Gustavo Barros Schelotto (La Plata, 4 de maio de 1973) é um treinador e ex-futebolista argentino. Atualmente é assistente técnico da Seleção Paraguaia de Futebol. É irmão gêmeo de Guillermo Barros Schelotto.
Carreira em clubes
Início
O primeiro clube de Gustavo foi uma equipe juvenil, o For Ever. Até então, costumava jogar bola com o irmão Guillermo em casa, o que por vezes atrapalhava o pai, o médido Hugo Barros Schelotto, que atendia na própria residência em alguns dias na semana. A mãe, Cristina, uma professora, colocou os filhos no For Ever após notar a diferença de comportamento que um de seus alunos, antigamente agitado, apresentou nas aulas após começar a jogar ali.[1]
Os gêmeos ganharam títulos juvenis no For Ever, onde ficaram amigos do futuro goleiro Gastón Sessa. O técnico deles também trabalhava no Estudiantes, e chamou os três para jogaram nas categorias inferiores dos pincharratas. Os três, todos torcedores do rival Gimnasia y Esgrima (o próprio pai dos irmãos seria um dos presidentes gimnasistas), acabaram indo. Sessa permaneceria ali, mas não os gêmeos: na visão deste, Gustavo, o mais extrovertido, vinha sendo utilizado, mas Guillermo, o tímido, era posto na reserva, o que desagradou à mãe dos dois, que os teria levado aos juvenis do Gimnasia.[2] Os mellizos ("gêmeos", em espanhol) seguiriam juntos no clube do coração - Guillermo como atacante, Gustavo como meio-campista - e debutariam profissionalmente no Lobo em 1991.
Gimnasia y Esgrima La Plata
Após campanhas apenas regulares do Gimnasia nos campeonatos argentinos, os gêmeos faturariam em 1994 seu prieiro título: a Copa Centenário, torneio oficial da AFA nos moldes das copas nacionais europeias que celebrava os 100 anos do campeonato.[3] A Copa Centenário ainda é o único torneio profissional de elite vencido pelo Gimnasia no futebol.[4]
Nos Clausuras e Aperturas se seguiram à primeira conquista da dupla, o Gimnasia prosseguiu de forma ascendente, disputando seguidamente títulos.[5] O clube esteve bastante perto de faturar dois Clausuras, em 1995 e 1996, mas ficou no vice-campeonato. No primeiro, o clube liderou até última rodada, e faturaria a taça se vencesse em seu estádio o Independiente, que já não tinha ambições no torneio. A única outra equipe que poderia ser campeã era o San Lorenzo, que estava dois pontos atrás e precisava vencer fora de casa o Rosario Central, além de torcer pelo tropeço do GELP, que acabou acontecendo: os platenses perderam por 0 x 1 em casa enquanto o San Lorenzo, com um gol a treze minutos do fim, venceu pelo mesmo placar o Central.[6]
No segundo, em que a equipe chegou a vencer por 6–0 Boca Juniors (em plena La Bombonera no time de Diego Maradona, Claudio Caniggia e Juan Sebastián Verón) e Racing, além de derrotar de virada por 2–1 o River Plate no Monumental de Núñez, a taça foi perdida justamente após um empate de 1–1 em um clásico platense contra o Estudiantes; o adversário pelo título, o Vélez Sarsfield, também empatou na rodada e, como possuía um ponto a mais, levou a melhor na disputa.[7]
O bom desempenho dos gêmeos alimentavam rumores de suas saídas do Gimnasia. Eles teriam sido oferecidos em 1996 ao River Plate, mas o líder da equipe, Enzo Francescoli, teria discordado da ideia.[8] Francescoli, segundo rumores não-confirmados, havia se desentendido com Gustavo em determinada ocasião e, por isso, teria vetado a vinda dos platenses.[1] Os Barros Schelotto iriam justamente para o arquirrival Boca Juniors.
Boca Juniors
Eles chegaram a pedido do próprio Diego Maradona. Por orientação dele, o Boca Juniors foi contratar três jogadores em La Plata, trazendo do Gimnasia os gêmeos e, do Estudiantes, Martín Palermo.[9]
Gustavo, que no período chegou a passar um semestre emprestado ao Unión de Santa Fe, esteve presente nos títulos argentinos Apertura de 1998 e 2000 e no Clausura de 1999. Em 2000, participou também dos títulos na Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes, porém normalmente fora da equipe titular, sendo considerado apenas um reserva útil quando necessário em campo.[10] Enfrentava a concorrência de Mauricio Serna, Diego Cagna, José Basualdo e Juan Román Riquelme por um lugar no meio-de-campo xeneize, todos estes bastante celebrados ali.[10]
Embora vitoriosa, sua estadia na Bombonera ficou prejudicada, além da reserva, por ser ofuscado pelo brilho maior do irmão ali [9] e por um problema disciplinar: teria chegado às vias de fato com o então técnico Héctor Veira; seu empréstimo ao Unión teria ocorrido justamente como uma punição e para que a comissão técnica não perdesse autoridade frente aos jogadores.[1]
Outros clubes
Saiu do Boca junto com o colega Martín Palermo, contratados pelo Villarreal após a Intercontinental de 2000. Gustavo Barros Schelotto, porém, não se deu bem na Espanha, logo voltando à Argentina, como jogador do Racing. No time de Avellaneda ficou pouco tempo, mas integrou a equipe titular que conquistou o título Apertura de 2001, encerrando um jejum de 35 anos sem títulos argentinos da Academia.
Em 2002, foi para o Rosario Central. Em sua nova equipe auriazul, ficou apenas dois anos, sem títulos, mas com bastante identificação com a torcida canalla, a ponto de batizar uma filha de Rosario, e a outra de Juana Central.[11]
Já veterano, passou novamente pelo Gimnasia, rumando sem muito alarde pela equipe peruana do Alianza Lima e pelo Puerto Rico Islanders, da United League Soccer, uma segunda divisão em nível técnico do futebol estadunidense,[12] onde aposentou-se em 2007.
Em 2009, trabalhou como assistente técnico do Olimpia, do Paraguai e como comentarista esportivo da rede estatal argentina de televisão. Já havia exercido a mesma função em 2007, no TyC Sports. No Paraguai, chegou a trabalhar como assistente técnico também no Libertad.
Seleção
Gustavo nunca chegou a defender a equipe principal da Seleção Argentina, mas chegou a atuar, ao lado do irmão gêmeo, pelos selecionados juvenis da Albiceleste.[13]
Como treinador
Após ser assistente em comissões técnicas de algumas das principais equipes paraguaias, acertou em 2012 com o Lanús, o primeiro clube onde exercerá o cargo de treinador efetivo. Curiosamente, em uma dupla com seu irmão gêmeo, Guillermo.[14]
Títulos
Como jogador
- Gimnasia y Esgrima de La Plata
- Boca Juniors
- Racing
Referências
- ↑ a b c BORINSKY, Diego (Julho de 2010). «"Espero ser un rebelde hasta que me muera"». El Gráfico. Consultado em 5 de fevereiro de 2011
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ GORGAZZI, Osvaldo José (27 de março de 2005). «AFA Copa Centenario 1993». RSSSF. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ «Mañana, hará 15 años que el Lobo se consagraba campeón» (em espanhol). El Día. 29 de janeiro de 2009. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ MELO, Tiago (4 de março de 2011). «Verón e Schelotto se enfrentam pela primeira vez em um clássico platense». Futebol Portenho. Consultado em 4 de abril de 2011
- ↑ CIULLINI, Pablo Andrés (12 de fevereiro de 2005). «Argentina 1994/95». RSSSF. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ WALLY, Pablo (21 de janeiro de 2011). «Argentina 1995/96». RSSSF. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ «Gustavo Barros Schelotto» (em espanhol). Biografía. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ a b VENÂNCIO, Rafael Duarte Oliveira (25 de setembro de 2010). «Estudiantes – Boca Juniors: Ídolos, Verón e Palermo já vestiram a camisa do rival». Futebol Portenho. Consultado em 21 de fevereiro de 2011
- ↑ a b DUER, Walter; FERRO, Gonzalo; GALCERÁN, Miguel; LODISE, Sergio; OTERO Horacio; RODRÍGUEZ, Héctor (2005). All the glory. Boca - the book of xentenary, 1º ed. Buenos Aires: Planeta, pp. 230-249
- ↑ FUSCO, Ignacio (27 de outubro de 2006). «"Se viene la dupla técnica con Guille"» (em espanhol). Diario Olé. Consultado em 3 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 30 de novembro de 2006
- ↑ ZAMBUZI, Luciana (janeiro de 2010). Quase Famosos. Trivela n. 35. Trivela Comunicações, pp. 58-59
- ↑ MACÍAS, Julio. BARROS SCHELOTTO, Guillermo. Quién es quién en la Selección Argentina, 1 ed. Buenos Aires: Corregidor, 2011, p. 67
- ↑ FERRO, Leonardo (10 de julho de 2012). «Gustavo e Guillermo Barros Schelotto no primeiro dia de Lanús». Futebol Portenho. Consultado em 11 de julho de 2012
Ligações externas
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