A Marcha das Vadias(português brasileiro) ou Marcha das Galdérias(português europeu)[1] (em inglês: SlutWalk) é um movimento que surgiu a partir de um protesto realizado no dia 3 de abril de 2011 em Toronto, no Canadá, e desde então se internacionalizou, sendo realizado em diversas partes do mundo.[2] A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro teriam provocado a violência por seu comportamento. Por isso, marcham contra o machismo, contando sobre os seus próprios casos de estupro.[2] As mulheres durante a marcha usam não só roupas cotidianas, mas também roupas consideradas provocantes, como blusinhas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas o sutiã.[3][4]
Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. O policial Michael Sanguinetti fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestir como vadias (sluts, no inglês original), para não serem vítimas".[2] O primeiro protesto levou 3 mil pessoas às ruas de Toronto.[5]
A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo, em 4 de junho de 2011, organizada pela publicitária curitibana Madô Lopez, e a escritora paraguaia Solange De-Ré.[2] Após o anúncio do evento com a criação de uma página no Facebook, mais de 6 mil pessoas confirmaram presença. No entanto, diferentemente das versões em outros países, somente cerca de 300 pessoas compareceram, de acordo com a contagem da Polícia Militar.[10] Neste mesmo ano, iniciou-se a manifestação em Recife, Belo Horizonte, Brasília e Itabuna e em 2012, no dia 29 de junho, ocorreu a 1ª Marcha das Vadias na cidade de Teresina. No dia 28 de julho de 2012, aconteceu a primeira marcha em São José do Rio Preto, SP.[7] A última marcha foi em Brasília no dia 21 de junho de 2013, e reuniu mais de 3 mil pessoas.
De acordo com a antropóloga Julia Zamboni, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. "Ser chamada de vadia é uma condição machista.[11] Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos sim para eles e também quando dizemos não", afirmou.[11] "A gente é vadia porque a gente é livre", destacou.[11][4] No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas.[11]