Miklós Radnóti (Budapeste, 5 de maio de 1909 – 10 de Novembro de 1944, próximo à fronteira da Hungria com a Áustria) foi um poeta húngaro de família judia, de língua magiar assassinado durante a II Guerra Mundial e considerado por Thomas Ország-Land, poeta judeu sobrevivente do chamado Holocausto como “provavelmente o maior entre os escritores maduros do período a testemunhar e registrar o Holocausto”[1] teoria reforçada por apontamentos do professor da USP Aleksandar Jovanovic.[2]
Biografia e Obra
Miklós Radnóti estudou e completou o doutorado em húngaro e francês e ainda jovem já traduzia poesia do grego, latim, inglês, francês e alemão.
Estreou com o livro Pogány köszöntő (Cumprimento pagão), em 1930, tendo publicado seus poemas, em vida, até 1942, e recebendo uma avaliação melhor da crítica e prêmios literários a partir do final da década de 1930.
A partir da dominação nazista da Hungria passou a ter dificuldades para publicar e trabalhar, e, em 1944, foi enviado ao campo de concentração de Bor, tendo passado ainda por outros campos de trabalhos forçados e de concentração durante o regime fascista húngaro.
Mesmo prisioneiro seguiu escrevendo e enviando alguns textos para sua esposa, Fanny Gyarmati, amor de juventude com quem se casou em 1936. Estes poemas foram mais tarde publicados no volume Bori notesz (Notas de Bor).
Com o avanço das tropas guerrilheiras de Tito, milhares de prisioneiros judeus são forçados às chamadas Marchas da Morte, através da Hungria até a fronteira com a Áustria.
Segundo testemunhas, no início de novembro de 1944, o poeta foi espancado por um soldado bêbado, quando então feito fraco pela marcha e gravemente ferido e incapaz de continuar, foi executado e enterrado numa vala comum. Outros afirmam ainda que o poeta foi morto a coronhadas por insistir em escrever em uma caderneta (“escrevinhar”, conforme lhe foi dito então)poemas antes de sua execução.
Em 1946, quando a vala foi encontrada e os corpos exumados, seus últimos poemas foram achados em uma pequena caderneta que estava no bolso do seu casaco, sendo publicados no volume Tajtékos ég (Céu espumante), ainda em 1946.
Em português, teve poemas desta última obra traduzidos por nomes como o de Nelson Ascher, entre outros. Em inglês foi traduzido pelo citado Thomas Ország-Land.