François Emmanuel Guignard, Cavaleiro e depois Conde de Saint-Priest (Grenoble, 12 de março de 1735 – Saint-Priest, 26 de fevereiro de 1821) foi um diplomata e estadista francês.
Biografia
Foi admitido como cavaleiro da Ordem de Malta com cinco anos e entrou para o exército com quinze. Deixou o serviço ativo em 1763 com a patente de coronel e durante os quatro anos que se seguiram representou a Corte francesa em Lisboa. Em 1768 foi enviado a Constantinopla, onde ficou até 1785, salvo um curto intervalo, e onde casou-se com Wilhelmina von Ludolf, filha do embaixador de Nápoles. Suas "Memórias sobre a embaixada de França na Turquia e o comércio francês no Oriente", redigidas durante uma visita à França, só foram publicadas em 1877, em uma edição estabelecida por C. Schefer. Depois de alguns meses passados na Corte de Haye, entra para o Ministério Necker como ministro sem pasta e, no segundo gabinete Necker, em 1789, ano da Queda da Bastilha e início da Revolução Francesa, foi secretário da casa real e depois nomeado Ministro do Interior, em 7 de Agosto de 1790.
Atraiu para si particularmente o ódio do povo por lhe atribuírem a seguinte resposta a algumas mulheres que mendigavam por pão: « Tinham o suficiente enquanto tinham um único rei; peçam pão agora aos seus mil e duzentos soberanos. » Partidário de reformas moderadas, foi atacado tanto pela direita quanto pela esquerda. Apesar de tudo, manteve seu cargo mas pediu demissão ao fim de quatro meses, em Dezembro de 1790. Pouco depois, dirigiu-se para Estocolmo, onde seu cunhado era embaixador da Áustria. Em 1795, juntou-se ao Conde de Provence em Verona onde tornou-se ministro de sua casa. Acompanhou a corte no exílio e retirou-se em 1808 para a Suíça. Após tentar em vão conseguir autorização para voltar à França, foi expulso da Suíça e errou pela Europa até a Restauração quando pode, finalmente, entrar na França. Além das Memórias mencionadas, escreveu ainda "Exame das Assembleias Provinciais" (1787).