Concluída a licenciatura nessa instituição, iniciou uma longa carreira na advocacia, de quase 50 anos[3], dando continuidade ao escritório do seu pai e tio, no Porto, onde praticava. essencialmente, Direito Civil e Comercial[4].
Sobre o exercício da advocacia escreveu num texto autobiográfico para o Jornal de Letras encarar a profissão como uma forma de cidadania, afirmando que numa "(...) sociedade agressiva e conflitual, que é a nossa, a advocacia fornece-nos (...) a dimensão civilizada da agressividade"[2].
Influenciado pela família, de ideais republicanos e opositora ao salazarismo, cedo se interessou também pela politica.
Em finais de 1975, contudo, encontrar-se-ia entre o grupo de militantes - como Jorge Sá Borges, Carlos Mota Pinto e outros - que, apos o Congresso de Aveiro, entrou em ruptura com a estratégia dirigida por Sá Carneiro, afastando-se então do partido[4]. Viria a reaproximar-se da estrutura aquando da liderança de Francisco Pinto Balsemão[4].
Embora não tenha exercido outros cargos de natureza politica (e tenha, nomeadamente, recusado exercer funções governativas[7]), permaneceu como um dos militantes mais destacados do PSD, sendo igualmente notado o seu espirito de forte independência[4]. Defendia igualmente uma matriz de laicidade, republicanismo e social-democracia, que considerava corresponder a verdadeira identidade do PPD-PSD, que devia parte da sua génese aos republicanos da cidade do Porto.
Morreu a 14 de novembro de 2016, aos 80 anos de idade.
Outras posições
Apesar do seu apoio a Mario Soares nas eleições presidenciais de 1986, quando Soares voltou a recandidatar-se em 2006, procurou novamente o apoio de Miguel Veiga, que, contudo, preferiu apoiar o candidato candidato apoiado pelo PSD, Cavaco Silva[8].
Em 2007 foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. No momento proferiu um extenso e emotivo discurso, intitulado Razão do Sentimento de Pertença ao Porto.[11]
Polemicas
Acusação de plagio
Miguel Veiga foi acusado de plágio por José António Saraiva. No livro Confissões, publicado em 2006, o ex-diretor do Expresso José António Saraiva revelou duas queixas de plágio que o levaram a suspender os artigos de opinião do advogado no semanário. Foi igualmente acusado de plágio pelo Professor João Sousa Dias e condenado, após publicar um texto da autoria deste mencionando-o apenas como referência bibliográfica, sem revelar que o copiava integralmente.[12]
Obras
Miguel Veiga et al., Francisco Sá Carneiro - 20 Anos depois, Lisboa, Gradiva Publicações, 2001, ISBN 9789726628187
Miguel Veiga, Um Advogado em Redor das Letras à Volta do Porto, Porto, Edições Asa, 2002, ISBN 9789724130439
Miguel Veiga, A Consciência Entre o Lícito e o Ilícito, Porto, Campo das Letras, 2004, ISBN 9789726108290
Miguel Veiga, Os Poemas da Minha Vida 2, Lisboa, Público, 2004, ISBN 9789728892166
↑Portugal, Rádio e Televisão de (14 de novembro de 2016). «Morreu cofundador do PSD Miguel Veiga». Morreu cofundador do PSD Miguel Veiga. Consultado em 6 de dezembro de 2024