Mortierellomycota é um filo monotípico de fungos pertencente ao grupo parafilético Zygomycota,[3] cuja única classe é Mortierellomycetes, também um táxon monotípico, cuja única ordem é MortierellalesCaval.-Sm., 1998.[4][5] Contém apenas uma família, MortierellaceaeLuerss., Handb. Syst. Bot. 1: 63. 1877, com 6 géneros[6] e cerca de 129 espécies. Estes fungos estiveram incluídos no subfilo Mucoromycotina.[2]
Descrição
Os membros da família Mortierellaceae apresentam hifascenocíticas, formando colónias tendem a ser brancas ou esbranquiçadas, caracterizadas por crescimento zonado, isto é, crescendo em anéis, e cheiro semelhante ao da cebola ou alho. Os esporângios são columelados, únicos ou múltiplos, formam-se em esporangióforos aéreos. Os zigósporos, que podem ser envoltos por hifas, apresentam morfologia característica, podendo ser lisos ou ondulados, quase todos com suspensores apostos.[7]
Esta família também produz clamidósporos, que podem ser espinhosos ou ásperos e de paredes espessas.[8]
O género Mortierella é o mais frequentemente encontrado e o melhor estudado de entre todos os membros desta família.[7] Os membros deste género são tipicamente sapróbios presentes no solo, em esterco e em corpos de frutificação de fungos superiores, mas existem algumas espécis que sãp parasitas facultativos.[9]
Propágulos de Mortierella podem ser facilmente obtidos a partir de isolatos de solos florestais em ágar Czapek, ágar feno ou ágar água.[10] Acredita-se que os membros deste género desempenhem papéis significativos nos ecossistemas de florestas temperadas, embora muitos sejam psicrófilos (requerem temperaturas frias para crescer) e provavelmente são negligenciados em amostras de solo incubadas à temperatura ambiente.[7]
Taxonomia
A família Mortierellaceae teve um percurso complexo até integrar a ordem monotípica Mortierellales, com 6 géneros e mais de uma centena de espécies. Ao longo desse percurso, muitos géneros foram incluídos nesta família.[7]
Em 2018, devido a resultados de filogenética suportada sobre análises de DNA, o género Echinochlamydosporium foi transferido para a família Calcarisporiellaceae.[13]
↑Tedersoo, L.; Sánchez-Ramírez, S.; Kõljalg, U.; Bahram, M.; Döring, M.; Schigel, D.S.; May, T.W.; Ryberg, M.; Abarenkov, K. (2018). «High-level classification of the Fungi and a tool for evolutionary ecological analyses.». Fungal Diversity. 90 (1): 135–159. doi:10.1007/s13225-018-0401-0
↑Voigt K, Wöstemeyer J (maio 2001). «Phylogeny and origin of 82 zygomycetes from all 54 genera of the Mucorales and Mortierellales based on combined analysis of actin and translation elongation factor EF-1alpha genes». Gene. 270 (1–2): 113–20. PMID11404008. doi:10.1016/S0378-1119(01)00464-4
↑Schmidt SK, Wilson KL, Meyer AF, Gebauer MM, King AJ (novembro 2008). «Phylogeny and ecophysiology of opportunistic "snow molds" from a subalpine forest ecosystem». Microb. Ecol. 56 (4): 681–7. PMID18443847. doi:10.1007/s00248-008-9387-6
↑ abcdAlexopoulos C. J., C. W. Mims, & M. Blackwell. 1996. Introductory Mycology. Fourth Edition. John Wiley & Sons, Inc.
↑ abHesseltine C. W. & J. J. Ellis. 1973. Mucorales. in: The Fungi: An Advanced Treatise. Volume 5B. A Taxonomic Review with Keys: Basidiomycetes and Lower Fungi. Academic Press. New York. pg. 187-217.
↑ abFitzpatrick, Harry Morton. 1930. The Lower Fungi: Phycomycetes. First Edition. McGraw-Hill Book Company, Inc. New York.
↑Mycology Guidebook Committee, Mycological Society of America. 1981. Mycology Guidebook. Editor: Russel B. Stevens. University of Washington Press Seattle, Washington.
↑White, M. M., James, T. Y., O’Donnell, K., Cafaro, M. J., Tanabe, Y., & Sugiyama, J. (2006). Phylogeny of the Zygomycota based on nuclear ribosomal sequence data. Mycologia, 98(6), 872-884.
↑Jiang XZ, Yu HY, Xiang MC, Liu XY, Liu XZ (2011). «Echinochlamydosporium variabile, a new genus and species of Zygomycota from soil nematodes». Fungal Diversity. 46 (1): 43–51. doi:10.1007/s13225-010-0076-7
↑Tedersoo, Leho; Sanchez-Ramırez, Santiago; Köljalg, Urmas; Bahram, Mohammad; Döring, Markus; Schigel, Dmitry; May, Tom; Ryberg, Martin; Abarenkov, Kessy (Maio 2018). «High-level classification of the Fungi and a tool for evolutionary ecological analyses». Fungal Diversity. 90 (1). doi:10.1007/s13225-018-0401-0