Em abril de 1968, Alexeyeva foi expulsa do Partido Comunista e demitida do seu trabalho na editora. No entanto, continuou as suas atividades em defesa dos direitos humanos. Entre 1968 e 1972 trabalhou clandestinamente, como dactilógrafa, para o primeiro boletim clandestino The Chronicle of Current Events dedicado a violações de direitos humanos na União Soviética (URSS).[5]
Em fevereiro de 1977 Alexeyeva foi forçada a emigrar da URSS, estabelecendo-se com a sua família nos Estados Unidos, onde continuou as suas atividades de direitos humanos como representante estrangeira do Grupo de Helsínquia de Moscovo. Tornou-se cidadã dos EUA em 1982.[6] Escreveu regularmente sobre o movimento dissidente soviético para publicações em idioma inglês e russo nos Estados Unidos e em outros países. Em 1985, publicou a primeiro monografia abrangente sobre a história do movimento, Soviet Dissent (Wesleyan University Press).[7] Além disso, após se mudar para os Estados Unidos, Alexeyeva foi radiojornalista freelancer para a Radio Free Europe, e para secção de língua russa da Voz da América. Em 1990 publicou The Thaw Generation, uma autobiografia que descreveu a formação do movimento dissidente soviético, em co-autoria com Paul Goldberg.[8]
Regresso à Rússia
Em 1989 voltou a juntar-se ao Moscow Helsinki Group, que havia recomeçado após a sua dissolução em 1981. Em 1993, após a dissolução da União Soviética, regressou à Rússia, tornando-se uma das dirigentes do Moscow Helsinki Group em 1996. Em 2000, Alexeyeva juntou-se a uma comissão formada para aconselhar o PresidenteVladimir Putin sobre assuntos de direitos humanos, despoletando críticas de outros ativistas de direitos humanos.
Alexeyeva criticou o Kremlin sobre direitos humanos, acusando o governo de numerosas violações, incluindo a proibição regular de reuniões e manifestações não violentas, e o incentivo de extremistas com as suas políticas nacionalistas, tais como as deportações em massa de georgianos em 2006, e as rusgas policiais contra estrangeiros que trabalham em mercados de rua.[9] Também criticou a conduta dos polícias na Inguchétia tendo advertido que a crescente violência na República pode se espalhar para toda a Federação Russa.[10] Em 2006 foi acusada pelas autoridades russas de envolvimento com os serviços secretos britânicos, recebendo ameaças de grupos nacionalistas.[11]
Estratégia-31
A partir de 31 de agosto de 2009, Alexeyeva foi uma participante ativa na Estratégia-31 – as reuniões regulares de protesto de cidadãos na Praça Triumphalnaya em Moscovo, em defesa do Artigo 31 (Sobre a Liberdade de Ajuntamento) da Constituição Russa. Após 31 de outubro de 2009 foi uma das organizadoras regulares dessas reuniões. A 31 de dezembro de 2009, durante uma dessas tentativas de protesto, Alexeyeva foi detida pela polícia anti-motim (OMON) e levada juntamente com muitos outros para uma esquadra de polícia, provocando uma forte reação na Rússia e no resto do mundo. Jerzy Buzek, Presidente do Parlamento Europeu, disse estar “profundamente desapontado e chocado” pelo tratamento dado pela polícia a Alexeyeva e aos outros manifestantes.[12] O Conselho de Defesa Nacional dos Estados Unidos manifestou “consternação” com as detenções.[13] O The New York Times publicou um artigo de primeira página sobre a manifestação de protesto (“Tested by Many Foes, Passion of a Russian Dissident Endures”).[14]