, Kaúlza nomeou o tenente-coronel Bernardino Margalho Soares para dirigir a estrutura juvenil.[2]
A sede do MIRN era na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que era propriedade do industrial Lúcio Tomé Feteira. A delegação do Porto terá sido fundada pelos então jovens Diogo Pacheco de Amorim e Frederico Ancede.[3]
Em 1979 apoiou a Aliança Democrática (AD).[2]
Concorreu depois às eleições legislativas de 1980, pretendendo ser uma alternativa à mesma AD, coligado com o Partido da Democracia Cristã (PDC) e a Frente Nacional (FN) tendo obtido resultados pouco significativos. Entretanto, o seu Presidente foi afastado pelo advogado António dos Santos Ferreira, que assumiu as suas funções.[carece de fontes] Em 1984 cessou a sua actividade enquanto partido político, dissolvendo-se oficialmente em 1997.
Ideário
O seu ideal, segundo um seu opúsculo programático, surgia para executar a nova política externa fundada “nas três riquezas nacionais: a capacidade de trabalho dos portugueses […]; o incalculável valor global das nossas posições geoestratégicas […]; e as relações privilegiadas com importantes países de expressão lusíada".
Pretendia internamenteː
- Rever a Constituição para estabelecer um regime presidencialista, uma IV República;
- A ‘desmarxização’ do país,
- diminuição do papel económico do Estado e das suas funções sociais,
- reprivatização da economia,
- “a redução da libertinagem, da parasitagem e da marginalidade” e
- “a reorganização e o funcionamento capazes do ensino e da assistência sanitária, privatizando-os”.
Uma outra grande ideia do MIRN era o julgamento de todos os responsáveis pela descolonização no seguimento do 25 de Abril de 1974, dos socialistas aos comunistas, sem esquecer os centristas e os sociais-democratas. O MIRN considerava a descolonização uma “catástrofe nos aspetos humano, como político, económico, estratégico”, nas palavras de Kaúlza no documento A Proposta MIRN, de 1977.[2]
Cronologia
Resultados eleitorais do partido
Resultados em eleições (o ano liga à página da eleição)
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Ano
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Designação
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Tipo de Eleição
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Votos
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%
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Mandatos
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1980
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PDC-MIRN/PDP-FN
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Legislativas
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23 819
|
0.4%
|
0
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(fonte: Comissão Nacional de Eleições)
Ver também
Referências
Ligações externas
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Atuais | |
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Extintos | |
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Partidos de outras constituições | |
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