Em 1760 o zoólogo francês Mathurin Jacques Brisson incluiu uma descrição do tiê-galo no suplemento de seu Ornithologie baseado em um espécime coletado em Caiena, Guiana Francesa. Ele usou o nome francês Le tangara noir hupé de Cayenne e o nome em latim Tangara cayanensis nigra cristata.[3] Embora Brisson tenha cunhado nomes em latim, esses não estão em conformidade com a nomenclatura binomial e não são reconhecidos pela Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica.[4] Quando em 1766 o naturalista sueco Carl Linnaeus atualizou seu Systema Naturae para a 12ª edição, este adicionou 240 espécies que haviam sido descritas anteriormente por Brisson em sua Ornithologie, sendo um deles o tiê-galo.[4] Linnaeus incluiu uma descrição concisa, cunhou o nome binomialTanagra cristata e citou o trabalho de Brisson.[5] O nome específico é do latim e significa "emplumado" ou "com crista".[6] São reconhecidas dez subespécies.[7]
Descrição
O tiê-galo mede aproximadamente 15 cm de comprimento e pesa em torno de 20 g. O macho tem a cabeça preta, meio da garganta pardo-alaranjado e crista achatada vermelho-alaranjada. A parte superior do corpo é preta com um uropígio dourado enquanto a parte inferior é preto-acastanhada escura. A parte de baixo das asas é branca. A fêmea é marrom-acanelada por cima e pardo-alaranjada por baixo.[8][2][9]
Distribuição e habitat
Esta espécie é nativa de florestas de várzea na metade norte da América do Sul. Existem duas populações disjuntas, a maior cobrindo a maior parte da Bacia Amazônica no Brasil, partes do sul da Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa e partes do leste da Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. A parte separada da extensão é ocupada pela subespécie L. c. brunneus e cobre uma faixa costeira do Brasil de Recife a Curitiba.[1]
Conservação
O tiê-galo é uma espécie bastante comum com uma distribuição muito ampla. A população não foi quantificada, mas a tendência parece estável e a população total é considerada grande. Por essas razões, a IUCN classificou o status de conservação da ave como sendo pouco preocupante.[1]
↑Jobling, J.A. (2018). del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D.A.; de Juana, E., eds. «Key to Scientific Names in Ornithology». Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions. Consultado em 2 de Abril de 2018
↑Gill, Frank; Donsker, David, eds. (2018). «Tanagers and allies». World Bird List Version 8.1. International Ornithologists' Union. Consultado em 2 de Abril de 2018
↑Cyanocorax cyanomelas, p. 254, em Gwyne, John, Ridgely, Robert, Tudor, Guy & Argel, Martha, 2010. Aves do Brasil Vol.1 Pantanal e Cerrado. Editora Horizonte. ISBN 978-85-88031-38-8