Igreja Católica na Guiana

IgrejaCatólica
Igreja Católica na Guiana
Catedral da Imaculada Conceição, em Georgetown
Ano 2020[1]
População total 735.554[2]
Cristãos 460.000 (62,7%)[2]
Católicos 50.000 (7,1%)[2]
Paróquias 24[1]
Presbíteros 33[1]
Religiosos 32[1]
Religiosas 45[1]
Presidente da Conferência Episcopal Charles Jason Gordon[3]
Núncio apostólico Santiago De Wit Guzmán[4]
Códice GY

A Igreja Católica na Guiana é parte da Igreja Católica universal, em comunhão com a liderança espiritual do Papa, em Roma, e da Santa Sé.[5] O país vive em ambiente multirreligioso, sendo as maiores religiões o protestantismo e o hinduísmo.[6] Ainda assim, a liberdade religiosa é garantida e as diferentes religiões convivem pacificamente.[5]

História

O explorador inglês Walter Raleigh, desbravou o território da Guiana entre 1595 e 1596, seguido pelos holandeses, que também fizeram algumas explorações na mesma década, levando a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais fundou as colônias de Berbice em 1624 e Essequibo e Demerara em 1645. Os britânicos só voltaram a assumir o controle da região em 1813. Nesse período, as únicas religiões vigentes aceitas eram a Igreja da Inglaterra e a Igreja da Escócia. Outras igrejas cristãs e religiões só foram toleradas em território guianense a partir de 1899, incluindo o catolicismo. A Guiana só foi ter seu primeiro bispo nativo em 1971.[7]

Em 26 de maio de 1966, a Guiana torna-se um país independente, sob um regime republicano e socialista. Nesse período, os líderes católicos tornaram-se cada vez mais francos em relação às políticas governamentais. Em 6 de outubro de 1980 foi aprovada nova constituição, que aboliu as antigas restrições às escolas religiosas privadas, e o novo governo eleito implementou uma economia de livre mercado. Apesar dos esforços do governo, a seca e a instabilidade política resultaram em problemas econômicos contínuos até ao final do século XX. Além disso, o país estava sobrecarregado com pagamentos de juros sobre empréstimos feitos por nações industrializadas. Em 1999, 20% da dívida externa da Guiana foi perdoada pelas nações que detinham essa dívida. O Vaticano, que encorajou tal ação através da sua campanha do Jubileu de 2000, embora tenha expressado desapontamento pelo fato de o montante perdoado não ter sido superior.[7]

Nesse período o país possuía tolerância religiosa e o governo permitiu que todas as religiões seu culto livremente. Uma preocupação para os católicos guianenses foi a legalização do aborto em 1995, e o Catholic Standard, jornal gerido pela Igreja, divulgou os esforços contínuos das igrejas do país para derrubar essa lei.[7]

Atualmente

Igreja católica na Guiana.

Em 2000, a Guiana tinha 24 paróquias atendidas por quatro padres seculares e 50 religiosos. Também trabalhavam no país 15 irmãos e 132 irmãs, que serviam nas 102 escolas primárias e 63 secundárias do país ou fornecendo outra ajuda humanitária, como esforços médicos para lidar com a propagação da AIDS. O o Catholic Standard, foi elogiado pelos seus esforços contínuos para promover a consciência social e política, bem como para reforçar a doutrina da Igreja.[7]

Em 2020, um homem, alegadamente com problemas psiquiátricos, invadiu uma missa que era celebrada em Georgetown, agrediu o padre e levou um anel que ele usava e uma bíblia da paróquia. Ele foi preso logo em seguida.[8]

Em 2023, durante a crise entre Guiana e Venezuela, envolvendo a região de Essequibo, o bispo de Georgetown, Dom Francis Alleyne, afirmou que "as questões relativas à fronteira são 'dignas' da preocupação e atenção dos cidadãos", e incentivou o envolvimento ativo do povo guianense na questão, incluindo "dar as mãos, agitar bandeiras e cantar canções patrióticas e o hino nacional".[9]

A Guiana e o vizinho Suriname são os únicos países da América do Sul que nunca foram visitados por um papa.[10]

Organização territorial

A Diocese de Georgetown abrange toda a Guiana.

O país forma uma única diocese, a Diocese de Georgetown, que foi criada em 12 de abril de 1837 como Vicariato Apostólico da Guiana Inglesa, e elevada a diocese em 1956.[1]

Conferência Episcopal

A Conferência Episcopal das Antilhas foi criada em 1958, e reúne os bispos da Guiana, do Suriname, da Guiana Francesa e de países e territórios das Antilhas.[3]

Nunciatura Apostólica

A Nunciatura Apostólica da Guiana foi estabelecida em 1997.[4]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f «Diocese of Georgetown». GCatholic. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  2. a b c «Guyana 2016 International Religious Freedom Report» (PDF). Departamento de Estado dos Estados Unidos. Arquivado do original (PDF) em 15 de agosto de 2017 
  3. a b «Antilles Episcopal Conference». GCatholic. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  4. a b «Apostolic Nunciature - Guyana». GCatholic. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  5. a b «Guiana». Fundação ACN. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  6. «Como é a Guiana? Conheça mais sobre a população, línguas e território». CNN Brasil. 12 de dezembro de 2023. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  7. a b c d «Guyana, The Catholic Church In» (em inglês). Encyclopedia.com. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  8. Luis Fernando Menezes (19 de julho de 2022). «Vídeo em que homem agride padre não foi gravado na França, mas na Guiana». Terra. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  9. Kaelanne Jordan (8 de dezembro de 2023). «Guyana bishop urges gov't, citizens to 'stay awake' on Essequibo tensions» (em inglês). Catholic TT. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  10. https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2018-05/suriname-repam-joao-gutemberg.html

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