Durante a Batalha de Velebusdo contra os sérvios, o imperador Miguel Sismanes foi ferido, preso e acabou morrendo alguns dias depois no cativeiro.[4] Em 2 de agosto, o rei sérvio Estêvão Uresis III[5] se encontrou com uma delegação de boiardos búlgaros num local conhecido como Mraka e aceitou uma proposta de paz pela qual João Estêvão deveria se tornar o imperador, desistindo assim da ideia de unir a Sérvia e a Bulgária sob o comando de seu filho Estêvão. Porém, menos de um ano depois, Estêvão foi deposto e exilado na Fortaleza de Zvečan, onde morreu.
Depois que o acordo em Mraka foi alcançado, Ana Neda receberam ordens de ir para para a capital búlgara em Tarnovo. João Estêvão entrou na cidade e foi proclamado imperador na segunda metade de agosto de 1330. Embora ele estivesse com trinta e poucos anos, João reinou com a mãe por razões pouco claras.[1]
Resposta bizantina
Depois que João Estêvão ascendeu ao trono, a segunda esposa de Miguel Sismanes, Teodora Paleóloga, e seus filhos foram forçados a deixar capital e partiram para Constantinopla em busca de refúgio com o irmão dela, Andrônico III Paleólogo.[6] Depois que as notícias sobre as mudanças em Tarnovo chegaram aos ouvidos de Andrônico, ele convocou um concílio e decidiu abandonar a guerra contra a Sérvia para poder lançar seus exércitos contra a enfraquecida Bulgária. O imperador bizantino justificou seu ataque a um ex-aliado afirmando estar defendendo os direitos de sua irmã e dos filhos dela ao trono búlgaro.
Durante seu governo, João Estêvão recebeu somente o apoio de seu tio Belaur, enquanto que o resto da nobreza hostilizava-o como sendo um protégé de Estêvão.[8] Descontentes por causa do fracasso frente aos bizantinos, o protovestiário Rascino e o logóteta Filipe organizaram um golpe de estado em março de 1331. O déspota de LovechJoão Alexandre foi escolhido como imperador pela nobreza logo em seguida.[9]
João Estêvão fugiu com a mãe e o irmão para Nis, nas terras de Belaur, onde ficaram por um ano e meio.[10] Em 1332, os João e a mãe se mudaram para Dubrovnik enquanto seus irmãos buscaram a ajuda da Horda Dourada e do Império Bizantino, sem sucesso. O pouco que se sabe sobre os últimos anos de sua vida é incerto.
De acordo com Detlev Schwennicke, João Estêvão seguiu com a mãe para o sul da Itália, onde ele teria se casado com a filha ilegítima do príncipe de Tarento, Filipe I, mas não teve filhos. Em 1342, ele teria se encontrado com o futuro imperador bizantino João VI Cantacuzeno durante a sua fuga de Constantinopla. Vinte anos depois, ele estaria numa prisão em Siena e parece ter morrido em Nápoles em 1373. Schwennicke defende também que ele morreu em 1373, mas em Slobitsa.[11]