A madeira laminada cruzada, também conhecida pela sigla CLT (de Cross-laminated timber), é um tipo de produto estrutural de madeira que compreende várias camadas de madeiras, dimensionada colada, tal como a madeira laminada colada, porém, diferente desta, cada tábuas ou lamela é orientada perpendicularmente à anterior. Essa orientação garante maior rigidez estrutural para a CLT em ambas as direções, tal qual uma chapa de compensado, mas com componentes mais espessos, resistindo melhor a tração e compressão. Além disso, sua produção não requer a queima de combustíveis fósseis e é feita geralmente de madeira de reflorestamento, sendo considerada um material mais sustentável que o concreto armado e o aço.[1][2]
História
Existem estudos de que placas de madeira laminada colada cruzada já tinham sido estudadas em 1908 por Schuchow e Kalep.
A estrutura básica da CLT é similar a dos compensados. A grande novidade da CLT foi a capacidade de se produzir painéis colados de grandes dimensões e espessuras. Os engenheiros alemães Dröge e Stoy cunharam o termo alemão pra madeira laminada cruzada, “Brettsperrholz”, em 1981, e a tecnologia da CLT teve seu desenvolvimento inicial primeiramente na Alemanha, Áustria e Suíça. A partir desse desenvolvimento e aceitação então a madeira volta a ser um opção viável para obras em escala maior. A primeira estrutura em CLT, uma pequena residência, foi em 1993. Em 2000 o termo é traduzido em inglês por Schickhofer e Hasewend como “Cross-Laminated Timber", de onde deriva a sigla CLT.
Uso
Inicialmente usado para apoio na construção civil de alvenaria, como formas para concretagem de pontes ou mesmo como bases para tratores em terrenos instáveis, a CLT mostrou potencial para construções de pequeno porte devido a aparência e boa resistência. A madeira pode ser funcionar nas paredes, pisos, mobiliários, forros e telhados, podendo ser adaptada a demandas de cada projeto. Geralmente os painéis de CLT são montados e cortados no próprio fornecedor, com apenas a montagem realizada no canteiro de obras. A CLT também apresenta boas características térmicas e até mesmo na resistência ao fogo.[2]
Apesar disso, a madeira laminada cruzada também tem desvantagens, como no desempenho acústico. Além disso, pode ter custo mais elevado em relação a outras formas de construção mais populares, especialmente em regiões em que a CLT ainda não é tão conhecida.[3]
Na Europa a madeira laminada cruzada concorre de igual pra igual com o concreto armado, aço e alvenaria no mercado de edifícios multifamiliares, tendo uma alta velocidade de montagem e mais limpeza no canteiro. A CLT tem potencial em edifícios médios, de 8 a 12 andares - mas há até mesmo arranha-céus construídos com partes em CLT.[1][2]