JasminumL. é um género de plantas com flor da família Oleaceae que agrupa cerca de 200 espécies com distribuição natural nas regiões tropicais e subtropicais da Eurásia, Australásia e Oceania. A maior parte das espécies são arbustos ou lianas, com folhas simples ou compostas, que produzem flores tubulares, quase sempre muito perfumadas, raramente com mais de 2,5 cm de diâmetro e com pétalas patentes. Embora a maioria das espécies produza flores brancas, há algumas com flores amarelas ou rosadas. Embora algumas espécies conhecidas por «jasmim» pertencem a outros géneros, Jasminum agrupa a maioria das espécies conhecidas pelo nome comum de jasmim[5] (do persa através do árabe ياسمين ; yassemine).[6] Algumas espécies são extensamente cultivadas pela característica fragrância das suas flores.
As folhas, de coloração verde intenso, podem ser simples trifoliadas ou pinadas, com filotaxia que produz arranjos opostos ou alternados. Os folíolos são em geral lanceolados e com pecíolo curto.
As flores são tubulares, tipicamente com menos de 2,5 cm de diâmetro. As flores aglomeram-se em inflorescências do tipo cimoso com um mínimo de três flores, embora também existem espécies com flores solitárias nas extremidades de ramos secundários. As brácteas são lineares ou ovais. O cálice é em forma de sino. Cada flor tem de 4-9 pétalas de cor branca ou amarela, embora em raros casos possam ser ligeiramente avermelhadas ou rosadas, e dois lóculos, cada um com de 1-4 óvulos. Apresentam dois estames com filamentos muito curtos. As flores são geralmente muito perfumadas, com uma fragrância característica, apresentando numerosos osmóforos que formam permanentemente vacuolos com óleos essenciais muito voláteis nas células da epiderme e mesófilo das pétalas.
Os frutos de jasmim são bagas ligeiramente carnudas que ficam de púrpura a roxo-escuro, ou mesmo negras, quando maduras. As sementes são 1-4 por baga, escuras, com tegumento irregular, de difícil germinação.
Os jasmonatos têm ocorrência ubíqua em todo o reino vegetal, assumindo funções chave na resposta a estímulos ambientais, entre os quais o stress induzido pelo calor e o frio, fazendo parte dos mecanismo de transdução de sinal de muitas plantas.[9]
Distribuição e habitat
As espécies do género Jasminum são nativas das regiões tropicais e subtropicais da Eurásia, Australásia e Oceania, mas apenas uma das cerca de 200 espécies é nativa da Europa.[10][11] O centro de diversidade do género está localizado no sul e sueste da Ásia.[12]
Amplamente cultivadas pelas suas flores, para além dos usos industriais em perfumaria e na produção de chás e tisanas, as espécies de Jasminum são frequentemente usadas na construção de jardins, como plantas de interior e para a produção de flores de corte.
O aroma das flores de Jasminum é adocicado, constituindo, conjuntamente com o aroma das rosas, um dos aromas pilares da perfumaria.
Para além dos usos em perfumaria, na China misturam-se flores de jasmim com folhas de chá (Camellia sinensis), produzindo tisanas cuja resultante combinação de sabores e aromas é muito apreciada.
As «bodas de jasmim» simbolizam os 66 anos de casamento no folclore francês.
Desde há muitos séculos que o jasmim é considerado no Médio Oriente como o símbolo da beleza e da tentação das mulheres. Cleópatra teria ido ao encontro de Marco António velejando num barco cujas velas foram perfumadas com essência de jasmim.
No sul e sudeste da Ásia, as flores são muito usadas pelas mulheres para enfeitar os cabelos.
Na Índia, Kama, o deus do amor, chegava até às suas vítimas por setas acompanhadas de flores de jasmim. Vendedores de flores de jasmim vendem grinaldas de jasmim, ou no caso das variedades mais espessas (conhecidas por "motiyaa" em hindi ou "mograa" em marathi) é comum a venda em cachos ou ramos. Estes vendedores concentram-se frequentemente em torno de entradas para os templos, nas principais vias públicas e nas principais áreas de negócios.
Madurai, uma cidade em Tamil Nadu, é famosa por sua produção de jasmim. Na Índia, o jasmim é cultivado para uso em lares, culto e enfeites de cabelo. O jasmim é cultivado comercialmente, para uso doméstico e industrial, como a indústria de perfumes. É usado em rituais como casamentos, cerimónias religiosas e festivais.
[19][20][21] na banca de cheiro das erveiras do Mercado do Ver-o-peso (na cidade de Belém do Pará), é o principal ingrediente do Banho de Cheiro encantado, usado na comemoração da festa junina e do reveion no estado do Pará.[22] Prática ritualística que ocorre desde o século XIX, ao qual se atribui o poder de atrair a felicidade, reatar amores e, abrir as portas da prosperidade ao bebedor.[23]
O chá-de-jasmim é frequentemente consumido na China, onde é designado por «chá-de-flor-de-jasmim» (茉莉花茶; pinyin: mò-lì-huā-chá). As flores de Jasminum sambac são também utilizadas para fazer uma tisana conhecida por chá de jasmim, em cuja confecção é comum usar uma base de chá verde ou chá branco, embora por vezes se utilize uma base de oolong.
Na confecção desses chás, as flores de jasmim são colocadas em máquinas que controlam a temperatura e a humidade. Demora cerca de quatro horas para o chá absorver a fragrância e o sabor das flores de jasmim. Para os mais requintados tipos de chá de jasmim, este processo pode ser repetido até sete vezes. Como o chá absorve a humidade das flores de jasmim frescas, deve ser voltado a secar ao calor para evitar a deterioração.
As flores usadas podem ser removidas do produto final, pois as flores após o processo de secagem não contêm mais aroma. Ventoinhas gigantes são usados para soprar gentilmente o produto e separar as pétalas secas das folhas de chá mais densas.
Em Okinawa, Japão, o chá de jasmim é conhecido por sanpin cha.
Simbologia
Vários Estados e regiões usam o jasmim como seu símbolo heráldico ou como «flor nacional». Entre esses contam-se:
Síria: a capital síria, a cidade de Damasco, é conhecida pela «Cidade de Jasmim»;[24]
Hawaii: a espécie Jasminum sambac (conhecida localmente por "pikake") é uma flor muito utilizada na confecção das tradicionais grinaldas havaianas (leis), e serve de assunto a muitas canções havaianas;
Paquistão: Jasminum officinale, localmente conhecido por "chambeli" ou "yasmin", é o símbolo floral do Paquistão;
Filipinas: Jasminum sambac, conhecida por "sampaguita", é considerada desde 1935 como a flor nacional do país. É utilizada em grinaldas para adorno de imagens religiosas;
Tailândia: as flores de jasmim são utilizadas como símbolo de maternidade.[26]
A plantação de jasmim é geralmente feita por reprodução vegetativa usando uma estaca retirada do caule de uma planta existente, ou um com recurso à divisão de raízes. Em raras ocasiões, deixam as flores produzir os frutos roxos escuros com sementes. As sementes germinam quando semeadas e alimentadas adequadamente, mas requerem escarificação do solo e elevada humidade.
Os arbustos floridos são geralmente aparados antes do verão, pois os ramos juvenis crescem melhor e dão flores mais abundantes durante a época de floração.
Os maiores produtores mundiais de jasmins são a Índia e a China. Entre as espécies mais populares de jasmim, destacam-se:
Em alguns lugares do Brasil, outras plantas com flores tubulares e cinco pétalas patentes, com forte perfume, são também conhecidas como jasmim.
Outras plantas possuindo flores de cor pálida, aroma adocicado e folhas verde-escuro, não relacionadas com o género Jasminum, também são conhecidas pelo nome comum de «jasmim». Exemplos incluem:
↑ abUSDA, ARS, National Genetic Resources Program. «Jasminum L.». Germplasm Resources Information Network, National Germplasm Resources Laboratory. Consultado em 22 de novembro de 2011 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Demole E; Lederer, E.; Mercier, D. (1962). «Isolement et détermination de la structure du jasmonate de méthyle, constituant odorant caractéristique de l'essence de jasmin». Helv Chim Acta. 45 (2): 675–85. doi:10.1002/hlca.19620450233
↑ abcFernandes, Caroline (2008). Tema Identidade. «História de vendedoras: arte e visualidade no Brasil»(PDF). Encontro da Associação Nacional de História (Anpuh Rio). Revista Brasileira de História da Anpuh-Rio: 7. Consultado em 25 de novembro de 2021
↑Anabel Bachour (23 de fevereiro de 2017). «Damascus, the City of Jasmine». Peacock Plume, Student Media, The American University of Paris, France. Consultado em 26 de maio de 2019