Guadalupe nasceu na Chamusca em dezembro de 1995, filha de um empregado de restaurante e de uma funcionária da escola secundária, tendo nascido com caraterísticas do sexo masculino, sendo-lhe sido atribuído o género similar à nascença.[1] Os avós maternos, naturais da freguesia de Ulme, também no concelho da Chamusca, eram agricultores.[1] Já os avós paternos eram retornados, oriundos de Angola, que vieram para Portugal por altura da descolonização, em 1975.[1] Guadalupe descende por linhagem paterna do soba do Bié, Soma Inene (Rei) Viye[carece de fontes?], derrotado pelo exército português em 1903, aquando das campanhas de pacificação na então colónia portuguesa de Angola. Uma das suas trisavós era filha do sertanejo Silva Porto e de uma escrava oriunda do Katanga. Guadalupe tem relatado em várias entrevistas que sofreu várias privações durante a sua infância, uma vez que a sua família era muito pobre, tendo também sofrido agressões físicas por parte do pai. Durante a adolescência, Guadalupe viria a identificar-se abertamente como um adolescente gay, uma vez como diria mais tarde, não tinha referências transgénero que lhe permitissem identificar-se como mulher naquela época. Em 2013, após concluir o ensino secundário, mudou-se para Lisboa para estudar medicina veterinária, na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, curso que concluiu em 2022 com distinção.[2] Nesta faculdade, Guadalupe foi aluna do deputado de Pedro dos Santos Frazão, deputado do Chega na Assembleia da República desde 2022.
A mudança para Lisboa transformaria definitivamente a vida de Guadalupe. O contacto com outras realidades, nomeadamente LGBT, e a frequência da movida gay lisboeta levariam a que a determinada altura Guadalupe se começasse a identificar como sendo do género feminino.[1] A mudança de género nos documentos oficiais ocorreria apenas em 2020, tendo escolhido o nome "Guadalupe" após a consulta de uma lista de nomes da conservatória.[1] Ao mesmo tempo, Guadalupe mantinha uma conta na rede socialTwitter (atual X), que alimentava diariamente com comentários sobre política, trivialidades e confissões íntimas que se tornaram bastante populares, levando a que um número crescente de seguidores a passasse a acompanhar.[3] Guada, como também é conhecida, saltou definitivamente para a ribalta em 2021 após angariar mais de 15 000 euros num peditório online para efetuar uma cirurgia de redesignação sexual num hospital privado.[1][4] Desde então, tornou-se militante do Partido Comunista Português, participou em vários programas de televisão, ao lado de Fábio Porchat, Bruno Nogueira e Diogo Faro, tendo inclusive apresentado alguns episódios do Curto Circuito, na SIC Radical, ao lado de Luana do Bem.[5] Guada é também cronista dos jornais Novo e do Público.[6] A sua ascensão meteórica ao estrelato[carece de fontes?] não estaria, no entanto, alheia a polémicas. Em 2021, foi convidada por Manuel Luís Goucha para uma entrevista no programa televisivo Goucha, da TVI, tendo recusado e acusado o apresentador de a tentar instrumentalizar a ela e à comunidade trans, acusando-o também de ser uma vergonha para a comunidade LGBT e chamando-lhe inclusivamente de "porco". A polémica foi capa de algumas revistas de coração.[7] Inesperadamente, em 2024, Guada apagou a sua conta do X (antigo Twitter), quando a sua popularidade atingia o seu pico máximo. Manobra estratégica ou cansaço da exposição pública, a "It Trans" portuguesa continua, no entanto, a ter uma vida social preenchidíssima, fazendo vida de socialite em festas privadas das maiores celebridades de Lisboa e Cascais.[8] Segundo a mesma fonte, Guadalupe terá sido sondada para participar na série erótica da SICO Clube.[1]