Após o controle de todo o arquipélago açoriano no ano de 1583, a rotina recomeça e a 20 de Julho de 1584, vemos o Ricalde a largar de Lisboa ao comando de três galeões e três caravelas, com destino às ilhas dos Açores, com 350 pessoas a bordo, a fim de aguardar a chegada dos navios da Índia e das Américas, para lhe servir depois de escolta, com receio dos piratas e corsários. Tal não aconteceu pois houve um desencontro, mas, felizmente dessa vez também nada foi assaltado.[8]
É por essa altura, nesse mesmo ano, que sendo ele um capitão de mar com grande experiência, quando viu os novos galeões de guerra de Castela a chegar ao Tejo refere que estes tinham pouca "boca", o que limitava bastante a manobra das peças de artilharia nas cobertas.[9]
Mais tarde, sai de novo da capital do Reino de Portugal, com a mesma missão ir às ilhas proteger a chegada dos navios das conquistas. Parte sob o comando do referido Marquês, que agregava os 14 navios da Coroa de Portugal, sendo oito navios a cargo de Recalde.[10]
O regresso a Lisboa, nos finais do Verão de 1587, da armada de Recalde e de uma nau da Índia não foi calmo, tendo enfrentado vários temporais seguidos que inflingiram diversos danos aos navios. Quando, finalmente, entrou no porto encontrou, já aí fundeados, os restantes navios que irão integrar o ataque à Grã-Bretanha, que deu origem à derrocada da Invencível Armada.[11]
Nela, ele segue então no seu posto almirante do lado luso-espanhol, sob o comando de D. Alonso Pérez de Guzmán, Duque de Medina Sidónia, fornecendo 14 naus[12] (10 galeões e 4 patachos), 700 marinheiros, 2000 soldados e 250 peças de artilharia, que estariam estacionados às suas ordens no porto de Biscaia.[13][14] Após início da expedição, ele será o segundo no comando geral e também a dirigir o enorme galeão, de 50 peças, chamado de São João de Portugal.[15]
↑O seu pai ao ter casado com D. Ana da Rocha, filha de Martim da Rocha, fidalgo da Casa Real (Nobiliário das Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989- vol IX - pg 208 (Ricaldes § 1 N 2)), escrivão da Câmara, enterrado na capela da Matriz de Viana (A capela da Confraria do santíssimo Sacramento da Matriz de Viana do Castelo: os artistas e o programa decorativo, por Paula Cristina Machado Cardona, In Artistas e artífices: e a sua mobilidade no mundo de expressão portuguesa: actas do VII Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte, Porto, Junho 2005. Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2007, pág. 451, nota 4 [1]), e que era o comendatário do Mosteiro de São Salvador da Torre, deveria ter recebido a possibilidade de poder comprar a metade referido padroado e fazer o contrato de aforamento das terras que vieram a ser construído o Paço de Lanheses
↑Nesta armada seguiam embarcadas cinco companhias de Portugal, com cerca de 1.000 homens, incluindo diversos fidalgos portugueses, in Tese de doutoramento: «Portugal e o Atlântico - Organização militar e acções navais durante o período Filipino (1580-1640», por Augusto António Alves Salgado, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História, 2009, pág. 105.