Sêneca, seu irmão, que dedicou-lhe os tratados "De Ira" e "De Vita Beata", fala de seu charme, um atributo também citado pelo poeta Estácio.[1] É provável que ele tenha sido banido para a Córsega com o irmão, mas ambos retornaram a Roma quando Agripina escolheu Sêneca para ser o tutor do jovem Nero. Perto do final do reinado do imperadorCláudio (51/52), Gálio foi nomeado propretor da recém-criada província senatorial da Acaia, mas é provável que tenha sido compelido a renunciar ao posto depois de poucos anos por causa de seu estado de saúde. Ele foi chamado de "meu amigo e procônsul" por Cláudio na Inscrição de Delfos (c. 52).
Gálio foi cônsul sufecto em 56[2] e Dião Cássio[3] relata que ele é quem abria as apresentações de Nero.[4] Não muito depois da morte de Sêneca, Gálio[5] foi atacado no Senado por Salieno Clemente, que o acusou de ser um "parricida e inimigo público", mas depois o Senado unanimemente apelou a Salieno para que não se aproveitasse "de infortúnios públicos para satisfazer animosidades privadas".[6] Mas Gálio não sobreviveu muito tempo depois disto. Quando seu segundo irmão, Aneu Mela, cortou os pulsos depois de ser acusado de estar envolvido numa conspiração,[7] é provável que Gálio também tenha se suicidado, talvez instruído por alguém.[8]
De acordo com os Atos dos Apóstolos (Atos 18:1–17), Gálio recusou a acusação contra Paulo apresentada pelos judeus. Seu comportamento na ocasião («Gálio não se importava com nenhuma destas coisas» (Atos 18:17)) tem sido visto como uma demonstração da atitude indiferente dos oficiais romanos em relação ao cristianismo primitivo naquela época.[9]
↑Robert C. Knapp, Roman Córdoba (University of California Press, 1992) ISBN 9780520096769 p.42; Anthony Barrett, Agrippina: Sex, Power and Politics in the Early Empire (Routledge, 1999) ISBN 9780415208673 p.280; Miriam T. Griffin, Nero: The End of a Dynasty (Routledge, 1987) ISBN 0415214645 p.78. E. Mary Smallwood, "Consules Suffecti of A.D. 55", in Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte, Bd. 17, H. 3 (Jul., 1968), p. 384
↑Vasily Rudich, Political Dissidence Under Nero: The Price of Dissimulation (Routledge, 1993) ISBN 9780415069519 p.117. E Steven Rutledge, Imperial Inquisitions: Prosecutors and Informants from Tiberius to Domitian (Routledge, 2001) ISBN 9780415237000 p.169.