Muito pouco se sabe da vida de Francisco de Sá de Meneses. Nasceu no Porto, pouco antes de 1600; era filho de João Rodrigues de Sá (o Moço) e de D. Maria da Silva (conforme consta do Assento da Profissão Religiosa na Ordem dos Pregadores no Convento de São Domingos de Benfica), e primo do seu homónimo conde de Matosinhos. Casou ainda jovem com D. Antónia de Andrade, sua prima, com quem teve um filho (Baltasar de Sá Leitão) e uma filha (D. Joana de Sá e Meneses). No vigor da idade enviuvou (provavelmente em 1642), e, desgostoso, recolheu-se ao Mosteiro dos Dominicanos de Benfica, onde nove anos antes falecera Frei Luís de Sousa, e aí professou a 14 de dezembro de 1641 tomando o nome de Frei Francisco de Jesus.[1] Faleceu no mesmo Convento de São Domingos de Benfica, conforme consta em nota à margem do seu Assento de Profissão Religiosa, a 21 de maio de 1664.
Malaca Conquistada foi um dos mais famosos poemas narrativos do tempo.[4]José Maria da Costa e Silva o tinha em grande conta, afirmando que "pelo bem arquitetado da sua fábula, variedade e bem sustentado dos caráteres, movimento dramático, rica invenção dos seus episódios, formosura de suas descrições, e poesia verdadeiramente épica, lhe cabe de justiça o primeiro lugar entre os nossos épicos, depois de Camões." [5] Na opinião de Almeida Garrett, o poema Malaca Conquistada é "um dos derradeiros títulos de glória da literatura portuguesa".[6]
↑"Depois de viúvo [...] por motivo do desgosto que sofreu [o falecimento prematuro de sua prima e esposa D. Antónia de Andrade], tomou o hábito de monge e professou na Ordem de S. Domingos no dia 14 de 1614 [...]" — Boletim, Edições 5-8, Matozinhos, Portugal (Biblioteca Pública Municipal, 1958), p. 64.
↑"D. Maria Telles, Tragedia, que se conservava manuscripta na Bibliotheca do Paço Real, a qual ardeo com o mesmo Paço na occasião do Terremoto de 1755, e principiava com este verso. «Horas alegres do ditoso Dia.»" — Ensaio biographico-critico sobre os melhores poetas portuguezes por José Maria da Costa e Silva, Tomo IV (Imprensa Silviana, 1851), Livro VI., Capítulo IV., pp. 107-108.
↑"Entre os poetas seiscentistas nascidos no Porto, Francisco de Sá de Meneses, que depois de enviuvar morreria em Benfica envergando o hábito branco de dominicano, escreveu um dos mais famosos poemas narrativos do tempo, Malaca Conquistada pelo Grande Afonso de Albuquerque (1634), estilisticamente inspirado por Camões mas de estrutura alegórica moralista ao gosto da Contra-Reforma, decalcada sobre o modelo da Jerusalém Libertada, de Tasso." — Óscar Lopes, Modo de ler: crítica e interpretação literária (Ed. Nova, 1969), p. 160.
Ensaio biographico-critico sobre os melhores poetas portugueses, Volumes 3-4 (Imprensa Silviana, 1851), autoria de José Maria da Costa e Silva; Livro VI., Capitulo IV: Francisco de Sá de Menezes, pp. 105-117.