Maha Mamo (Beirute, 29 de fevereiro de 1988) é uma ativista de direitos humanos, oradora motivacional e escritora brasileira (desde 2018), anteriormente apátrida. Maha é filha de cidadãos sírios, e não pôde obter qualquer nacionalidade devido à religião de seus pais, por restrições nas leis de nacionalidade tanto da Síria como do Líbano. É ativista na campanha #IBelong do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).[2][3][4]
Biografia
Maha nasceu em 29 de fevereiro de 1988, filha de cidadãos sírios. O seu pai era cristão e sua mãe muçulmana, o que impossibilitou o registro legal do casamento, bem como impediu que Maha, e seus irmãos, Souad e Eddie, obtivessem a nacionalidade síria. Também não foram considerados libaneses, já que a lei de nacionalidade libanesa não permite a aquisição da nacionalidade por nascimento no território (jus soli).[5][6][7]
Sem documentos de identificação ou nacionalidade, Maha e seus irmãos viveram uma infância problemática, e encontraram dificuldade em diversos aspectos: estudar, receber atenção médica, e, inclusive, não conseguia transitar livremente pelas ruas de Beirute, pois precisava evitar os pontos de controle policiais, devido à ausência de documentos de identidade.[8][9][10]
Devido a uma mudança de lei, em 2018, o Brasil passou a reconhecer o direito dos apátridas, criando mecanismos legais para a naturalização dos mesmos.[11]
Em 4 de outubro de 2018, Maha recebeu seu documento de identidade, conferindo-lhe sua nacionalidade brasileira. O documento foi entregue por Maria Nazareth Farani Azevêdo, embaixadora do Brasil nas Nações Unidas.[2][12]
Maha é ativista na campanha #IBELONG do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), defendendo a causa dos apátridas.[13]
Bibliografia
- Maha Mamo - A luta de uma apátrida pelo direito de existir (2020)[14][15]
Referências
- ↑ «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Edição extra | Nº 225-A , quinta-feira, 1 de dezembro de 2022». Imprensa Nacional. 1 de dezembro de 2022. p. 4. Consultado em 5 de fevereiro de 2024
- ↑ a b «Maha Mamo | TEDx Place des Nations». tedxplacedesnationswomen.ch. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ «A gratidão ao Brasil da refugiada sem pátria que acabou perdendo irmão em assalto». BBC News Brasil. 6 de outubro de 2017. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ «La lucha de Maha Mamo por existir: «La apatridia acaba con tu vida, te quita todo»». El Desconcierto - Prensa digital libre (em espanhol). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Welle (www.dw.com), Deutsche. «Duga borba za državljanstvo | DW | 06.03.2019». DW.COM (em croata). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ PERÚ, NOTICIAS EL COMERCIO (24 de dezembro de 2019). «Los apátridas, viajeros sin patria (ni pasaporte) | Kathy subirana, Jesús, navidad, migración, venezuela, biblia | ELDOMINICAL». El Comercio Perú (em espanhol). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ «Maha Mamo talks about life without a nationality». IBELONG (em inglês). 13 de dezembro de 2016. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Londoño, Ernesto (25 de dezembro de 2020). «Stateless, She Became the Face of a Largely Invisible Plight». The New York Times (em inglês). Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ «The Ambassador of the Stateless». Female One Zero (em inglês). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Clara 8A, Telling the story of Maha Mamo-Ana. «Telling the story of Maha Mamo- Ana Clara 8A». Google Podcasts (em espanhol). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Foundation, Thomson Reuters. «I found a country, but lost my brother - stateless activist». news.trust.org. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ «Maha Mamo e Cate Blanchett participam de conferência da ONU em Genebra». CLAUDIA. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Author, No (8 de outubro de 2019). «Film great Cate Blanchett decries 'heartbreaking' plight of stateless». The Japan Times (em inglês). Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ «Maha Mamo: A luta de uma apátrida pelo direito de existir». globolivros.globo.com. Consultado em 3 de março de 2021
- ↑ Mamo, Maha; Oliveira, Darcio (30 de novembro de 2020). Maha Mamo: A luta de uma apátrida pelo direito de existir. [S.l.]: Globo Livros. ISBN 978-65-86047-43-1. Consultado em 3 de março de 2021