Giscão foi um oficial militar cartaginês que serviu durante os últimos anos da Primeira Guerra Púnica e desempenhou um papel de destaque nos eventos que levaram ao começo da Guerra dos Mercenários. Ele era um cidadão de Cartago,[1] porém não se sabe sua data de nascimento muito menos suas atividades antes de sua ascensão à proeminência no final da Primeira Guerra Púnica.[2]
Os cartagineses concederam derrota na guerra em 241 a.C., quando Giscão era o comandante da importante base de Lilibeu na Sicília e subordinado de Amílcar Barca.[3] Este recebeu ordens de negociar uma paz com Roma, porém retornou para Cartago furioso, deixando Giscão, o próximo oficial mais graduado na ilha, encarregado das negociações.[1][4][5] Estas resultaram no Tratado de Lutácio, que encerrou o conflito.[6][7] As tropas que tinham sido repatriadas da Sicília para o Norte da África estavam nesse momento em estado amotinado por disputas de pagamentos, com Giscão sendo rapidamente convocado para lidar com a situação, pois tinha uma boa reputação com os homens. Ele aparentemente conseguiu reduzir o descontentamento, porém, por algum motivo desconhecido, a disciplina ruiu. Vários soldados insistiram que nenhum acordo com Cartago era aceitável e se rebelaram, com Giscão e sua equipe sendo feitos prisioneiros.[8]
Giscão foi mantido prisioneiro por dois anos, durante os quais os rebeldes sofreram várias derrotas. Os líderes rebeldes passaram a temer pela desintegração de seu exército quando uma grande força deserdou para o lado cartaginês em 239 a.C. e foi bem recebida; eles também sabiam que tais termos generosos não seriam oferecidos a eles pessoalmente. Consequentemente, para remover a possibilidade de boa-vontade entre os lados, Giscão e outros setecentos prisioneiros foram torturados até a morte.[9][10]
Referências
- ↑ a b Lazenby 1996, p. 157
- ↑ Hoyos 2007, pp. 64–67, 73–74
- ↑ Lazenby 1996, p. 131
- ↑ Bagnall 1999, p. 97
- ↑ Goldsworthy 2006, p. 133
- ↑ Lazenby 1996, pp. 157–158
- ↑ Goldsworthy 2006, pp. 128–129
- ↑ Hoyos 2007, p. 66
- ↑ Miles 2011, p. 208
- ↑ Eckstein 2017, p. 7
Bibliografia