No final da década de 1960 e início dos anos 70, apareceu um novo tipo de baile no Rio de Janeiro. Por influência de dois DJ's cariocas - Big Boy e Ademir Lemos - este novo tipo de baile - chamados de Bailes da pesada - tocava sucessos de funk e soul americano, ocorrendo, inicialmente, no Canecão e, depois, por toda a zona norte do Rio de Janeiro.[1] A partir destes primeiros, diversos bailes começaram a pipocar na periferia da cidade, tocando o mesmo estilo musical. Assim, começaram a surgir diversas equipes de som - como Furacão 2000 e Soul Grand Prix - e várias bandas para tocar aquela música.[2] Gerson tocou e dançou nesses bailes com sua banda, sendo aclamado como "rei dos bailes" e "James Brown brasileiro",[3] pelo seu estilo de dançar imitando James Brown.[4] Assim, ele grava diversos compactos no início dos anos 70, pelas gravadoras Tapecar e Odeon e participa de uma coletânea pela Polydor,[5] todos sem conseguir sucesso radiofônico, nem penetração nos bailes.
Tudo mudou no dia 17 de julho de 1976, quando a jornalista Lena Frias publicou matéria de 4 páginas no caderno cultural do Jornal do Brasil sobre o movimento Black Rio, enfocando nos bailes e na atitude das pessoas. A partir daquele momento, o movimento de periferia passaria a ganhar a atenção não só da mídia e da indústria cultural brasileira,[6] bem como do aparato repressivo do regime.[7] Logo, diversos artistas que tinham penetração naqueles bailes - que chegavam a concentrar de 500 mil a 1 milhão e meio de pessoas por fim de semana[8] - passaram a assinar contratos com grandes gravadoras, na tentativa destas de vender a este imenso mercado consumidor. Deste modo, Gérson assina contrato com a Polydor.[9]
Quando do seu lançamento, o álbum foi recebido de modo frio pela crítica especializada, sendo considerado apenas uma imitação, uma cópia do som de James Brown, sem nenhuma originalidade. Também era comum a crítica à "americanização" da cultura brasileira, como era visto o movimento Black Rio como um todo.[12] Apesar disso, as vendagens do disco foram boas o suficiente para emplacar dois relativos sucessos - "Mandamentos Black" e "God Save the King" - e justificar um segundo álbum pela mesma gravadora, no ano seguinte.[13][14] Hoje em dia, o álbum é considerado um dos grandes lançamentos da música negra brasileira nos anos 70.[10] Em 2001, a Universal Music Group relançaria este disco e o seu sucessor em CD.[15]