Nota: Este artigo é sobre uma organização social. Para a corrente filosófica centrada no ser-humano, veja Humanismo.
O Movimento Humanista, também denominado por Novo Humanismo, Humanismo Universalista ou Movimento Siloísta, surgiu a partir de 1969 e baseia-se em 3 pilares básicos: o Ser Humano como valor central, a não violência e a não discriminação. É uma corrente de opinião com presença em mais de 100 países[1] das Américas, Europa, África e Ásia, que reconhece os antecedentes históricos do humanismo e que atualmente entende-se mais como uma nova sensibilidade, uma nova forma de pensar, sentir e atuar no mundo.[2] O fundador do Movimento Humanista é o escritor argentino Mario Rodrigues Luis Cobos, mais conhecido por seu pseudónimo literário Silo. Em referência ao pseudónimo deste autor, o movimento as vezes é conhecido como movimento siloísta. O Movimento Humanista trabalha, segundo suas publicações, para resolver os grandes problemas humanos, tanto do indivíduo como da sociedade, para os quais propõe o chamado humanismo universalista. Não é uma instituição, pois dá lugar a numerosos agrupamentos e organizações. Tão pouco pretende hegemonizar as distintas correntes humanistas e humanitárias, diferenciando-se muito claramente de todas as outras que ― apesar de as considerar um esforço louvável ― crê que não se esforçam para modificar as estruturas que geram os males que elas remedeiam. Em todo caso, estabelece relações pontuais com todos os agrupamentos progressistas com base em critérios de não discriminação, reciprocidade e convergência da diversidade.
Por apresentar elementos espirituais na ideologia, o movimento é erroneamente considerado às vezes como um novo movimento religioso e é discutido de maneira controversa em alguns países, especialmente na França: A Assembleia Nacional Francesa considerou o movimento como seita e "alternativo" em 1995.[3]
Princípios
O Movimento Humanista é uma corrente de opinião formada por pessoas que concordam em pontos básicos sobre o ser humano e que visam orientar e criar ações para desenvolver mudanças positivas no indivíduo e na sociedade. Também é incluído o conjunto de pessoas que concordam sobre as propostas do Novo Humanismo presentes no Documento do Movimento Humanista.
A filosofia humanista inspira-se nos princípios siloístas, pelos quais os seres humanos devem ser libertos perante o mundo, com a intenção e a capacidade para atuar sobre o seu próprio destino e tem como lema principal "Nada a subjugar o Ser Humano e nenhum Ser Humano subjugado por outro".
Os Seis Princípios do Humanismo Siloísta
Os seis princípios do Humanismo constituem a base de sua estrutura social e o compromisso de ação no mundo.
Colocar o ser humano como valor e preocupação central, de modo que nada esteja a subjugar o ser humano e que nenhum ser humano seja superior ao outro;
Afirmar a igualdade de todas as pessoas, trabalhar pela superação da simples formalidade de direitos iguais perante a lei e avançar em direção a um mundo de oportunidades iguais para todos;
Reconhecer a diversidade pessoal e cultural, aceitando as características próprias de cada povo e condenando toda discriminação que se baseie nas diferenças económicas, raciais, étnicas e culturais;
Dar suporte ao desenvolvimento do conhecimento, sem limitações impostas ao pensamento por preconceitos aceites como verdades absolutas ou imutáveis;
Defender a liberdade de ideias e crenças;
Repudiar não só as formas de violência física, mas todas as outras formas de violência, quer seja de índole económica, racial, sexual, religiosa, moral e psicológica, e ainda, as situações de violência enraizadas nas diversas regiões do mundo.
Áreas de trabalho
O Movimento Humanista organiza várias iniciativas através de suas organizações e frentes de ação. As organizações do Movimento Humanista e seus principais temas são:[4]
O Partido Humanista foi fundado em 1984. Em 1999 foi fundado o Partido Humanista em Portugal, todavia, dissolveu-se em 2015; Entre diversas propostas, os humanistas defendem principalmente as seguintes:
Criação de bancos nacionais e regionais sem juros, com administração mista e regulamentação que castigue as práticas especulativas e usurárias;
Gestão colaborativa e pública das concessões de TVs e rádios abertas, com tempos de transmissão para movimentos sociais, minorias, ONGs e associações de todas as regiões do país;
Liberdade de circulação e igualdade de direitos para todos os habitantes do planeta, em todos os países;
Liberdade e igualdade de direitos para todas as culturas, filosofias e religiões, garantindo o respeito pela diversidade num Estado laico;
Implementação de mecanismos de democracia real: consultas vinculativas, eleição direta dos três poderes do Estado, descentralização, representação de minorias, lei de revogação de mandatos, lei de responsabilidade política e orçamentos participativos, em todos os níveis do Estado brasileiro;
Direito a voto real e permanente: atualmente apenas elegemos representantes que votam por nós;
Voto real para a população decidir os programas dos governos, definir os orçamentos públicos e tomar as decisões em conjunto com os representantes dos três poderes.
Referências
↑O último censo feito pela estrutura organizacional do Movimento Humanista, de junho de 2009, um mês e meio antes de seu desmembramento, mostrava membros ativos em 95 países, existindo muitos simpatizantes que não participavam oficialmente da organização espalhados por mais uma dúzia de países. Em alguns casos, a não participação de simpatizantes de forma oficial na organização era causada por perseguição política.