Isa filiou-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em março de 2011.[3] Disputou as eleições de 2014 aos 23 anos, quando foi candidata a deputada estadual. Não foi eleita, pois recebeu apenas 6.915 votos. Em 2016, disputou a eleição para a Câmara Municipal de São Paulo e recebeu mais de 12 mil votos, tornando-se a primeira suplente do PSOL. Em março de 2017, Isa Penna assumiu a cadeira de vereadora por 30 dias, após licença de Toninho Vespoli, e com Sâmia Bomfim compôs uma bancada 100% feminina e feminista na Câmara de São Paulo durante o mês das mulheres.[2][4]
Em 2018, foi eleita deputada estadual com 53.838 votos, pela coligação PSOL/PCB. Assumiu o cargo de deputada estadual na Alesp em 2019 com outros três parlamentares eleitos pelo PSOL.[5][6]
Em março de 2022, anunciou sua filiação ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), visando concorrer a deputada federal pelo estado de São Paulo, porém não obteve êxito na eleição.[7]
Vida pessoal
Isa Penna se declara feminista, bissexual,[8] e ativista pelos direitos das minorias. É filha do médico Rui Penna e da professora de história Maria Arlete Martinatti Penna.[9]
Controvérsias
Em março de 2017, durante suposta discussão com o vereador Camilo Cristófaro (PSB) nas dependências da Câmara Municipal de São Paulo, Cristófaro chamou Isa de "vagabunda" e "terrorista" e disse para ela não se surpreender se tomasse "uns tapas na rua". Isa classificou o episódio como uma "agressão" e uma "tentativa de intimidação verbal e física". Cristófaro negou as acusações.[10] Em abril de 2017, Isa teve o número celular exposto por meio do WhatsApp, como uma forma de pressioná-la em favor do projeto Escola Sem Partido (que ela é contra). Uma das mensagens a rotulava como "a favor da doutrinação nas escolas". Isa classificou a situação como uma forma de “intimidação”.[11]
Em outubro de 2019, durante pronunciamento no plenário, ela foi acusada de quebra de decoro parlamentar, por recitar o poema sou puta, sou mulher, da poetisa Helena Ferreira.[12]
Assédio
Em dezembro de 2020, durante a votação do orçamento do estado para 2021, uma câmera de segurança da ALESP flagrou o momento em que o deputado Fernando Cury apalpou a parte lateral do seio da deputada Isa Penna.[13]
Cury negou o assédio, alegou tratar-se de um abraço e pediu desculpas, porém Isa Penna o denunciou por importunação sexual e quebra de decoro parlamentar, demandando a cassação de seu mandato.[13] Cury teve seu mandato interrompido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) em 1.º de abril de 2021.[14]
Com o intuito de pressionar pela cassação do mandato de Fernando Cury, personalidades e organizações da sociedade civil realizaram uma campanha intitulada “Por uma Punição Exemplar”, cujo site permitia o envio de mensagens para pressionar os deputados da ALESP pela cassação do parlamentar. Integraram a campanha a escritora Beatriz Bracher, a gestora cultural Mari Stockler, a diretora Daniela Thomas, o advogado Rafael Poço, a designer Julia Mariani e a administradora Maísa Diniz, cofundadora do Vote Nelas, além das organizações 342 Artes, Update, Elas no Poder, Girl Up e Vamos Juntas.[15]
Porém, no dia 5 de março de 2021, o Conselho de Ética da ALESP se dividiu em relação à pena a ser aplicada. O relator do caso, deputado Emídio de Souza (PT) defendeu a cassação do mandato, porém, o deputado Wellington Moura (Republicanos) propôs um voto em separado no qual defendeu uma pena mais branda: a suspensão do parlamentar por 119 dias com direito ao recebimento dos benefícios do mandato.
Votaram pela cassação de Cury o relator Emídio Souza (PT), a deputada Erica Malunguinho (PSOL), Barros Munhoz (PSDB) e a presidente do Conselho, Maria Lúcia Amaray (PSDB). Porém, venceu o grupo que defendeu a pena mais branda proposta por Moura, formado apenas por homens e integrado por Adalberto Freitas (PSL), Wellington Moura (autor do voto), Delegado Olim (PP), Alex Madureira (PSD) e Estevam Galvão (DEM).[17]
No dia 1º de abril de 2021, a decisão do Conselho de Ética foi submetida à votação dos deputados da Alesp, que optaram pela suspensão do mandato de Fernando Cury por seis meses sem o recebimento de quaisquer benefícios. Foram 86 votos a favor e nenhum contra — não houve abstenção, nem voto em branco.
A suspensão ocorreu após consenso no Colégio de Líderes e foi inédita, pois nenhum deputado jamais havia sido suspenso na ALESP. A casa conta apenas com um único episódio de cassação, em 1999, do ex-deputado Hanna Garib, acusado de envolvimento na chamada Máfia dos Fiscais.
Além de ter sido suspenso da ALESP, Cury também foi expulso de seu então partido, o Cidadania, em virtude do ocorrido,[18] e hoje está filiado ao União Brasil. O deputado ainda enfrenta uma ação penal por parte do Ministério Público, por importunação sexual, que está em tramitação.[19]
↑ abConteúdo, Estadão (18 de dezembro de 2020). «'Me sinto enojada', diz Isa Penna sobre assédio sexual». CartaCapital. Consultado em 18 de maio de 2022. ‘Esses homens têm uma vivência de como se fossem deuses, autoridades inatingíveis pelo povo’, declarou a deputada
↑Léo Arcoverde e Vivian Ferraz (22 de novembro de 2021). «Cidadania expulsa Fernando Cury». GloboNews e g1 SP. Consultado em 18 de maio de 2022. Parlamentar, que apalpou seio da deputada Isa Penna em dezembro de 2020 durante sessão, classificou decisão como 'antidemocrática' e disse se tratar de 'manobra política'; Isa Penna afirmou que decisão é resposta a 'todas as mulheres que se sentiram assediadas junto comigo há quase um ano'.
↑Rodrigo Rodrigues (15 de dezembro de 2021). «Justiça de SP aceita denúncia contra deputado Fernando Cury por importunação sexual». G1. Consultado em 18 de maio de 2022. Será instaurada ação penal contra o deputado. A denúncia foi feita pelo MP em abril deste ano. Em dezembro de 2020, uma câmera da Alesp flagrou o deputado passando a mão no seio da deputada Isa Penna (PSOL).