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A laverca[1], laverca-eurasiática[2] ou laverca-comum[3] (Alauda arvensis) é uma ave passeriforme da família dos Alaudídeos, presente em Portugal, assumindo-se como o tipo de cotovia mais comum na Europa.
Nomes comuns
Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: calhandra[4], também grafado calandra[5] (não confundir com outras espécies da família dos alaudídeos, como a Melanocorypha calandra e a Calandrella brachydactyla, que com ela partilham estes nomes); cotovia[6]; paspalhaça[7], também grafado paspalhás[8] (não confundir com a Coturnix coturnix que com ela partilha estes nomes); e caturreira.[9]
Descrição
A plumagem da laverca é pouco vistosa, de cor castanha listrada de preto e castanho escuro na parte superior, com um barrete um pouco mais escuro e garganta amarelada, com estrias finas castanhas escuras.[10] A crista do barrete levanta em certos momentos. Os olhos castanhos escuros são realçados por uma sobrancelha branca amarelada, e o bico é curto, grosso e de cor acastanhada. A parte inferior do corpo é creme e o peito castanho claro com estrias castanhas escuras. A cauda é alongada e quase negra, com as rectrizes externas brancas. As patas são castanhas claras, e o dedo posterior é maior que os outros.
Tem um comprimento 17 a 19 cm, uma envergadura de 35 cm e um peso de 30 a 50 g. Não existe um dimorfismo sexual apreciável, excepto ser o macho ligeiramente maior que a fêmea.
Habitat e distribuição
A laverca vive em grande variedade de habitats, tanto em planícies como em altitude, em turfeiras, charnecas, campos e pântanos, abandonando as zonas frias para invernar no sul da Europa ou norte de África e Médio Oriente. Com o aproximar da primavera, os machos são os primeiros a fazer a migração inversa para tomar posse do seu território estival, que cobre toda a Europa e a Rússia.
Distribui-se continuamente por toda a Europa ocidental, assim como na faixa costeira do norte de África, na Turquia e em redor de todo o mar Negro.
A espécie é ameaçada pelo desaparecimento de áreas abertas que lhe são propícias, pelas técnicas agrícolas e a caça ainda praticada em numerosas regiões.
Portugal
Observável em todo o território português, a laverca vai alternando a sua distribuição geográfica, conforme a estação do ano.[10] Dessarte, na pendência da Primavera e o Verão, encontra-se mormente sobretudo a Norte do Tejo, preferindo as zonas de grande altitude, especialmente acima dos 800 metros acima do nível do mar.[10] Em todo o caso, também pode ser observada junto ao nível do mar, ao pé das lezírias do Tejo.[10]
No volta-face, quando chega o Inverno, muda-se para as courelas agricultadas e restolhais, nas terras baixas sitas a Sul do país.[10]
Comportamento
É gregária fora da época de reprodução, juntando-se em bandos de até 100 espécimes, por vezes com outras espécies como petinhas, tentilhões e pintassilgos durante as migrações e no inverno. A laverca corre pelo chão e agacha-se em caso de perigo. Para se alimentar procura o seu alimento no solo um pouco inclinada para a frente e deslocando-se rapidamente. A sua plumagem torna-a quase invisível no solo.
A maioria das populações são sedentárias, mas as populações do norte migram para o sul, juntando-se às populações residentes. O macho canta por cima do seu território, a cerca de 50 a 60 metros do ninho. O canto tem o fim de defender o seu território e de fortalecer a ligação do casal. São monogâmicos e permanecem juntos durante toda a época da reprodução, tornando a juntar-se no ano seguinte, abandonando os bandos e fixando-se no seu território, normalmente o mesmo do ano anterior.
Emite um "trrlit" que pode durar minutos e voa em espiral ascendente até descer em voo picado. Desloca-se correndo no solo ou em voos ondulantes, a baixa altura, por vezes peneirando, mas também tem um voo directo. Canta de forma harmoniosa, em tom alto, por longos períodos de tempo.[11] Canta frequentemente em voo.
Nas migrações pode percorrer de 30 a 80 km por dia.
Reprodução
Voo e parada nupcial antes do acasalamento: o macho sobe e desce em espiral a cantar e depois deixa-se cair até ao chão como uma pedra. No solo executa uma marcha em redor da fêmea, com a crista levantada, as asas baixadas e cauda aberta em leque até ela aceitar a fecundação.
O ninho é escondido numa cova no chão, sob a erva, e é construído com ervas e vegetais e atapetado com penas, crinas, pelos etc. A fêmea põe dois a cinco ovos cinzentos amarelados com pequenas manchas, e incuba-os durante 11 dias. Os dois progenitores participam nos cuidados às crias que abandonam o ninho 10 dias após a eclosão e se tornam completamente autónomos ao fim de três ou quatro semanas. São feitas duas, por vezes três posturas por ano. As ninhadas são frequentemente vítimas de rapinas, cobras e outros predadores.
Alimentação
Alimenta-se de insectos e larvas, minhocas, grãos e sementes diversas.