Le Suicidé (O suicida, em tradução literal do francês) é uma pintura a óleo feita por Édouard Manet entre 1877 e 1881.[1] A obra tem dimensões de 38 cm por 46 cm e atualmente encontra-se na Fundação Emil Georg Bührle, na cidade de Zurique, na Suíça.
O conteúdo pictórico da obra concentra-se em uma figura masculina que acabou de cometer suicídio. Além de um revólver que pende da mão direita, há resquícios de sangue na camisa do indivíduo representado, indicando que ele tirou a própria vida atirando em si mesmo com uma arma de fogo.[2]
De acordo com Ulrike Ilg, o realismo da pintura pode ser considerado influência das tendências naturalistas de Gustave Courbet.[3] O crítico de arte estabelece um paralelo entre a obra de Manet e a tela Enterro em Ornans (1849-50) – considerada um marco na mudança da abordagem técnica de Courbet –, a qual retrata um cortejo fúnebre.
Devido ao realismo gráfico, a pintura de Manet quebrou o padrão artístico em relação ao tema abordado. As representações anteriores de suicidas tornaram-se conhecidas por romantizarem o suicídio, aludindo a figuras da antiguidade clássica como Ájax, Lucrécia, Sêneca ou Sócrates.[4]
Ver também
Referências
- ↑ Ulrike Ilg, Painted Theory of Art: 'Le suicidé' (1877) by Édouard Manet and the Disappearance of Narration, p. 179, Artibus et Historiae. 2002.
- ↑ James Harris, Art and Images in Psychiatry, [1], The Jama Network, 7 de julho de 2008.
- ↑ Ulrike Ilg, Ulrike Ilg, Painted Theory of Art: 'Le suicidé' (1877) by Édouard Manet and the Disappearance of Narration, p. 179-180, Artibus et Historiae. 2002.
- ↑ James Harris, The Suicide of Lucretia, Arch Gen Psychiatry, 2008.