A Ilha de Gorgona é a menor ilha do arquipélago Toscano, localizada no mar Lígure, a 37 km da costa de Livorno, sendo uma fração desta comuna. Possui população em torno de 300 habitantes entre detentos, agentes policiais e moradores fixos.
Está a 40 km de Capraia, 60 km da Córsega e estende-se por uma área de 2,23 km².[2]
Gorgona em grego Γοργών ou Γοργώ, (transl.Gorgón ou Gorgó) antigamente também chamada de Urgon ou Marmorica, é mais conhecida pelo isolamento, fauna e flora.
História
História Pagã
A antiga Urgon, conhecida dos etruscos e dos gregos que a chamavam também de Egilora, foi certamente habitada pelos romanos. As evidências são restos de uma vila do século I d.C. [3]
O nome foi citado por Plínio, o Velho, que afirma estar próxima a Pianosa e Capraia.[4]Pmpônio Mela mencionou anteriormente (43 a.C.), mas apenas como um item em uma lista de ilhas nas imediações.[5]
A partir do século IV d.C., foi o local de um monastério, lugar de retiro de monges que não obedeciam às regras da época. [6]
História Monástica
A tradição diz que os monges de Gorgona resgataram as relíquias de Santa Julia da Córsega antes de serem transportadas para o continente no século VIII.
Em 1051, pouco antes da ocupação pela República de Pisa, o monastério foi reconstituído, ainda beneditino, e foi declarado sob a proteção papal. Posteriormente aristocratas presentearam terras em Toscana (onde está localizada Pisa) e no norte da Córsega. [6]
A carta 130 de Catarina de Siena para um nobre florentino, encoraja-o a entrar para o mosteiro de Gorgona que necessitava ser remodelado segundo a Ordem dos Cartuxos. [7]
A ilha passou a pertencer a Florença em 1421 e, sujeita a freqüentes incursões bárbaras, foi abandonada em 1425, por poucos cartuxos que sobreviveram a intensos ataques e atrocidades.
História Moderna
A concessão da ilha foi dada em 1509 a um pisano, na tentativa de repovoá-la e torná-la mais segura com uma fortaleza.
Sob posse de Cartuxos, em 1701, foram construídas estruturas até hoje visíveis, como a igreja, pequenas lojas e casas de pescadores.
[8]
Em 1777, o grão-duque da Toscana, Pietro Leopoldo I, incentivou a transferência de cidadãos, cedendo terrenos a eles e cancelando todos os contratos de débitos sobre assuntos não toscanos.
No período entre o século XVIII até o início do século XX, as anchovas pescadas na ilha, se tornaram famosas e renderam receitas muito significativas para Livorno. [9]
Geografia
Gorgona tem uma superfície de 2,23 km², costa com um pouco mais de cinco km. De norte a sul e mede cerca de 2,2 km e de leste a oeste aproximadamente 1,57 km. A altura máxima atinge 255 m acima do nível do mar, em Punta Gorgona.[2]
Costa Oeste.
O território é montanhoso, com um declive mais acentuado no lado ocidental. Na parte oriental, possui um declínio mais suave, com três pequenos vales.
As ilhas do arquipélago são o resultado do aprofundamento de uma antiga cadeia montanhosa, segundo a lenda deTirrenide[nota 2][10]
As costas são em geral íngremes e sem praias significativas. [6]
O Instituto Superior pela Proteção e Pesquisas Ambientais (Ispra) possui um museu geológico com um modelo da ilha de Gorgona do ano de 1914. O valor científico, a diversidade econômica e cultural é notável. [11]
Clima
Não havendo um sistema de detecção contínua do clima local, as medidas e avaliações resultantes de pesquisas gerais do arquipélago, são relatadas em base de dados não aceitáveis no sentido científico, pois podem sofrer de uma provável margem de erro. [9]
Assim como as ilhas de Capraia, Pianosa, Elba, Giglio, Giannutri e Montecristo, Gorgona também faz parte do Parque Nacional do Arquipélago Toscano, criado para proteger os ambientes naturais de valor cultural e científico.
Zonas protegidas da ilha:
No solo: 100% do território (maior parte na zona 1 e o restante na zona 2)
Zona 1: totalmente protegida
Zona 2: parcialmente protegida
No mar: quase a totalidade pertence a zona 1, com exceção de um pequeno trecho na Enseada Scalo, que pertence a zona 2.
Zona 1: Proibido qualquer acesso, navegação, parada, ancoragem, pesca e mergulho.
Zona 2: A navegação, parada, ancoragem e mergulho, são regulados pela Direção da Casa de Detenção. [2]
Fauna
Foca-monge-do-mediterrâneo.
São encontradas lagostas, garoupas, anchovas, homarus gammarus, Dentex dentex e outras espécies valiosas típicas de costas sem contaminação. [13]
Desde 1989 os animais são cuidados com homeopatia.[14] Focas-monge-do-mediterrâneo foram filmadas, em abril de 2010, por pescadores em frente à ilha Marettimo.
Segundo a WWF, pode se tratar de uma pequena colônia. Existe apenas cerca de 400 exemplares distribuídos em outros locais. [15]
A notícia trouxe esperanças de retornarem à ilha, após 50 anos de ausência. [16]
Flora
A vegetação que cobre quase 90% da ilha é caracterizada essencialmente pela maquis mediterrânea. A presença de árvores é notável, ajudada pela presença de um solo arenoso mais profundo, devido à erosão das rochas que compõem a ilha.
Grande parte da atual vegetação não se identifica com a original cobertura vegetal.
A floresta de azinheiras, mais amplamente representada no passado, agora está reduzida a fragmentos esparsos, no sudoeste e lado oriental da ilha.
No coração da ilha há um reflorestamento de pinheiros-bravos e na mesma área um pequeno bosque de castanheiras que, baseado em uma particular situação microclimática, parece ter se adaptado a um ambiente não apropriado para a espécie.
Outras plantas caracterizadas pelo clima bastante úmido: fraxinus e ulmeiros.
Várias espécies de fungos e líquens contribuem para enriquecer os ecossistemas mais simples ou mais evoluídos da ilha.
Demografia
Em 1978, foram reportados 57 habitantes, entre policiais, detentos e moradores.
A população aumentou para 224 habitantes em 1984, passando a ser propriedade da Justiça do Estado. [17]
Em setembro de 2010 havia 75 detentos, 3 barcos patrulheiros diários com 52 pessoas e aproximadamente 70 agentes mobilizados em torno do presídio. [14]
Infra Estrutura
Não há qualquer tipo de hospedagem para turistas.É recomendado o contato com a associação local, que fornece todas as informações necessárias para quem deseja conhecer a ilha.[nota 3]
O cárcere: Gorgona é um "outro" mundo, e como tal tem regras rígidas e limitações. É prisão, parque, fazenda, comunidade de homens e natureza. É um lugar de qualidade e experimentação. O trabalho com a terra e os animais é uma parte fundamental do processo de reabilitação.[14]
Transportes
A antiga vila de pescadores está desaparecendo, pois a ilha transformou-se em sede de uma Colônia penal a céu aberto.
Em janeiro de 2011, a direção do presídio, por razões de segurança, suspendeu o serviço de ferry-boat e Gorgona ficou sem ligações com o continente.
Houve mobilização por parte dos poucos moradores, para que a ilha não ficasse fechada para sempre.[6]
Em abril de 2011, uma companhia de navegação voltou a efetuar o transporte entre Livorno e a ilha, duas vezes por semana, provisoriamente, garantindo o direito à mobilidade. [18]
Ciência e Tecnologia
Energia das ondas: Em 05 de julho de 2011, pesquisadores do Instituto Politécnico de Turim estudavam uma oferta integrada de energia para Gorgona, porém, para a instalação do sistema Iswec (Inertial Sea Wave Converter) há barreiras: a ilha tem proteção especial tanto no arquipélago, como no mar da União Europeia. [19]
Galeria de fotos
Vista parcial do pequeno porto.
Vista da Ilha Gorgona.
Vista mais próxima da torre.
Uma das fortificações.
Administração da colônia penal.
Notas
↑ População excluindo detentos e agentes que trabalham para o presídio.
↑ A lenda Tirrenide: parte de um continente que afundou e se transformou em ilhas.
↑A autorização para visitas na ilha depende do Ministério da Justiça.
Referências
↑«População italiana» (em italiano). Comune.livorno.it. Consultado em 16 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑ ab«Clima e pesca» (em italiano). smart.toscana.it. Consultado em 20 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Tirrenide» (em italiano). entorama.it. Consultado em 20 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Gorgona em 1914» (em italiano). isprambiente.gov.it. Consultado em 20 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Clima Gorgona» (em inglês). eurometeo.com. Consultado em 20 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Fauna-Ilha Gorgona» (em italiano). isoletoscana.it. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑ abc«População 2010» (em italiano). loschermo.it. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Foca-monge» (em inglês). monachus-guardian.org. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Colônia de focas-monges» (em italiano). corriere.it. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Gorgona: Ilha "Fechada"»(PDF) (em italiano). fratelli-della-costa.it. Consultado em 20 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Segurança e transporte» (em italiano). nova.firenze.it. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)
↑«Energia do Movimento de Ondas» (em italiano). greenreport.it. Consultado em 21 de julho de 2011A referência emprega parâmetros obsoletos |lingua2= (ajuda)