Isaque ou Isaac são formas lusófonas derivadas do latim (Isaac) e grego (Ἰσαάκ, Isaák). Originaram-se no hebraico Ixaque (יצחק, Yiṣḥāq), "que Ele o estime".[2] Foi registrado em armênio como Saaque (Սահակ, Sahak).[3]
Órfão muito cedo, recebeu em Constantinopla excelente educação literária, sobretudo línguas orientais.[1] Com a morte de Aspuraces de Manziquerta(r. 381–386),[8] Isaque foi entronizado em 387 pelo rei Cosroes IV(r. 387–392), que notou suas virtudes. De fato, Isaque viveu com 60 discípulos em grande mosteiro. Tal comunidade, dedicada à vida religiosa e à qual pertencia o futuro Mastósio, praticava vida austera. Após a remoção de Cosroes IV em 392 e sua substituição por seu irmão Vararanes Sapor(r. 392–414), Isaque foi mantido em sua posição.[1]
Através de seus esforços, as igrejas e mosteiros destruídos pelos persas foram reconstruídos, a educação foi cuidada generosamente, o culto pagão de Ormasde que Isdigerdes I(r. 399–420) tentou estabelecer foi expulso e 3 concílios foram realizados para restabelecer a disciplina eclesiástica. Diz-se que foi autor de hinos litúrgicos. Duas cartas escritas por ao imperadorTeodósio II(r. 408–450) e Ático de Constantinopla(r. 406–425) foram preservadas. Uma terceira, dirigida a Proclo de Constantinopla(r. 434–446), não foi escrita por ele e data do século X. Nem teve qualquer parte, como foi erroneamente atribuído, no Primeiro Concílio de Éfeso (431), embora, em consequência de disputas que surgiram na Armênia entre os seguidores de Nestório e os discípulos de Acácio de Melitene e Rábula de Edessa, Isaque e sua Igreja apelaram a Constantinopla e através de Proclo obtiveram as explicações desejadas.[1]
Era homem de piedade iluminada e vida muito austera. Em 428, o rei Artaxias IV(r. 422–428) foi deposto por Vararanes IV(r. 420–438) a pedido nos príncipes da Armênia e Isaque foi afastado.[9] Após dois sucessores impopulares, em 432 Vararanes permite que reassuma sua posição, porém apenas exerce o poder espiritual; o poder secular foi dado a Samuel, o Sírio.[10][11] Em sua extrema idade avançada, parece ter se retirado à solidão, morrendo aos 110 anos de idade. Nem o ano exato nem o mês preciso de sua morte são conhecidos, mas parece ter ocorrido entre 439 e 441. Vários dias são consagrados a sua memória na Igreja Armênia.[1]
Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Սահակ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã