Gastão Formenti

Gastão Formenti (Guaratinguetá, 24 de junho de 1894Rio de Janeiro, 28 de maio de 1974) foi um pintor, desenhista, mosaicista, vitralista e cantor brasileiro.

Filho do italiano Cesare Formenti, pintor, decorador e cantor lírico amador, e irmão da escultora Sara Formenti.

Em 1895, sua família se transferiu para São Paulo. Fez o primário na Escola Filorette Fondacari, em São Paulo, e o secundário no Ginásio São Bento, no Rio de Janeiro. Aos nove anos, começou a estudar pintura com o pai e com Pietro Strina. Em 1910, transferindo-se com a família para o Rio de Janeiro, passou a trabalhar com o pai em pintura e, a 25 de fevereiro de 1920, casou-se com Otília de Oliveira.

Vitral art nouveau de Gastão Formenti no Hospital dos Lázaros, São Cristóvão, Rio de Janeiro, inaugurado em 1920 com a inscrição "Aqui Nasce a Esperança"

Vitrais de Gastão Formenti encontram-se na Igreja de São Domingos, em Niterói, no hall do Edifício Orania, em Copacabana, em mausoléus do Cemitério da Penitência, no Caju[1], no Hospital dos Lázaros de São Cristóvão[2] e na cúpula de vitral do Palácio Tiradentes.[3]

Carreira musical

Gastão Formenti
Informações gerais
Gênero(s) Sertanejo
Romântico
Extensão vocal tenor
Período em atividade 1927-1959
Gravadora(s) Odeon, Parlophon, Brunswick, Columbia, Victor
Afiliação(ões) Joubert de Carvalho, Rogério Guimarães, Valdemar Henrique

Gastão começou sua carreira de cantor em 1927, aos 33 anos; instigado pelo escritor Gastão Penalva, apresentou-se na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, cantando a canção "Ontem ao Luar" (Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara). No mesmo ano, foi contratado pela gravadora Odeon, que havia pouco inaugurara a gravação elétrica no Brasil. Em seu primeiro disco, gravou o motivo popular "Anoiteceu" e o tango sertanejo "Cabocla Apaixonada", de Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso. Em seguida, gravou composições de Joubert de Carvalho, como as toadas "Canarinho", "Rolinha", "Sabiá Mimoso" e o maxixe "Boca Pintada". Em suas primeiras gravações, foi acompanhado ao violão por Rogério Guimarães.

Nos primeiros três anos de sua carreira musical, lançou discos tanto pela Odeon quanto por sua subsidiária, a Parlophon, onde, aliás, obteve seu primeiro grande sucesso: "Casa de Caboclo", canção de Hekel Tavares e Luís Peixoto sobre motivos de Chiquinha Gonzaga.

Ao lado de Carmen Miranda, foi o primeiro cantor brasileiro a assinar um contrato com uma rádio, a Mayrink Veiga, em 1930. No mesmo ano, porém, transferiu-se para a Rádio Transmissora. Trocou também de gravadora; saindo da Odeon, passou para a Brunswick e, após gravar um único disco pela Columbia em fevereiro de 1931, foi contratado pela Victor, através da qual lançou várias músicas da dupla Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, como o cateretê "De Papo pro Á", a canção "Zíngara" e o fox "Beduíno". Em junho de 1932, gravou a canção "Maringá" (Joubert de Carvalho), um grande sucesso que, mais tarde, daria nome à cidade paranaense.

Entre 1934 e 1935, lançou várias composições de Valdemar Henrique. Nesse ano, passou a atuar no Rádio Clube do Brasil e, em 1937, voltou a gravar pela Odeon.

Começou a se afastar da carreira de cantor a partir de 1940. Entre esse ano e o seguinte, gravou apenas dois discos. Passou a se dedicar mais à pintura, área em que também se destacou. Voltou a gravar somente seis anos depois, lançando a valsa "Não Vale Recordar" (José Conde e Mário Rossi) e a toada-rumba "Lua Malvada" (Saint-Clair Senna).

Em 1952, agora na Victor, regravou "Nhá Maria" e "Trovas de Amor" (ambas de Joubert de Carvalho) e, em 1956, na Sinter, relançou "De Papo pro Á" e "Maringá". Em 1959, a RCA Victor regravou seus grandes sucessos no LP "Quadros Musicais". Após esse lançamento, retirou-se definitivamente da vida musical.

Sucessos

Título Autor(es) Ano
A Vida É Boa… Saint-Clair Sena 1937
Anoitecer Motivo Popular 1927
Beduíno Joubert de Carvalho e Olegário Mariano 1932
Bem-Te-Vi Sinhô 1928
Boca Pintada Joubert de Carvalho 1927
Boi-Bumbá Valdemar Henrique 1935
Cabocla Apaixonada Marcelo Tupinambá 1928
Cai, Cai, Balão Joubert de Carvalho e Olegário Mariano 1929
Casa de Caboclo Hekel Tavares e Luís Peixoto sobre motivos de Chiquinha Gonzaga 1928
Cobra Grande Valdemar Henrique 1935
Coração, por Que Soluças? José Maria de Abreu e Saint-Clair Sena 1937
De Papo pro Á Joubert de Carvalho e Olegário Mariano 1931
Foi Boto, Sinhá Valdemar Henrique 1934
Folhas ao Vento Milton Amaral 1934
Glória Bonfiglio de Oliveira e Branca Coelho 1931
Jóia Falsa Osvaldo Santiago 1934
Lua Branca Chiquinha Gonzaga 1929
Maria Fulô Leonel Azevedo e Sá Róris 1937
Maringá Joubert de Carvalho 1932
Meu Sofrer (Queixumes) Henrique Brito e Noel Rosa 1930
Minha Boneca Luís Lamego e Paulo Barbosa 1938
Na Serra da Mantiqueira Ari Kerner 1932
Não Sei para Que Viver Saint-Clair Sena 1939
Nhá Maria Joubert de Carvalho 1928
Olhos Tristes Jararaca e Vicente Paiva 1938
Sabiá Mimoso Joubert de Carvalho 1927
Samba da Saudade Ronaldo Lupo e Saint-Clair Sena 1934
Suçuarana Hekel Tavares e Luís Peixoto 1928
Tutu Marambá Joubert de Carvalho e Olegário Mariano 1929
Zíngara Joubert de Carvalho e Olegário Mariano 1931

Referências

  1. Informações obtidas em passeios guiados com o historiador Milton Teixeira.
  2. Informação obtida em visita ao local.
  3. Louise Peres. «Tesouros de Vidro». Consultado em 26 de março de 2018 
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