Jeff Mangum, vocalista da banda, se mudou de Athens, Georgia para Denver, Colorado para preparar o material do álbum com o produtor Robert Schneider, do The Apples in Stereo, em seu estúdio.
In the Aeroplane Over the Sea é amplamente considerado como inspirado pela vida de Anne Frank, devido às letras com aparentes referências a ela, com trechos que referenciam sua data de nascimento e de falecimento.[2] Ainda que a banda nunca tenha afirmado que o álbum é realmente sobre Anne Frank, é uma teoria popular entre fãs, e Jeff Mangum mencionou a influência que seu diário teve em suas obras. Em um concerto, ele confirmou que "Holland, 1945" era sobre Frank.[3]
Arte do álbum
A icônica capa do álbum foi uma colaboração entre Mangum e o diretor de arte da banda R.E.M., Chris Bilheimer.[4] O design reflete os gostos de Mangum; Bryan Poole, do of Montreal, disse que "Mangum sempre gostou desse tipo de imagem vintage, mágica e circense."[5] Uma imagem em particular que Mangum mostrou para Bilheimer foi um antigo cartão-postal de origem alemã que retratava jovens se banhando em um resort, que então foi digitalmente alterada por Bilheimer para dar origem à capa oficial.[5] O designer também fez um encarte em formato standard para as letras das faixas do álbum, além de colaborar para a escolha do título de uma delas; Jeff Mangum queria usar "Holland" ou "1945" para o nome da canção, e Bilheimer sugeriu que ele usasse ambos.[6]
As avaliações iniciais de In the Aeroplane Over the Sea foram mistas. Uma resenha publicada no College Music Journal chamou o álbum de "Um marco no pop e no lo-fi" e citou "Holland, 1945" como um destaque.[11] Christian McDermott, da Pitchfork, deu a nota 8.7 de 10, se referindo a Neutral Milk Hotel como "uma banda de rock psicodélico que faz músicas que, ao mesmo tempo, prendem a atenção e assustam" e disse que o álbum "desempenha um bom trabalho em misturar Sgt. Pepper's com o lo-fi do início dos anos 90".[12] Uma resenha de Ben Ratliff na Rolling Stone foi mais negativa: "Infelizmente, Mangum foi direto ao curso avançado em aura e textura sonora, pulando o treino básico de forma e auto-avaliação. [...] Ele canta alto, forçando os limites de uma voz sem emoção. [...] Para aqueles não completamente encantados por seu charme folk, "Aeroplane" é fraco e disperso".[13]
Jason Ankeny, do Allmusic, se referiu ao álbum como "lo-fi porém luxuoso, impenetrável porém inteiramente acessível, In the Aeroplane Over the Sea é ou o trabalho de um gênio ou de um completo louco, com a realidade provavelmente estando entre os dois." Ankeny também elogiou os vocais de Mangum, os definindo como "muito mais emotivos" do que em On Avery Island, mas criticou as letras, dizendo que "enquanto Jeff Mangum solta suas palavras com a intensidade de metralhadora de um jovem Bob Dylan, as canções são abstratas demais para serem inteiramente absorvidas - In the Aeroplane Over the Sea é indiscutivelmente uma declaração, mas resta à interpretação individual decifrar o que ela significa."[8]
Resenhas seguintes publicadas na Pitchfork e Rolling Stone foram mais positivas; esta última deu ao álbum quatro de cinco estrelas em The Rolling Stone Album Guide, com o crítico Roni Sarig escrevendo que "Mangum juntou algo que soa como uma banda de verdade, resultando em uma sonoridade muito mais rica e orgânica [que On Avery Island]. A composição lírica floresceu para muito além dos limites da Elephant 6 (ou do indie rock como um todo), com Mangum recortando um pop transcendental e atemporal impregnado de um século de música americana (das marchas de funeral ao punk)". Sarig também elogiou o álbum pelas suas "melodias irresistíveis, dedilhados passionais e letras que raramente soam difusas mesmo quando não têm sentido." [14] A Pitchfork, em uma crítica de 2005 escrita por Mark Richardson, deu ao álbum a pontuação máxima. Richardson louvou as letras diretas e estilo "caleidoscópico".[3]PopMatters nomeu uma reedição do álbum como uma das melhores de 2005, e afirmou que "Aeroplane é um manifesto por uma forma diferente de se produzir música pop. Ouvir 'Two-Headed Boy' em 2005 é perceber que a arte de Mangum é simplesmente a habilidade de compor maravilhosamente. A maioria do álbum adiciona uma mistura engenhosa de acordeão, órgão, instrumentos de sopro, guitarras difusas e mais aleatoriedades gloriosas".[15]
O líder do Arcade Fire, Win Butler, nomeou Aeroplane como uma das principais razões para sua banda ter assinado contrato com a Merge Records.[16]Jesse Lacey, do Brand New, se referiu a In the Aeroplane Over the Sea como "o melhor álbum já feito", e fez versões de "Holland, 1945", "Oh Comely", e "Two-Headed Boy, Part Two" ao vivo.[17][18] Em 2010, o dueto norte-americano Dresden Dolls fez um cover de "Two-Headed Boy" e, no mesmo ano, um grupo chamado Neutral Uke Hotel fez turnês tocando versões cover em ukelele de todas as faixas do álbum.[19]
Lista de faixas
Todas as faixas foram compostas por Jeff Mangum, exceto quando especificado. Os arranjos de trompete foram compostos por Robert Schneider e Scott Spillane.
N.º
Título
Compositor(es)
Duração
1.
"The King of Carrot Flowers, Pt. 1"
2:00
2.
"The King of Carrot Flowers, Pts. 2 & 3"
Jeremy Barnes, Julian Koster, Jeff Mangum, Scott Spillane
Kim Cooper (2005). In the Aeroplane Over the Sea. Col: 33⅓. New York: Continuum International Publishing Group. ISBN0-8264-1690-X
Nathan Bracket; Christian Hoard (2004). The New Rolling Stone Album Guide: Completely Revised and Updated 4th Edition. New York: Simon & Schuster. ISBN0-7432-0169-8
Leituras adicionais
Jim DeRogatis (2003). Turn On Your Mind: Four Decades of Great Psychedelic Rock. Milwaukee: Hal Leonard Corporation. ISBN0-634-05548-8