Sullivan começou sua carreira cantando na noite do Recife com quatorze anos de idade. Aos quinze anos participou de alguns concursos de calouros como Varieté, de Nilson Lins, na Rádio Jornal do Commercio. Ganhou o primeiro lugar e recebeu o prêmio, a carteira profissional da Ordem dos Músicos do Brasil e um contrato com a TV Jornal do Comercio e assim, iniciou sua carreira de cantor, nos programas da emissora Você faz o Show, Noite de Black-Tie e Bossa 2, consagrando-se desde então como revelação pernambucana.
Aos dezessete anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu Hyldon (com quem compôs sua primeira canção em 1965), Renato Piau (guitarrista que trabalhou com Tim Maia) e Tinho (saxofonista e arranjador que trabalhou com Tim Maia e um dos fundadores da Banda Vitória Régia). Formaram então o grupo Os Nucleares, que conheceu a sua primeira gravação no ano 1969 em vinil pela RCA.
Travou conhecimento com Cassiano e Tim Maia com quem aprendeu a tocar violão.
Aos dezenove anos integrou o grupo Os Selvagens, e aos 21 anos, o grupo Renato e Seus Blue Caps como cantor e guitarrista. Sua passagem por essa banda resultou em seis discos de ouro, cuja vendagem chegou a mais de 1 000 000 de discos.
Ainda no Renato e seus Blue Caps, Michael Sullivan iniciou sua carreira solo com a canção "My Life" (sua segunda composição), que fez parte da trilha sonora da novelaO Casarão, da Rede Globo. Para disfarçar que apesar da canção ser em inglês, o autor era brasileiro, criou o nome artístico a partir da lista telefônica de Nova York.[5] O compacto "My Life" tornou-se para o mercado fonográfico um dos mais vendidos no país, superando a marca de 1 000 000 de cópias, o que equivalia a um Disco de Diamante.
Em 1978, fez o LP pela CapitolUm Mundo Melhor Pro Meu Filho, e em 1979, o LP Michael Sullivan pela K-Tel.
De 1980 a 1986 foi integrante do grupo The Fevers.
Sullivan & Massadas
Paulo Massadas, que conheceu em 1979 durante um show em que ambos tocaram,[3] foi parceiro frequente de suas composições por 16 anos. A dupla é responsável por muitas canções de sucesso. Começaram escrevendo para o selo nordestino Jangada, da EMI-Odeon, e depois para artistas do estilo brega, como Evaldo Freire, Reginaldo Rossi, Adílson Ramos e José Augusto.[3]
O primeiro sucesso escrito pela dupla e gravado por outro artista foi "Me Dê Motivo", registrado na voz de Tim Maia.[6] Depois dele, dezenas de outros vieram em músicas de artistas como Gal Costa ("Um Dia de Domingo"), Fagner ("Deslizes"), Roupa Nova ("Whisky a Go Go"), entre outros.[6]
O sucesso da dupla era criticado por parte da crítica, que considerava sua música puramente comercial e acaba avaliando negativamente até os artistas que aceitavam gravar canções escritas por eles.[7]
Em 1990, foi editado o disco Sullivan e Massadas ao vivo, gravado no teatro da SUAM, com sucessos da dupla lançados pela gravadora Som Livre.
Em 1992, dando continuidade a sua carreira solo, Michael Sullivan faz o CD Talismã, sucesso de crítica da sua trajetória solo.
Em 1994, depois de 19 anos, a dupla se desfez.
Depois de 1994
Em 1995, já morando nos EUA, lança na gravadora Warner Music o CD de título Michael Sullivan.
Em 1998, Michael Sullivan teve a oportunidade de voltar às suas origens fazendo um CD de black music, com a participação de Cassiano, composições de Hyldon e uma homenagem ao seu professor Tim Maia, no CD Caminhos do Coração, da gravadora Som Livre. Esse disco foi sucesso de vendas e crítica, e teve a canção "Coração Vazio" como parte da trilha sonora da novela Corpo Dourado, chegando a Disco de Ouro.
Em 2003, Michael Sullivan, já no Brasil, lançou o CD Duetos com grandes vozes, como Simone, Xuxa, Alcione, Sandra de Sá, Tim Maia, Fafá de Belém, Fagner, Joanna entre outros pela Gravadora Sony Music, procurando sintetizar toda a sua obra e assim fechar um ciclo de quatro décadas de sucessos, quando teve sua composição, a canção "Fui eu", gravada originalmente por José Augusto (nesse disco gravada com a participação Zezé Di Camargo & Luciano) sendo bem executada nas rádios. Zezé prometeu se por ventura ela não estourasse como ele queria, regravaria a canção, pois com José Augusto ela não teria sido bem aproveitada, assim fez regravando-a em 2005 com o disco em que ganhou o Grammy Latino daquele ano.
Em 2007, Sullivan lança o CD Sullivan Nu Soul com composições em parcerias com Carlinhos Brown, CD que sai pelo seu novo selo independente Graffite Music.
Em 2010, Sullivan lança o DVD/CD Duplo Sullivan Ao Vivo - Na Linha do Tempo pela Gravadora Universal. Gravado ao vivo em estúdio, com participações dos artistas e parceiros Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Daniel Jobim, Jorge Aragão, Arnaldo Antunes, Roberto Menescal e Anayle Lima. A apresentação gravada em setembro de 2009 no PlayRec Studios (RJ), em estilo intimista, lembrando os bares de blues de Nova Orleans, reúne uma big band e 26 canções (22 faixas), apresentadas nos formatos DVD e CD (volumes 1 e 2). A direção de áudio do projeto é assinada por Junior Mendes e Michael Sullivan, enquanto que João Elias Jr. e Luciana Bellini comandam a direção de vídeo. Além das canções conhecidas, o cantor incluiu as inéditas "Baladeiro" (com Hyldon), "Açúcar" (com Dudu Falcão) e "Doce Cabana" (com Carlinhos Brown).
Em 2013, Sullivan lança o CD Mais Forte Que o Tempo com diversos artistas do MPB interpretando suas composições. [8]
As conquistas de Sullivan foram aumentando e ficando cada vez mais significativas no mercado brasileiro. Pelo merecido sucesso, suas canções foram temas de trinta telenovelas,[9] como:
No final dos anos 90 Michael Sullivan início no meio e compôs canções de sucesso de música gospel. A maioria gravadas por Marcelo Crivella na gravadora Line Records além de outras composições cedidas a outros artistas. Atualmente escreve e produz para a cantora cristã Anayle Sullivan, com quem também é casado.
Roupa Nova ("Whisky a Go-Go", "Show de Rock n Roll", "Mistérios", "Luz Da Manhã", "Pecado Original", "Muito Especial", "Romance Mutante", "Raio De Sol", "Quando Bate Uma Saudade", "Na Dor e No Prazer", "Um Sonho a Dois")
Sandra de Sá ("Retratos e Canções", "Joga Fora", "Não Vá")
Joanna ("Amanhã Talvez", "Amor Bandido", "Um sonho a Dois", "Promessas")
Fafá de Belém "(Meu dilema", "Amor cigano", "Coisas mais loucas", "A luz é minha voz", "Dê uma chance ao coração", "Abandonada")
Xuxa ("Lua de Cristal", "Brincar de Índio", "Parabéns da Xuxa", "Arco-íris", "Valeu (10 anos de amor)", "É de chocolate", "Estrela cadente", "Profecias (Fim do mundo)", "Estrela guia", "Boas Notícias", "A vida é uma festa", "Xuxa Park", "O elefante feliz", "Parabéns pra Jesus", "A valsa da bailarina", "Rambo", "Apolo", "Hey DJ", "Sexto Sentido", "Dança nas estrelas", "Primeiro aniversário", "Recado pra Xuxa", "Bobeou, dançou", "Coração criança", "Como o sábio diz", "Espelho meu", "Mil vezes mil", "Maçã do amor", "Xuxaxé", "Baila", "Hora do banho", "Férias no Havaí", "Uma canção para Sasha", "Terra prometida", "Em busca do amor", "Trem fantasma", "Na hora em que você quiser chegar")
Paquitas ("Sorvetão", "Bate na madeira", "Marciano", "Sonho de Verão", "Mangas de Fora")
Os Trapalhões ("Criança esperança", "Amigos do peito", "Alegria", "Quem não gosta", "No mundo da lua", "O Casamento dos trapalhões", "Fantasminha vagabundo", "Minha festa de aniversário", "Estrela distante", "Super heróis brasileiros", "Coração trapalhão", "Trapalhadas", "Pula veadinho", "Natureza", "Eu quero", "Filhos de Chaplin")
Angélica ("Na hora de dormir", "Fada bela", "Ciúme", "Cuida de mim", "Semente do amanhã", "Meninas", "Apaixonados", "Parabéns da Angélica ")
Nos anos 80, 90 e 2000 Sullivan chegou a ter 40 canções no top #1 das paradas de sucesso. No livro de André Midani, há críticas alegando que suas canções eram sucesso por meio de pagamento às rádios, o que Sullivan nega.[12][13]
“
"A canção, e não mais o disco inteiro, tinha que ter começo, meio e fim, e se transformar num 'jingle da vida' durante os três minutos de sua existência...
Todas as estações de rádio foram obrigadas a tocar a mesma música, 'música
de trabalho', e o preço do jabá foi à estratosfera." [14]
”
-- André Midani, 2008.
Referências
↑Guilherme Bryan (2015). Teletema: a história da música popular através da teledramaturgia brasileira: 1964 a 1989. [S.l.]: DASH. 9788565056700