Em 1997, membros do Projeto Dinossauro Argentino-Canadense estavam coletando fósseis no sítio Cañadón del Gato, em rochas da Formação Huincul do Grupo Río Limay, dos estágios Albiano e Cenomaniano, do Cretáceo Superior. Eles começaram uma escavação no que se pensava ser o esqueleto de um único terópode, mas depois foi-se revelado que se tratava de vários espécimes de diferentes estágios ontogenéticos, variando de 5 a 11 metros de comprimento. Entre 1997 e 2001 os esqueletos de 7 a 9 dinossauros terópodes foram coletados.[1] Posteriormente, centenas de espécimes desarticulados foram coletados na mesma localidade.[2] Todos esses espécimes foram descritos e nomeados em 2006 por Rodolfo A. Coria e Philip J. Currie como uma nova espécie: Mapusaurus roseae. O nome do gênero significa "lagarto da terra"; já o epíteto específico tanto homenageia Rose Letwin, pessoa que patrocinou a expedição, quanto é em referência às rochas de onde os materiais foram recolhidos, que eram cor-de-rosa.[1]
Descrição
Mapusaurus possui heterocrântica, ou seja, ele mantém uma característica ancestral durante uma fase da vida, mas depois a perde à medida que cresce.[3]
Tamanho
O menor espécime de Mapusaurus achado até agora, MCF-PVPH-108.3, mede 5,5 metros de comprimento. Outro espécime, o maior que foi apresentado em Coria & Curie (2006; tabela 1), cujo número de catálogo é MCF-PVPH-108.203, foi estimado em 10,2 metros de comprimento, mas os autores citam um comprimento maior de 11 metros.[1] Posteriormente, o paleontólogo de vertebrados Thomas Holtz estimou o tamanho máximo do animal em 12,6 metros de comprimento,[4] estimativa esta que apareceu novamente na literatura em datas posteriores.[5][3] Em 2010, Gregory Paul deu 11,5 metros e 5 toneladas.[6] Em 2016, porém, Molina-Pérez e Larramendi forneceram o mesmo comprimento que Holtz, mas com um peso de 7,6 toneladas.[7] Campione e Evans, em 2020, calcularam a massa média mínima do Mapusaurus em 2,8 toneladas e a massa média máxima em 5,1 toneladas.[8]
Patologia
Alguns espécimes de Mapusaurus apresentam patologias. Uma vértebra cervical teve lesões causadas por bactérias; uma costela dorsal sofreu lesões e logo se curou, assim como teve osteomielite; outra costela sofreu fraturas incompletas, porém foi bem curada; um ílio provavelmente sofreu osteomielite, mas isso é incerto, e outras patologias possíveis são: doença fúngica, tumores ósseos ou câncer; e uma falange pedal apresenta lesões infecciosas.[2]
Paleobiologia
Os espécimes descritos por Coria e Currie (2006) foram todos achados no mesmo leito ósseo, possivelmente capturados por uma armadilha de predadores.[1] Entretanto, Coria disse em uma coletiva de imprensa que isso pode representar um comportamento de caça em grupo, onde Mapusaurus caçaria grandes saurópodes em grupos. A forma com que atacavam em grupo, caso realmente o fizessem, por exemplo, se caçariam em grupos organizados como lobos, é incerto.[9]
Classificação
O Mapusaurus é atualmente considerado um carcarodontossaurídeo da subfamília Carcharodontosaurinae e da tribo Giganotosaurini. Abaixo um cladograma que segue Novas et al. (2013).[10]
Mapusaurus viveu na Formação Huincul e dividiu seu habitat com o saurópode Argentinosaurus (provavelmente o maior saurópode que se tem notícia), o abelissaurídeoIlokelesia dentre outros animais.[11]
↑ abBell PR, Coria RA (2013) Palaeopathological Survey of a Population of Mapusaurus (Theropoda: Carcharodontosauridae) from the Late Cretaceous Huincul Formation, Argentina. PLoS ONE 8(5): e63409. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0063409